Em coletiva, Mano Menezes fala sobre vitória contra o Nova Iguaçu, mal-estar de Riquelme e busca por meia-armador




Entrevista coletiva completa do técnico Mano Menezes após a vitória do Fluminense sobre o Nova Iguaçu

Confira todas as perguntas e respostas da entrevista coletiva do técnico Mano Menezes após a vitória do Fluminense por 2 a 0 sobre o Nova Iguaçu, na tarde deste domingo, no Maracanã, pela 10ª rodada do Campeonato Carioca 2025:

Vitória sobre o Nova Iguaçu

“A gente sai feliz com a vitória, porque era um resultado que nos aproximava dos quatro que vão passar. Mas a gente sai só meio feliz com a outra parte, porque criou oportunidades para fazer (mais gols). Já criou no primeiro tempo, na minha opinião. No segundo tempo, também podia ter feito. Insistimos no intervalo sobre isso. É assim, às vezes falta algo que ainda falta na equipe.

Penso que exageramos um pouco na retenção de bola, até sofremos algumas faltas bem violentas porque demos a chance de a marcação chegar mais dura. Escolhemos errado o último passe, a finalização, a escolha final. Chutamos no travessão, goleiro fez uma defesa bonita, Cano perdeu um gol em que a bola veio boa para chutar. Estivemos lá para fazer, quisemos fazer, mas só conseguimos fazer 2 a 0. Por isso, saímos meio felizes.”

Dificuldade de criação do Fluminense motivou pressão alta sobre o Nova Iguaçu?

“Não foi pensada em relação à dificuldade da equipe. Já fizemos isso contra o Flamengo, enquanto tivemos perna e fôlego, tínhamos jogado menos de 72 horas antes. Enquanto funcionou, funcionou bem. Fizemos recuperação de bola na frente, hoje fizemos novamente. Tivemos a felicidade de marcar quase na primeira bola do jogo. O Nova Iguaçu tem uma equipe que trabalha bem a bola desde mais atrás, um treinador que já está (no cargo) há bastante tempo. Uma equipe que consegue manter o grupo de ano para ano. Se não marcarmos forte e alto, eles constroem bem o jogo e chegam para te incomodar. Até chegaram algumas vezes na bola longa, nos atraíram para essa marcação mais alta. Com bola descoberta, cometemos uns dois ou três erros de posicionamento no primeiro tempo, corrigidos no intervalo, que não voltaram a acontecer em bolas longas.

Todo time no mundo hoje quer marcar alto, porque todos melhoraram a construção de jogo, sem exceção, em todos os países. Se você deixar eles saírem folgados, vai ter problemas. A tentativa é inibir, tirar da zona de conforto a construção dos adversários, para recuperar a bola o mais alto possível. Você sabe que não se consegue fazer isso em 90 minutos. Hoje, tivemos grandes oportunidades com bola trabalhada, principalmente no primeiro tempo, mais qualificada pelo lado esquerdo. Chegamos muitas vezes com triangulações boas. Canobbio, Fuentes, Arias. Dali para frente é que precisamos melhorar um pouco.”

Jogo de aproximação no ataque

“Mudamos bastante da equipe que terminou o ano passado, né? Estávamos fazendo uma conta rápida, esses dias o Fluminense perdeu 50 milhões de euros. Saíram jogadores importantes, André, Alexsander. Semana passada, terminamos o jogo contra o Flamengo com uma defesa totalmente diferente da que terminou o ano passado, mais o Hércules, o Canobbio. Isso faz com que leve um certo tempo para trabalharmos as questões finais da equipe: triangular, aproximar.

Não quero que a equipe fique engessada, com os jogadores no mesmo lugar, porque é muito difícil construir. Mas você tem que ganhar uma naturalidade para fazer. Essa semana foi uma semana inteira, tivemos a oportunidade de trabalhar coisas importantes. O resultado já foi um resultado positivo, sim. Daqui para frente, é continuar a melhorar para construir jogadas em um número grande, que seja suficiente para nós, mesmo perdendo alguns gols, construirmos as vitórias em jogos mais parelhos que teremos pela frente.”

Busca por meia-armador

“Trabalhamos sempre, não é fácil, para completar elenco. O Fluminense tem um nível alto, que custa caríssimo no mercado. Vocês estão acompanhando o nível em que os números foram parar. Temos que ter critério, tentar achar o jogador por características, que às vezes é mais importante do que o nível do momento. É o que se olha. Muitos jogadores chegaram no Fluminense em uma condição de serem construídos, não tão conhecidos, e hoje são grandes jogadores que estão aí. O caminho que estamos escolhendo é por características, para que possa somar aos que estão aí.”

Formação do ataque

“Essa troca é mais coerente (Riquelme com Arias) do que trocar com o Canobbio de lado. Ao estar do lado esquerdo, você tem que ter força para ir ao fundo e Riquelme não tem essa valência ainda. Ele recebeu uma bola muito boa, mas não teve coragem de enfrentar e ir ao fundo. Ainda falta essa valência para ele. Por isso ele joga pelo outro lado, a habilidade faz o que a força não faz.”

Mas por dentro ele tem a valência para estar aí. Estamos avançando em coisas importante de entendimento e posicionamento. Acho que é possível sim, Riquelme jogar por dentro e o Arias por fora.”

Mal-estar de Riquelme

“É terrível jogar com esse calor. Infelizmente quase todos os estados estão passando por isso. A gente, em um jogo de 16h, precisou saber levar bem a primeira parte, trabalhamos isso com os jogadores em termos de conscientização. Para ir (à frente) e fazer um ataque forte, sabendo que não faria isso toda hora. Tinha que dosar isso um pouco. Acho que a equipe foi bem, trabalhou mais curto a bola, o que a manteve mais inteira. Hércules já estava um pouco desgastado, fez sinal, saiu um pouquinho no intervalo com essa condição.

Riquelme vomitou na beira do campo quando estava voltando, até fiquei na dúvida de levá-lo ou não. E ele quis, é sempre muito difícil tirar um jogador que diz estar bem. Eu estava quase propenso a não colocá-lo de volta, para protegê-lo. Também acho que o Cano estava meio exaurido, ajudou muito no processo de retomada de bola na frente. Coloquei um jogador de velocidade, porque eles (Nova Iguaçu) estavam arriscando mais, estavam perdendo de 2 a 0. Tínhamos espaço para atacar, com um jogador de velocidade talvez ficaria um pouquinho melhor.”

Jogo contra o Bangu pela última rodada do Carioca

“É sempre uma faca de dois gumes. Pode aumentar a pressão entrar em campo sabendo que precisaremos fazer isso ou aquilo. O adversário não vai dar o mesmo espaço de campo que o Nova Iguaçu nos deu, provavelmente vai jogar com a linha mais baixa. Temos que esquecer todo o lado e temos que fazer a nossa parte. Vamos fazer tudo para os jogadores estarem inteiros e fortes. Primeiro é construir a vitória e depois tentar fazer o placar que talvez seja necessário.”

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Por Explosão Tricolor

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