
Através de sua coluna publicada no jornal ‘Extra’, o jornalista Gilmar Ferreira comentou sobre a virada histórica do Fluminense em cima do Flamengo e a conquista do bicampeonato carioca. Confira o texto na íntegra:
“Há muito o que ser dito a respeito da conquista do Fluminense.
Da exibição diante de um oponente tão qualificado como o Flamengo à goleada sobre um rival poderoso.
E numa final em precisava vencer por três gols de diferença para ser campeão.
Mas é relevante demais para o momento que o bicampeonato estadual dos tricolores, erguido após 39 anos, tenha a assinatura de um técnico como Fernando Diniz, de 49.
Porque há muito não se via uma exibição tão completa numa decisão de campeonato.
O Fluminense tinha 90 minutos para virar um confronto em que perdia por 2 a 0 e em pouco mais de uma hora de bola rolando já vencia por 4 a 0, estabelecendo 4 a 2 no acumulado.
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E o time de Diniz fez isso com categoria, autoridade, estética e sincronia entre as linhas de passe.
Um espetáculo bonito de se ver e impressionante, se levado em conta o olhar atônito dos rubro-negros.
Diniz encaixou o experiente Marcelo no time com tanta naturalidade que encantou até os que duvidavam que ele alinhasse a “cria” dispensada pelo Real Madrid ao lado de Ganso.
Muitos ainda discutem se o craque recém-contratado jogou de lateral ou volante.
E há quem não tenha entendido o que diabos fazia do lado direito no chute que originou o primeiro gol.
Obra, é claro, originária da mescla entre a arte de um e a ousadia do outro.
A conquista do Fluminense joga luz sobre a discussão a respeito da super capacidade de técnicos europeus, argentinos, chilenos e sei mais quem em relação aos profissionais brasileiros.
Diniz, o brasileiro, tinha a desvantagem no placar trazida do primeiro confronto e mais os desfalques causados pelas expulsões de uma arbitragem equivocada nos 90 minutos iniciais do duelo.
Pois ele remontou o time com três volantes, dois deles jogando fora da posição de origem. Ele ainda igualou o duelo desnivelado pelo orçamento do adversário dirigido por um treinador português.
E venceu abraçado à sua convicção sobre a prática do futebol e obteve os 4 a 1 pela eficiência demonstrada pelos jogadores que entenderam a essência do que se chama de “time”.
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Para alcançar o objetivo, escolheu os jogadores mais vividos, privilegiou os mais técnicos e deu liberdade para que todos se movimentassem e se divertissem como de costume.
Mesmo sabendo que a formação que iria a campo jamais havia jogado uma partida do Estadual.
Manteve a fluidez do sistema e, mesmo suspenso, regeu o conjunto por rádio-transmissor.
Um maestro que deveria ser mais bem observado pela CBF em seu processo de renovação.
O Flamengo não sofria quatro gols numa final de Estadual desde os 4 a 2 feitos pelo próprio Fluminense na conquista do título de 1973 – há 50 anos.
E isso, por si só, dá a dimensão do feito tricolor orquestrado pelo treinador que esperou um bom tepo para festejar uma conquista.
Valeu a pena…”
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Por Explosão Tricolor
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