Em texto, jornalista comenta sobre o risco de a disparidade de TV no Brasileirão aumentar em 2025




Campeonato Brasileiro



Por que há risco de a disparidade de TV no Brasileirão aumentar em 2025 (por Rodrigo Mattos / UOL Esporte)

Os clubes da Libra tomaram a decisão de encaminhar uma negociação direta com a Globo pelos direitos do Brasileirão a partir de 2025. Como reação, os times da Liga Forte Futebol iniciam um plano de fatiar a venda de seus direitos de televisão para a Série A no próximo ano.

A Libra conta com Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Grêmio, Vitória e Bahia, entre os times da Série A.

A Liga Forte Futebol tem Fluminense, Inter, Athletico-PR, Fortaleza, Cuiabá, Juventude, Criciúma, Atlético-GO, além de Cruzeiro, Vasco e Botafogo,

As estratégias dos dois lados e o cenário dos veículos de mídia indicam que pode haver um aumento da disparidade entre as receitas de TV de clubes da Libra em relação à LFF. Lembremos que as negociações relacionadas à criação de uma Liga do Brasileiro se iniciaram justamente para tentar reduzir a diferença nos ganhos.

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Pois bem, os clubes da Libra já têm uma proposta oficial da Globo de R$ 1,3 bilhão pelos direitos de TV aberta e fechada. Esse valor deve ser acrescido de variáveis de um pay-per-view menor, a depender dos jogos que restarem, que lhes daria 50% do arrecadado. A estimativa é de que todo o negócio pode gerar até R$ 1,5 bilhão.

Esse dinheiro iria integralmente para os nove clubes da Série A e seria dividido pelos critérios da Libra. A divisão tem um percentual de 40% igual, 30% performance e 30% audiência. A expectativa é de que todos os clubes ganhem ao menos igual ou cresçam um pouco em relação à receita de TV de 2024.

A Globo já não tem um cheque igual para a Liga Forte Futebol. Já deixou isso claro ao não aceitar pagar R$ 1,4 bilhão pelos seus direitos. Tem interesse no Brasileirão inteiro, mas apenas se couber no seu bolso.

Por isso, a LFF vai para fatiar os direitos com modelo similar ao do Paulista. Entre as TVs Abertas, SBT e Record já investiram em direitos, da Libertadores e Paulistas. Mas, nos dois casos, seus cheques foram menores do que eram os anteriores da Globo. Ambos têm capacidade menor de criar pacotes publicitários de futebol.

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Entre as TVs fechadas, houve conversas com Libra e LFF, mas recuo dos veículos quando se pedia um valor maior. A ESPN está cautelosa, a Warner acabou de entrar e sair de um grande pacote de jogos do Brasileirão – hoje transmite só o Athletico-PR.

O Youtube não acelera no mercado brasileiro em investimentos. E canais, por streaming, como Caze TV ou Goat só geram receitas comerciais. O mercado vê com reticência a capacidade deles de bancar competições caras com recursos próprios.

No geral, executivos de mídia e especialistas de finanças ouvidos pelo blog todos apontam que o mercado de direitos de TV está em estagnação, com dificuldades pela transição do modelo de TV aberta/fechada para o streaming. Na Europa, não houve crescimento de receita de TV nas principais ligas nos últimos anos, depois de explosão em períodos anteriores,

Em resumo, não será fácil para a Liga Forte obter receitas no montante de R$ 1,3/1,4 bilhão. Tanto que a Live Mode, empresa que representa a LFF, fez seguidas propostas para a Libra para tentar um acordo conjunto de negociação de TV. Chegou a oferecer um mínimo garantido similar a Globo aos clubes da Libra, o que antes rejeitava.

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O trunfo da Liga Forte Futebol é de que tem, hoje, o maior pacote de jogos do Brasileiro, com 11 clubes. Seus jogos, no entanto, tem menor valor de mercado do que os da Libra que reúnem 27 partidas de cada uma das quatro principais torcidas do país, inclusive os clássicos.

Além disso, de tudo que entrar em direitos de TV, os clubes da LFF terno um desconto de 20% da sua receita destinado aos investidores, Carlos Gamboa e fundo General Atlantic. Ou seja, se o bolo for menor, ainda será descontado.

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Por Explosão Tricolor

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