Entrevista coletiva completa de Mano Menezes após a derrota do Fluminense para o Botafogo




Entrevista coletiva completa de Mano Menezes após a derrota do Fluminense para o Botafogo

Confira todas as perguntas e respostas da entrevista coletiva do técnico Mano Menezes após a derrota do Fluminense por 2 a 1 para o Botafogo, no Estádio Nilton Santos, pela 6ª rodada do Campeonato Carioca:

Derrota para o Botafogo

“Os números mostram uma paridade no jogo final: 51% (do Botafogo) contra 49% (do Flu) de posse é um equilíbrio, quase 50% a 50%. Conclusões, 13 a 12, tivemos uma a mais. Aproveitamento do Botafogo foi melhor nas 12, teve 50% em direção ao gol. A nossa foi mais baixa. Então tecnicamente ainda não estamos no nível. Eles estão mais acostumados ao gramado deles, a gente cometeu alguns erros técnicos por falta de familiaridade. Cobramos um escanteio que a bola nem subiu.

Achei que foi um bom jogo das duas equipes, o Botafogo usou sua estrutura de time campeão da Libertadores, com dois ou três jogadores a menos. Embora tenha apresentado depois, taticamente (o Botafogo) trazia uma ideia parecida do que vinha fazendo. Executou melhor que a gente. Nós fizemos mais força para equilibrar. Mas eu vejo ainda com normalidade o que estamos fazendo.”

Pênalti não marcado para o Fluminense 

“Hoje optamos por dois jogadores de beirada porque tinha que baixar um pouco para defender os lados, não tem jeito, Botafogo tem qualidade de jogadas pelos lados que te empurra. E a característica que a gente escolheu foi capacidade para baixar e força para chegar na frente. Chegamos com Canobbio, com Serna. Tecnicamente no primeiro tempo erramos duas, três vezes cruzamentos poderiam ter sido melhores, chegamos em condição boa. Acho que tivemos uma penalidade máxima que o juiz não marcou de novo. Se você sai na frente, pode mudar o jogo. Jogos iguais, clássicos, têm esse histórico. Mas eu não tenho que sair daqui envergonhado do que a equipe fez, não. Tenho que sair convicto de que temos que continuar melhorando, estamos construindo de novo uma equipe.”

Arias centralizado no meio-campo

“Hoje usei Arias por dentro depois de bastante tempo. Muda um pouco a característica do meio de campo, ele se sustentou bem, me surpreendeu positivamente pela maneira como levou a bola para o ataque. Mas penso que jogar sempre com dois pontas abertos não é uma ideia, porque falta aproximação para colocar mais qualidade, para uma chegada na área mais qualificada para transformar essa boa posse de bola num perigo maior para o adversário. Mas sabia que o jogo era grande e parelho pela qualidade que o Botafogo tem.

Arias fazendo lado ele entrega mais do que um ponta. E acrescenta muito à equipe essa entrega, ele se junta aos jogadores do meio de campo, se aproxima para construir jogadas. Toda vez que opta por ponta… ponta, você tem jogada aguda, mas às vezes falta qualidade de construção. Arias dá essa qualidade junto com outro meia. A gente não colocou o Lima porque não tinha como colocar, ainda estamos nesse processo. Hoje tivemos que tirar Thiago (Silva), que pediu para sair um pouquinho antes, tinha que dosar. Arias era para ter saído antes, mas se sacrificou pela equipe e ficou até o final para tentar empatar. Ainda essa instabilidade de início da temporada.”

Calendário do futebol brasileiro

“Se olhar em volta, o país todo está tendo isso, é um crime o que fazem com a gente nesse momento. Vamos com três, quatro semanas para campo, não conseguimos entregar um jogo que todo mundo sabe que temos capacidade pela qualidade dos jogadores. Mas tem que passar por esse processo com calma para não prejudicar o andamento das coisas e não perder um jogador por um tempo grande, porque aí sim seria um prejuízo maior.”

Ausência de Riquelme Felipe no time titular 

“Eu acho que a resposta do Riquelme nesse curto tempo é muito boa, assim como o Isaque. Riquelme vem se destacando mais porque é um jogador do lance individual. O que a gente tem feito, como eles têm uma defasagem física bem significativa, de 17 anos, e os dois têm uma massa muscular ainda muito baixa, a gente tem procurado colocá-los num segundo momento do jogo, quando essa diferença diminuiu pelo desgaste físico dos demais. Foi isso que fizemos hoje. Se você estabelecer e der uma olhada nos jogadores da outra equipe, você vai ver que tem muita força física, tem muita coisa que quando você coloca no igual pra igual você perde a qualidade do jogador como o Riquelme.

Então estamos tentando dosar isso. Treinador não pode dosar muito senão ele que é o burro, e a gente não é, mas as pessoas lá fora não entendem que isso é um processo, que a gente tem que cuidar, que a gente não pode deixar para dois jogadores tão jovens a responsabilidade de resolver os problemas do Fluminense. Porque senão daqui a pouco eles serão questionados e é tudo o que a gente não quer. Eu acho que eles estão respondendo bem e quando o time estiver melhor, vão responder melhor ainda.”

Fluminense fora do G4 do Carioca 

“Quando a gente fez o nosso planejamento, imaginou estar entre os quatro sim. E é quase uma obrigação dos grandes chegar entre só quatro numa fórmula como essa. Não vamos entrar muito no calendário porque é chover no molhado, a gente sabia como era. A única coisa que a gente não conseguiu fazer bem com relação ao calendário foi que não conseguiu separar um grupo adequado na reta final do Brasileiro do ano passado. Pelas nossas emergências, pelos nossos problemas.

Se tivesse saído antes da situação mais crítica, poderíamos ter separado um grupo maior e começado o Carioca com um grupo maior e ter feito uma pontuação maior nas primeiras rodadas. É o que os outros conseguiram fazer um pouquinho. O restante é estar preparado para ganhar no domingo, voltar a vencer, depois teremos novamente um clássico contra o Vasco em Brasília. Acho que esse é o caminho para aumentar confiança, fazer as coisas como tem que ser feitas. A gente sabe fazer isso, os jogadores, e vamos saber fazer bem.”

Dificuldade para criar chances de gol

“Quando nós construímos nossa primeira vitória de 3 a 1, contra a Portuguesa, tivemos um aproveitamento de 75% das conclusões. è um aproveitamento muito alto e raro de acontecer. Hoje tivemos muito baixo, mas aí entra um pouquinho do campo, acho que pra gente ainda é um pouco difícil se adaptar. A gente cometeu alguns erros técnicos que não é acostumado, principalmente no acabamento de jogadas. Mandamos 3, 4 bolas na mão do John, bolas boas de você fazer um bom acabamento jogado.

Acho que vem um pouquinho ainda do início da temporada. Acho que os jogadores que têm qualidade vão entregar esse bom acabamento que a equipe precisa. O que eu trabalho como treinador é pra que a equipe crie chances a ponto de fazer gols, fazer a bola chegar no último terço. E acho que a equipe levou hoje a bola até o último terço, precisa levar mais, precisa levar mais qualidade. Mas acho que a gente pecou um pouco mais nesse acabamento técnico do que chegar com a bola lá.”

Busca por novo meia de criação

“Continuamos trabalhando o tempo inteiro. Hoje estávamos na concentração olhando jogadores. É um processo longo, difícil, cuidadoso, porque os jogadores que chegam nessa hora não podem ser discutíveis, tem que ser a nível de titularidade. Não é fácil achar, ainda mais para essas posições (meias) é mais difícil ainda, porque são raros. E quando achamos são extremamente caros. Tem que achar equilíbrio entre tudo isso e fazer o que precisamos fazer. Trabalhamos as férias todas, todos os dias, e acho que vamos continuar dessa forma. Prefiro que seja assim, trabalhar bastante agora para encontrar soluções e depois termos na equipe jogadores que façam a diferença em momentos importantes, como serão os jogos que temos pela frente.”

Posicionamento dos atacantes Canobbio e Serna

“Os dois jogadores jogam pelo lado, acho que Serna tem uma experiência de jogar como segundo atacante por dentro, mas eu já joguei contra Canobbio muitas vezes e ele jogando pela esquerda no Athletico-PR. E o Serna também joga pelos dois lados, fez os dois gols do ano passado, gols que foram importantíssimos pra equipe, jogando pela direita. Um contra o Cuiabá e outro contra o Palmeiras. Então, a vida do técnico é tentar compatibilizar todos esses jogadores para que a equipe saia ganhando com os novos acréscimos que chegaram. Hoje tentamos pela primeira vez com os dois juntos abertos. Não tenho problema nenhum de jogar com o Canobbio pela direita e também não tenho problema de jogar com o Serna pela esquerda. Não acho que o nosso problema esteja aí.”

Clique aqui e realize a sua inscrição no canal do Explosão Tricolor!

VEJA AINDA:

“Apoie o nosso trabalho e nos ajude a ampliar cada vez mais os nossos serviços gratuitos! Há dez anos, o Explosão Tricolor leva ao público um jornalismo colaborativo e independente. Contamos com o apoio de todos vocês!”

Por Explosão Tricolor

E-mail para contato: explosao.tricolor@gmail.com