Em entrevista, Germán Cano abre o jogo sobre a sua situação clínica e momento do Fluminense

53679534253_b713c86639_k — Germán Cano (FOTO DE LUCAS MERÇON / FLUMINENSE FC)

Quem vê um jogo do Fluminense em 2024 pode se espantar com o recente desempenho de Germán Cano. É difícil reconhecer o artilheiro de 2023 do futebol brasileiro, que neste ano fez apenas cinco gols em 22 partidas até aqui. Em entrevista ao portal ge, o argentino tentou explicar a temporada abaixo dos padrões estabelecidos com a camisa tricolor e revelou conviver com dores desde uma lesão sofrida em março.

— Difícil poder fazer com tranquilidade o que fiz no ano passado, sem dores, 100%. Nunca tive lesões, sempre quero ficar dentro do campo, poder jogar, fazer gols, ajudar o time. Neste ano, infelizmente foi difícil. Tenho trabalhado no meu joelho todos os dias, com o departamento médico, para reforçá-lo, porque nunca tive uma lesão desse jeito. Primeira vez que tenho uma lesão assim — disse Germán Cano.

A entorse no joelho direito foi apenas a segunda lesão do argentino no futebol brasileiro. O quadro médico tirou Germán Cano de dois jogos do Fluminense – contra o Flamengo, pela volta da semifinal do Campeonato Carioca, e contra o Alianza Lima, pela Libertadores.

O camisa 14 voltou aos gramados em 9 de abril e até marcou contra o Colo-Colo, no Maracanã. Entretanto, mais de dois meses depois, os desdobramentos da lesão ainda se fazem presentes, como revela o jogador. Ele garante que, dentro de campo, os pensamentos se dividem entre chances de gol e as dores no joelho.

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— Fica difícil porque estou pensando no jogo, mas também no meu joelho, para que não aconteça nada grave. Estive trabalhando e focado no que quero fazer dentro de campo. Pouco a pouco, essa dor que sinto não vai voltar mais. Claramente, não estou 100%. Minha cabeça também pensa no joelho. É normal, todo mundo sente dores. Sempre tem uma coisa ou outra, você tem que superar a si mesmo e continuar trabalhando independente do que aconteça.

O camisa 14 destaca que as dores também fazem com que ele perca um de seus principais atributos: o deslocamento no gramado que antecede giros e finalizações de primeira.

— Atrapalha. Não estou como no ano passado. Estou tentando fazer meu melhor, mas também há a minha saúde. Estou trabalhando na academia todos os dias, com o staff e o departamento médico, para superar essa dor e fazer o que eu gosto: gols, ajudar o time. É um processo que vou superar.

Na derrota para o Cruzeiro, Germán Cano chegou a seu maior número de jogos sem marcar pelo Tricolor, com oito partidas consecutivas em branco. Para o camisa 14, a fase também passa pelo momento coletivo do Fluminense, que amarga uma má fase especialmente no Brasileirão. O clube voltou à lanterna pela primeira vez desde 2009.

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— Acho que é um processo que todo mundo tem que passar, tanto individualmente quanto como equipe. Processo que nunca foi fácil. Agora é continuar trabalhando, continuar focado no que Fernando (Diniz) pede para poder fazer dentro de campo. Depois, a consequência dos gols vai vir. Acho que eu tenho que trabalhar mais, muito mais do que 2022 e 2023, para passar por esse processo que não é bom. A gente tenta melhorar todos os dias, mas muitas vezes não acontece. É continuar focado e trabalhando mais — afirmou Cano.

A menor produção de chances ofensivas afeta o principal goleador do time, que tem um aproveitamento menor em um cenário já marcado pela escassez de boas bolas. Também não é incomum ver Cano próximo aos volantes do Fluminense para auxiliar em momentos sem posse.

— É um processo coletivo. Eu dependo muito do time, porque sem eles eu não conseguiria todos os gols que fiz em 2022 e 2023. Neste ano, está um pouco difícil, mas nada é impossível. A gente tem essa prova para superar dia a dia. Sei que com a ajuda de todos vamos superar, é um processo que temos que passar. É pedir paciência que vamos virar essa tormenta, como falo. Temos que superar para voltar a ser esse Fluminense que todo mundo gosta.

O Fluminense volta a campo no domingo para encarar o Flamengo, no Maracanã. O Tricolor está na última colocação do Campeonato Brasileiro pela primeira vez desde 2009. Até aqui, são seis pontos somados em 30 possíveis.