Entrevista especial com o Cícero




Confira a entrevista completa do meia Cícero ao portal Globoesporte:

Que avaliação você faz desta temporada, tanto individualmente quanto para o Fluminense?

Cícero: faço uma avaliação muito positiva. No início do ano todos sabem das coisas adversas que aconteceram, como a saída da patrocinadora. Acabou que eu saí, mas depois que retornei meu foco foi totalmente o Fluminense. Principalmente depois da chegada do Eduardo Baptista, vejo um momento muito bom meu, como já tive outros. Estou me firmando jogando por dentro, como segundo ou terceiro homem de meio de campo. Sei que posso ajudar muito desse jeito.

Esse posicionamento como segundo volante é o seu preferido? É onde você acredita que rende mais?

Cícero: Tive vários momentos bons, fiz vários gols, mas o gol é consequência sempre. Ali é onde gosto de atuar mesmo, como terceiro ou segundo homem de meio de campo. Até por objetivos que eu tenho na cabeça, como ir pra Seleção. Na minha vida sempre tracei metas para alcançar, e tenho conseguido. Deixo acontecer naturalmente. Estou feliz onde estou jogando. Claro que fico mais longe do gol, mas também fico satisfeito de ver o time jogando, criando oportunidades, o que tem acontecido nos últimos jogos.

Como segundo volante a bola passa muito mais pelo seu pé…

Cícero: O Eduardo quando conversou comigo disse que se preocupava bastante com a saída de bola, em chamar o jogo, em dar qualidade. Estou tentando fazer isso, e na minha concepção tem sido satisfatório. Quando vejo que o time está jogando fico feliz, mas é claro que sabemos que o time está dando uma oscilada ainda.

Você acredita que o seu posicionamento tenha sido a grande mudança feita por Eduardo Baptista no Fluminense?

Cícero: Isso eu deixo para outras pessoas avaliarem, mas o que eu tenho escutado é que depois desse meu posicionamento o Fluminense tem jogado mais, tem tido mais posse de bola. Minha função é entrar e fazer o meu melhor para ver se o time consegue ter bons frutos.

Acredita que nesta função uma possível convocação para Seleção fica facilitada?

Cícero: Para ser sincero… Acho que a Seleção está servida de grandes jogadores, mas eu jogando como um segundo volante acho que posso ter grandes chances no futuro, lógico. Mas isso tenho que continuar mostrando dentro de campo. Não sou obcecado, mas são coisas que podem acontecer naturalmente. Cada treinador tem sua filosofia de trabalho, e dentro das minhas características tento fazer o meu. Mas é claro que é um pensamento para defender as cores do meu país… Quem não gostaria?

Você talvez tenha sido um dos mais afetados pela saída da Unimed. Como foi aquele processo de decidir seu futuro, não participar da pré-temporada nos EUA…

Cícero: Minha cabeça estava no Fluminense. Lógico que às vezes as propostas acontecem, e naquele momento foi uma coisa boa para mim e para o clube. Sabíamos da dificuldade, da reformulação que o clube ia ter. Eu vi que era uma necessidade sair, mas também não demorou muito, porque acabei retornando na metade do ano.

Com foi essa curta passagem de oito jogos pelo Al-Gharafa? O que aconteceu para retornar rápido?

Cícero: Eles têm a cultura de a cada janela trocar os jogadores. Eu tinha o contrato de um ano e meio, estava feliz, fiz quatro gols e dei quatro assistências em oito jogos. São números bons, mas às vezes você vai para uma cultura totalmente diferente e acaba não entendendo. Como era empréstimo e eu tinha contrato com o Fluminense, fiquei feliz de voltar.

A sensação no clube é de que você voltou mais entrosado, mais ciente da importância que tem no elenco. No clássico com o Vasco, foram divulgadas imagens em que você fala na corrente dos jogadores… Você concorda que voltou um pouco diferente?

Cícero: Isso não aconteceu só neste jogo, tem acontecido frequentemente. Quando voltei ao clube, coloquei na cabeça que, independentemente de qualquer coisa que aconteça, a nossa profissão, o trabalho é dentro de campo. Quando voltei, pensei que tinha que jogar meu futebol e ajudar o clube. Desde a minha primeira passagem (em 2007), tive momentos bons, ganhei título… Infelizmente não conseguimos alcançar agora, mas pênalti é loteria. Às vezes não sou de falar muito, mas de vez em quando sinto a necessidade de ajudar em alguma coisa. No vestiário contra o Vasco era uma situação que o Fred falou e depois eu senti a vontade também, porque vínhamos de uma eliminação, e poderia ter um baque. Futebol requer motivação, e não dá tempo de baixar a guarda, senão te atropelam.

Esse seu jeito mais calado faz as pessoas por vezes o verem como um cara sério, meio distante… O Cícero é assim?

Cícero: Não, sou um cara bem tranquilo. Quem me conhece desde pequeno e quem convive comigo sabe que sou extrovertido também. Às vezes você é muito julgado sem as pessoas te conhecerem.

Brinca no vestiário, coloca uma pilha nos companheiros?

Cícero: De vez em quando os meninos colocam uma música, um funk, e de vez em quando a gente dá umas risadas.

Constantemente surgem notícias de clubes interessados em contratá-lo, como o caso do Cruzeiro. O que pode dizer para a torcida sobre 2016? Vai ficar no Fluminense?

Cícero: Eu tenho contrato até junho de 2018 aqui, e minha cabeça está aqui, estou feliz aqui. Sempre estive. É um clube em que sempre me dei bem. Se chegar proposta, e acredito que não tenha chegado ainda… Ás vezes até se escuta falar de interesse, mas essas coisas sempre deixo nas mãos do meu empresário para resolver. Todos procuram as melhores opções para a vida, mas a minha intenção é de ficar. Não vejo motivo para sair, meu momento é muito bom.

Está animado para a próxima temporada?

Cícero: No final do ano, sempre tento fazer um balanço do que fiz. Minha motivação é para treino, jogo, na fase ruim, fase boa… Lógico que aliar motivação com uma fase boa é melhor ainda, mas sempre que entro dentro de campo dou meu máximo. Nem sempre as coisas acontecem como você pensa, mas minha motivação eu procuro manter. Isso porque minha preocupação é ter uma regularidade de média para alta. Jogador de alto nível tem que ser assim para conseguir coisas melhores na vida. Durante os 12 anos da minha carreira eu tento manter esse foco. E no meu balanço de cada ano sempre tiro o que posso melhorar, o que foi bom, o que não foi. Aí na temporada seguinte tento fazer igual ou melhor.

Por Explosão Tricolor / Fonte: Globoesporte / Foto: Fluminense FC