Em texto, Carlos Eduardo Mansur destaca participação de zagueiros do Fluminense na articulação de jogadas ofensivas




David Braz (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)



Jornalista destacou a importância da participação dos zagueiros na criação de jogadas

Em seu blog no portal “Globo Esporte“, o jornalista Carlos Eduardo Mansur escreveu sobre a vitória do Fluminense por 2 a 0 sobre o Millonarios (COL), na noite da última terça-feira (01/03), em São Januário, pela volta da segunda fase da Pré-Libertadores. Mansur deu destaque para a participação dos zagueiros tricolores na construção de jogadas ofensivas. Ele ressaltou que Nino e David Braz participaram diretamente dos dois gols tricolores.

Leia abaixo a íntegra do texto publicado pelo jornalista Carlos Eduardo Mansur:

“É até curioso que em pleno 2022 se discuta a importância de zagueiros participarem ativamente da elaboração de jogo de suas equipes. Claro que o nível de influência dos defensores, o limite da aposta na construção pelo chão, dependerá das ideias de jogo e da convicção de cada treinador num esporte que não tem fórmulas prontas que garantam a vitória. Mas a classificação do Fluminense para a próxima fase da Libertadores foi o exemplo das vantagens que podem ser criadas com zagueiros com capacidade e coragem para encontrar passes que desmontam sistemas defensivos.

No primeiro gol, Nino, o melhor jogador do Fluminense neste quesito, conduz a bola sob pressão e atrai marcadores até dar um passe relativamente curto para André. Mas, neste momento, a marcação do Millonarios já fora movida. A bola chega a David Braz, que envia um excelente passe longo para Cano. De costas, o atacante surge para dar apoio e iniciar com Luiz Henrique a jogada do gol de Willian.

Minutos depois, o próprio Nino avançou pelo lado direito e encontrou Luiz Henrique, que se sente confortável recebendo a bola de costas para o gol antes de fazer o giro e bater a marcação, conduzindo a bola da direita para o centro. Com duas linhas de marcação dos colombianos vencidas pelo passe de Nino, Luiz Henrique deu a Yago a bola que terminaria no gol de Arias. Contra a tentativa de pressão do Millonarios, foi a capacidade técnica dos zagueiros que criou desequilíbrios e abriu o campo.



Num modelo em que Abel tem optado por um trio de meio-campistas sem um homem mais notadamente criativo, a capacidade de construção dos zagueiros permitiu encontrar diretamente os atacantes em boa condição. Quando entrou, Arias substituiu Cano e voltou a ser um homem que parte do lado esquerdo do ataque para buscar o centro. O Fluminense tem momentos de boa capacidade de criar, mas ainda não consegue ser sólido, consistente durante a maior parte dos jogos. O time ainda oscila.

Era também natural que os espaços às costas da pressão do Millonarios começassem a aparecer de forma mais generosa conforme o tempo passava e o relógio jogava contra os colombianos, que se abriam ainda mais. Até o primeiro gol, com 15 minutos do segundo tempo, a partida era desconfortável para o Fluminense. O time tinha dificuldade para lidar com o movimento dos meias rivais, que partiam dos lados para buscar o espaço entre volantes e defensores do tricolor. Em especial Daniel Ruiz, que iniciava os ataques pela esquerda, mas sobrecarregava o espaço de Felipe Melo à frente da área.

Com bola, o Fluminense demorou a encontrar uma saída limpa de trás e apressava demais o jogo, buscando passes longos que não tinham sucesso. O Millonarios dava espaços quando adiantava a marcação, mas o tricolor não conseguia explorar, criava pouco. O primeiro gol desatou o nó e fez o tricolor fluir a ponto de garantir a vaga sem tantos sustos.



Por um lado, é possível ponderar se o rendimento diante do Millonarios será suficiente contra Olimpia ou Atlético Nacional. Ou mesmo argumentar que jogadores como Arias e até Martinelli, usado por pouco tempo em São Januário, parecem pedir passagem. A entrada deles no decorrer dos jogos é sinal de um Fluminense que tem um elenco mais rico em opções neste 2022, o que permitiria render mais. No entanto, também é verdade que a temporada impôs decisões muito cedo, jogos que decidem não só o futuro do time na Libertadores, mas até a tranquilidade do clube para lidar com um investimento elevado feito no elenco. Passar pelo próximo mata-mata significará algo além de alcançar a fase de grupos. Dará tempo para Abel tentar tirar mais do elenco. Por ora, os resultados são notáveis.”

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Por Explosão Tricolor

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