Entrevista coletiva do técnico Mano Menezes após a vitória do Fluminense sobre o Atlético-MG




Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.
Entrevista coletiva completa do técnico Mano Menezes após a vitória do Fluminense sobre o Atlético-MG

Confira todas as perguntas e respostas da entrevista coletiva do técnico Mano Menezes após a vitória do Fluminense por 1 a 0 sobre o Atlético-MG, pela ida das quartas de final da Libertadores 2024:

Vitória sobre o Atlético-MG

“Foi um jogo grande, não só no tamanho, mas na disputa das duas equipes. A gente esperava um jogo desse grau de dificuldade. Jogamos contra a equipe com a maior posse de bola disparada no Campeonato Brasileiro. Então, você tinha que pressionar essa equipe para fazer um contra-ataque sem dar tanto espaço. Os atacantes deles são muito bons, ótimos definidores. E a gente precisava entender isso, acho que entendemos bem. A equipe estava um pouco ansiosa, talvez pelo significado do jogo, pela semana (anterior), porque não dá para separar uma coisa de outra coisa. Eu fiquei muito contente com a resposta que a equipe deu, com todos os jogadores que iniciaram, com todos os jogadores que entraram depois. Acho isso fundamental, conseguimos estabelecer uma boa estratégia. Estratégia funcionou bem.”

Substituições

“Eu não tenho essa pretensão de dizer que acertei porque a jogada do gol foi com os três jogadores que entraram. Eles estão aí, eles têm muito mérito. Acho que o maior mérito da equipe é fazer uma jogada trabalhada da defesa até o ataque no último minuto do jogo. Isso sim, porque a tendência nessa hora é você querer apressar, o torcedor ficar ansioso, quer te empurrar e às vezes comete escolhas erradas. A equipe foi bem porque teve essa maturidade, a gente conversou sobre isso. Até usamos como exemplo o jogo do São Paulo e Atlético-MG no Morumbi. Teve nesse momento também na ânsia de buscar vitória e às vezes você sofre um gol. Essa maturidade da equipe tem a ver com tudo que ela conquistou nos últimos tempos, por isso que ela está nesse estágio e a gente sai contente por isso.”

Comemoração com beijos em direção a torcedor

“Gol é sempre um momento de extrema felicidade para a gente, ainda mais um gol no final. É coisa boa mesmo que eu desejei para ele. Na mesma proporção que ele estava desejando para a gente.”

Apoio da torcida tricolor 

“A nossa razão de existir, pela qual nós entramos em campo, de tudo que a gente faz, além da nossa questão profissional que é nosso trabalho, é o torcedor. Se ele não existir, não tem razão nenhuma da gente trabalhar no futebol. Fico muito feliz da gente poder construir vitórias como construímos hoje.”

Elogios a Lima 

“Existem jogadores supervalorizados no futebol brasileiro e existem os subvalorizados. Lima está entre esses que são subvalorizados. Falo isso de um modo geral, externamente. Porque ele faz quase tudo certo que a gente precisa que ele faça. Você coloca de extrema, ele sabe fechar para fazer um bom meio e tem qualidade. Define bem, passa bem, domina bem. Se você coloca de volante, como foi possível colocar hoje, porque tínhamos o controle do jogo naquele momento, tínhamos volume para colocar um meia de volante, e ele faz bem. Então, o Fluminense não foi campeão da Libertadores no ano passado à toa. Ele foi porque tem elenco composto de jogadores como Lima. Nos momentos mais importantes eles dão a sua participação para a equipe. Isso nos deixa muito contente.”

Vantagem para o jogo de volta

“Eu entendo exatamente assim, é um jogo dividido em duas partes. A primeira parte a gente fez bem, está vencendo de 1 a 0. Pode empatar a segunda parte, que é essa vantagem que a gente leva. Só que não dá pra sair daqui de casa pensando em empatar um jogo desse tamanho. Se terminar empate no final a gente aceita porque vai nos dar a vaga. A gente quer construir um jogo no nível ou até melhor do que o jogo que fizemos aqui. Acho que podemos fazer. É um jogo em outras circunstâncias, o adversário também vai ter que te atacar, o adversário também vai ter que se expor e isso pode dar um espaço maior.

A maior dificuldade que a gente teve no primeiro tempo foi que não havia muito espaço para a gente construir nossas jogadas em função de uma equipe que marcou forte, que vem adotando esse critério de quase de perseguição individual até determinados momentos do campo. E aí a gente sofreu um problema. Vamos saborear a primeira parte, mas com os pés no chão, com a cabeça no lugar, sabendo que teremos que fazer um grande jogo na segunda parte.”

Estratégia utilizada na partida

“-Depois da confirmação da lesão do Sarabia, a gente imaginava que o Atlético viesse com a formação que veio. Acertamos 100% quando passamos na palestra aos jogadores. Cada treinador tem a sua linha, as suas preferências. A gente olha para trás, a gente olha os jogos, olhamos os jogos que o Milito fez contra o Fluminense no ano passado. Lá estava uma linha de cinco, três centrais, então a gente imaginou que isso poderia acontecer de novo. A primeira alteração que a gente fez foi inverter Arias com o Serna, porque o Serna estava… apesar de receber a bola, é atacante, então estava favorecendo o Fuchs, que era mais marcador do que apoiador. Vou colocar Arias lá, a gente colocou um meio que saía da função de extremo para se juntar ao meio de campo, melhoramos um pouco no primeiro tempo a partir dessa primeira modificação.

Depois, na segunda parte, nós íamos fazer duas mudanças e aí o jogo também pediu pra sair, o que era natural, porque não ia completar o jogo de maneira nenhuma. Mas a ideia era colocar dois jogadores mais de centro, de área, exatamente pra tentar encher a área. O time estava com volume naquele momento, era possível fazer isso. E colocando um atacante por aí, a intenção era a bola chegar para gente fazer dois contra dois, às vezes até três contra dois. Funcionou em partes, o Kauá já estava cansado também, a gente achou que Keno, que tem bom um contra um, seria um jogador que nos minutos finais poderia apresentar ainda mais uma jogada individual que é o necessário pra você fazer nessa hora alguma coisa diferente. Acho que as coisas funcionaram bem. Todos os jogadores que entraram completaram muito e fazer aquilo que precisava ser feito.”

Planejamento para o clássico contra o Botafogo

“Eu tenho olhado em volta e vi que o Atlético-MG jogou com meio time contra o Bahia e fico com uma inveja danada de não poder fazer a mesma coisa, poder revezar mais. A questão nossa é que nós temos emergências para resolver e a gente não pode relaxar em nenhum jogo. Temos um clássico contra o Botafogo, é o líder do campeonato, tem uma equipe muito forte fisicamente. Está jogando agora. Então a gente vai colocar o que a gente tiver de melhor, mas sempre obedecendo o melhor em termos de condições dos jogadores também. Não dá para “ah, esse aqui é melhor tecnicamente”, mas o jogador é um todo. Eu acho que para a gente poder fazer isso, primeiro passo de enfrentar o Botafogo em um jogo de disputa, de questão de competitividade, é um tipo de competitividade que vai exigir da gente. Primeiro vamos pensar no Botafogo.

Confira também: Notas das atuações: Fluminense 1 x 0 Atlético-MG

Vamos tentar voltar a vencer no Brasileiro. Isso para a gente é importante. Tentar ir a 30 pontos, que é muito importante nessa hora. Não deixar tudo pra depois, senão a pressão aumenta. E é tudo que a gente não quer nessa hora, que essa pressão volte a aumentar. Então vamos pensar no Botafogo. Comemorar a vitória primeiro hoje. Voltar amanhã no trabalho. E depois pensar no clássico no sábado. Precisamos muito do torcedor, que o torcedor nos ajude. Que ele tenha compreensão, às vezes, dos nossos momentos e das nossas limitações. E quando ele tá ao lado da equipe e apoia muito, como ele apoiou nos minutos finais, a bola entra. Se a bola entra, a gente tá mais perto de voltar a vencer no Brasileiro.”

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Por Explosão Tricolor

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