Entrevista com o Fred




Confira a íntegra da entrevista com o Fred:

Seis anos de Fluminense

É um casamento. Momentos bons, outros de dificuldades. Não abandona em momento algum. Espero viver os próximos anos com tanta intensidade quando estes seis. Com carinho e respeito.

Apoio a Cristóvão

Estou com o Cristóvão até o final, assim como todo grupo. Uma vitória no domingo acalma os ânimos de quem pode pensar alguma coisa negativa. Ele tem muita competência e foi corajoso de assumir o Fluminense com todas essas mudanças que tiveram para este ano. O grupo está com ele e temos que sair desta situação. Nós jogadores temos que assumir responsabilidade.

Recado ao Botafogo?

Na época de Túlio, Romário, tinha muito isso. Não sei também se tinha a violência de hoje. Vejo muita gente debatendo, dizendo que não tem esses jogadores. Se o jogador fizer isso, é criticado. Sempre tive respeito com torcidas e jogadores, justamente para não levar para o lado da violência do torcedor. Essas brincadeiras nós fazemos mais internamente. Temos amigos nos outros clubes, jogadores que a gente conhece, continua fazendo essa piada, brincando. Mas hoje jogadores com esse perfil está cada vez mais raro. A violência tem acabado com jogadores assim. Não vou mandar recado, não.

Importância dos clássicos para os jogadores

Clássicos podem ser divisor de águas para os jogadores, sim. O que dificulta no Brasil é que o jogador não fica muito tempo. Hoje temos três joias que se destacaram, foram para seleção e daqui a pouco já estarão saindo. Importante que daqui a dois anos já são realidade.

Relação com a torcida nestes seis anos

Em alguns momentos eu tive que ir para cima. Outros momentos os torcedores se sentiram no direito de vir para cima. Coisas que acontecem em todos os clubes. Sou completamente contra qualquer tipo de violência. Em todo momento eu consegui enxergar que houve uma certa politicagem. Mas hoje recuperei e é uma relação boa.

Relação mútua de gratidão

Tenho certeza que o Fluminense mudou meu patamar, apesar de já ter disputado uma Copa (2006). Não vinha jogando, e o Flu me deu condição, uma visibilidade muito grande. Torcida me abraçou de uma forma carinhosa. Foi naturalmente para os dois lados. Como capitão, assumi até alguns papéis desnecessários, com algum desgaste. Mas para os dois lados foi bom: 90% eu sou grato, e 10% o Flu a mim.

Imaginava ser ídolo?

Não digo que já imaginava. Quando voltei ao Brasil, estava meio sem prazer de jogar, e longe da minha filha. Logo na apresentação foi maravilhoso. Depois fui criando vínculos com a torcida, funcionários, jogadores… até as dificuldades fortaleceram.

Pressão nos jovens no clássico

Os moleques são mais irresponsáveis, vão sentir muito menos. Não participam de muita coisa internamente. Eu entrava para bater uma bola quando tinha a idade deles. Hoje sei que minha responsabilidade é maior. Tenho que colocar a bola para dentro. Quer pedalar? Pode fazer o futebol alegre. Com eles é dar confiança e fazer eles jogarem com alegria.

Importância da vitória contra o Resende

Depois que entrei no vestiário que entendi a situação. Estávamos muito pressionados. Importante foi a vitória. São coisas do futebol. Queria que jogasse bem, mas depois que entendi. Precisávamos da vitória, era o mais importante de tudo.Acompanhou a convocação da Seleção?- Não penso, não acompanho..Não é uma coisa que me cria expectativa, não. Fico tranquilo, meu foco é total aqui no Fluminense.

Duelo com Jefferson no clássico

Fiquei feliz com a permanência do Jefferson no Botafogo. Fortalece o futebol carioca. Goleiro de seleção brasileira, com caráter acima da média. Ganhamos muito com ele aqui no Rio. Ele cresce muito, principalmente contra o Fluminense. Difícil fazer gol nele, mas vou continuar nessa briga. Queremos fazer os três pontos.

Preparação durante esta semana

Fizemos treinos físicos fortes, treinos táticos. Vimos bastante vídeos do Botafogo. Nos soltamos muito mais do que na última semana, essa foi a melhor de todas.

Algoz do Botafogo?

Pergunta que sempre me fazem e não sei responder. Enfrentar o Botafogo não é fácil. Devem fazer essa pergunta lá também. A tensão é maior. Dificuldade só aumenta. A bola acaba entrando. Mas estou precisando desse golzinho, queremos essa vitória.

Longevidade e o adeus de Léo Moura

Eu vi a despedida do Léo, achei bacana. Vi a emoção. Quando um jogador fica muito tempo e cria relação de carinho com o torcedor, jogadores, funcionários, é mais do que merecido. Desejar sorte. Não penso nestas marcas, mas a única coisa que não me vejo é fora do Fluminense, ainda mais com esse contrato longo.

Importância de não deixar o Bota fugir na ponta

Vitória seria importante porque é uma chance de encostar no Botafogo e não deixar eles abrirem. Tem a importância de ser um clássico. Esses são os principais pontos.

O Botafogo é uma surpresa

Surpreendente pelo que aconteceu no ano passado, mas estão mostrando que são merecedores. Estão mostrando um futebol ofensivo e levando poucos gols. Provaram que viraram a página do ano passado. Estamos alertas.

Importância de voltar a marcar

Especial o jogo porque é clássico. Sempre bom fazer gol em jogo assim. Ciente de que nesta partida a maior importância é a vitória, mesmo que por 1 a 0, com gol de quem quer que seja. Treinamos bem, houve uma evolução grande e estamos muito confiantes.

Mudanças no time

Estamos buscando oscilar o menos possível para buscar um equilíbrio, para termos uma equipe organizada para atacar e defender. Processo natural, já era esperado. A gente fica nessa batalha dia a após dia para evoluir o quanto antes.

Por Explosão Tricolor / Fonte: GloboEsporte.com