Em coluna, jornalista comenta que técnicos do Fluminense e Corinthians deveriam adotar tática do Guardiola






A tática de Guardiola que Diniz e António Oliveira poderiam adotar (Alicia Klein / UOL Esporte)

Ninguém avançou na Copa do Brasil, ontem, atravessando um mar de tranquilidade. No máximo, um 2 a 0. E olhe lá.

Mas os técnicos não gostaram das cobranças nas coletivas.

Claro, eu também não gostaria. Você acaba de sair de um ambiente de adrenalina no talo, já pensando nas mil soluções que vai precisar arrumar durante a semana, e precisa sentar diante de um monte de gente para responder um monte de perguntas, nem todas inteligentes. Deve ser um saco. Faz parte.

António Oliveira disse, umas semanas atrás, que só queria um pouco de paz para trabalhar. Amigo, vem cá, deixa eu te contar uma coisa: esporte errado, país errado, clube errado. Tu quer paz treinando o Corinthians? Não vai estar rolando. Até acho as cobranças exageradas à luz do atual momento do Timão. Ganhar está de ótimo tamanho. Não é hora de bancar sommelier de vitória.

Fernando Diniz, que teve seu contrato renovado pelo Fluminense até o final de 2025, também acha que o pessoal está exagerando, superdimensionando as críticas de alguns influenciadores, que não refletem a visão da torcida como um todo. Pode ser. Mas o técnico que gosta de jogar sem zagueiro, botar lateral de atacante, atacante de lateral, esquerda na direita e direita na esquerda, esse cara precisa estar disposto a tolerar opiniões menos favoráveis na hora em que suas invenções dão errado. E elas vem dando mais errado do que certo. Também faz parte.

Mais eficiente do que criticar os críticos talvez fosse adotar mais uma eficaz tática de Pep Guardiola: o sarcasmo. Perguntado sobre por que havia interpelado Jack Grealish ainda na beira do gramado, na frente da torcida e das câmeras, em vez de esperar para fazê-lo no vestiário, Guardiola respondeu com a cara mais lavada do mundo: “Faço pelo meu ego. Sou a pessoa famosa do time. Faço pelas câmeras, para ir dormir com uma tremenda satisfação. Por isso critico os jogadores ali, para eles saberem o quanto são ruins. Meu conselho, então, é não filme a gente da próxima vez (sorriso maroto)”.

Esperar afagos e paciência no futebol brasileiro é utópico e, francamente, inútil. Melhor tirar onda. E seguir trabalhando para melhorar o time e suavizar a corneta.

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