Entre a razão e a emoção




Olá, amigos! Normalmente começo a escrever minha coluna semanal imediatamente após o jogo do Fluminense no final de semana. Dessa vez não deu. Entrei em estado de choque quando subi os degraus vermelhos da dita Arquibancada C de Edson Passos. Só fui melhorar na segunda-feira. Depois de muito tempo, enxerguei alegria no olhar de cada um que estava no estádio.

Uma torcida que não parou de cantar. Que continua achando que o time é meia-boca, mas que ao mesmo tempo o exaltava. Que independente de qualquer coisa, abraçou o time de futebol do Fluminense, das três cores que traduzem a tradição.

Tradição que temos de contrariar as obviedades. Tradição que temos de sermos odiados pelo país inteiro. Tradição de renascermos em meio a grandes dificuldades, para nos contradizermos diante do Sobrenatural de Almeida.

Quando nós tricolores já nos contentávamos com o meio de tabela nesse Brasileirão, eis que surge uma tarde de domingo na Baixada Fluminense. A razão me constrange, diz que não devo acreditar no que eu vi. Mas não tem como “desver”. Éramos cerca de dez mil pessoas que presenciaram algo diferente. Algo que a razão desconhece.

Essa energia oculta era tão forte que eu vi o Gum driblar sem medo na hora de sair jogando, eu vi Cicero dando carrinhos e jogando com raça, vi o Arjen Robben tricolor, mais conhecido como Maranhão, ser a válvula de escape do time. Vi coisas que não acreditaria que aconteceu se me contassem.

A razão sumiu assim que o juiz apitou pela primeira vez. A emoção tomou conta da partida e levou o Fluminense a vitória sem sustos. Chegando em casa, a primeira coisa que fiz foi olhar a tabela do campeonato. Procurei em especial o Palmeiras. Todos sabíamos o que esperar do Fluminense que vinha jogando. Agora não se sabe. Essa dúvida é melhor do que a certeza de que não ia dar em nada. 

Ressurge o Fluminense!!!

Tabelinha:

1- Levir arrumou minimamente o time. Alternando entre marcação pressão e recuo proposital esperando o adversário. É um caminho a seguir: reconhecer que não é o Real Madrid e jogar com intensidade. Esquece aquele papo de posse de bola, academia e sei lá mais o quê. Joguem com raça, vontade, caprichem nas finalizações e sufoquem o adversário. Domingo foi exemplar.

2- Galera tricolor está de parabéns. Festa linda no alçapão! Na volta pra casa, peguei o ônibus repleto de jovens tricolores. Me surpreendi ao constatar que entendem muito de futebol e sabem tudo de Fluminense. A resenha foi ótima!

3- O Fluminense contratou muito nessa janela de transferências. Não teve nenhum jogador fora de série, mas TODOS os contratados sabem o que fazer com a bola. Nenhum pereba! E tem muita gente reclamando. Deixem os caras trabalharem!

4- Economizamos ao deixar de trazer o Romero. Já dá para pagar a rescisão do Osvaldo e do Pierre?

5- Depois te todas essas contratações, prevejo um Fluminense com uns sete canhotos em campo.

6- Domingo, dia 31 de Julho às 11 da manhã. Jogo contra a Ponte Preta no Alçapão. Vamos?

Ruan Veiga / Explosão Tricolor

Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

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