Falta identificação e alma




Foto: Lucas Merçon/FFC



Tricolores de toda a terra, imagino o sentimento de todo torcedor no dia de hoje, independente se você esteve ou não no Maracanã ontem. Estar no Maracanã ontem é só mais um requinte de crueldade para com os apaixonados pelo Fluminense.

Este artigo não tem como objetivo abordar o jogo de ontem em suas nuances, mas todo o conjunto da obra que envolve o “mundo” tricolor.

Fomos tomados nas últimas semanas por polêmicas envolvendo o problema do não engajamento da torcida nos estádios, com uns defendendo a sua participação mais efetiva, e outros defendendo a ausência inclusive como forma de protesto por boicote. Pois bem, acho que nesse debate faltou debatermos o que é mais relevante nisso tudo, a relação clube x torcida.

Dentre muitas defesas do porquê devemos criticar a torcida não engajada, ouvi pessoas dizerem: “ah, mas na Série C os dirigentes também eram ruins e a gente apoiava.” Sim, concordei em parte com esta alegação, entretanto, além dos tempos serem outros, e eu tenho grande preocupação em não ser anacrônico, ressalto sem medo de estar errado, que não havia um distanciamento tão grande entre clube e torcida.

Amigos, hoje jogador insulta a torcida, faz gestos críticos, não a cumprimenta nos jogos, não veste a camisa ou se preocupa em ter algum comprometimento, e que se dane, NADA ACONTECE! Faz isso na Argentina para ver qual será a postura do clube!

Esta é uma tendência da maioria dos clubes brasileiros, mas o que interessa aqui é o Fluminense. Continuando na tese do comprometimento, vimos funcionários do clube debochar ou afrontar o torcedor, e isso esta aí explicito em redes sociais, não sou eu que estou dizendo, é só ir na zona de guerra do Twitter que verão.

Citei atitudes de jogadores, funcionários, e não poderia esquecer do próprio presidente do clube que acumula funções internas, mas que parece ter asco do contato mais direto com o seu torcedor. Não o vimos sob nenhuma hipótese manter um canal aberto com o seu torcedor, muito pelo contrário, detesta ser vaiado ou criticado, ou vocês não lembram da sua fatídica batida em retirada antes do fim do jogo contra o Botafogo?



Aproveitando o ensejo, volto ao derradeiro ano de 1999, quando éramos administrados pelo Presidente David Fischel, que era muito vilipendiado pela torcida devido à todas incertezas daquele tempo, mas que tinha uma postura totalmente diferente, mantendo-se incólume, no lugar de sempre, em sua cadeira no estádio do Maracanã até o fim do jogo, sem largar o navio a deriva, ou afundando junto com ele se preciso.

Nos tempos de hoje como citei, é diferente, temos um Presidente vaidoso, que gosta do vestiário, do glamour futebolístico, e que nos momentos difícil se esconde, não assume suas responsabilidades, que não mantém o elo com sua torcida. Isso porque nem citei as promessas de campanha não cumpridas como o voto online, de longe a maior e mais justa forma de promover a cidadania tricolor.

Piorando ainda mais o estado de coisas, vivemos um clima tenso entre a própria torcida contaminado pelo “diabólico” ano eleitoral.

Mas de qualquer modo, esse afastamento do clube para com sua torcida é a sentença de morte de qualquer instituição futebolística. É impossível dissociar torcida e clube, e isso é o que mais temo e o que mais tira o meu sono. O Fluminense de hoje tem essa marca de ser antagônico à sua própria torcida, pelo menos para mim isso está claro, e é o que mais me preocupa. Não há satisfação ao torcedor, mas há cobranças à torcida. E muito do estádio vazio tem relação direta com essa falta de representatividade, e vejo isso na boca de todos. Talvez o torcedor não são saiba reproduzir isso diretamente, mas indiretamente ele grita ao mundo que quer ser ouvido.

Diante de tal cenário, não há que se falar apenas em abandono do clube, pois acho que este “abandono” é mútuo!

Precisamos retomar este casamento clube e torcida. Não há outro caminho, sob pena de o navio afundar de uma vez!

Saudações Tricolores!

Leandro Quintella

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Por Explosão Tricolor

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