Faltou futebol

No G4 do Brasileirão, na briga pelo título, com festa da torcida. O cenário parecia ideal, para os otimistas e pessimistas. Desta vez, foi o segundo grupo que assistiu suas projeções se realizarem, para o desespero de todos. O Fluminense não conseguiu jogar diante do Grêmio e terminou derrotado pelo placar mínimo em pleno Maracanã. 

Sem Yago Felipe, de fora por conta da Covid, pensei que Odair Hellmann iria iniciar com Ganso, que faria sua segunda partida seguida como titular pela primeira vez no ano. Também imaginei que o garoto Luiz Henrique estaria entre os titulares. Errei nos dois nomes: Michel Araújo e Wellington Silva foram os donos das vagas. Donos só no nome, já que não conseguiram criar muita coisa. Se bem que isso esteve longe de ser uma exclusividade dos dois.

Diferente do padrão do time no Brasileirão, o Tricolor não começou o jogo em cima do adversário, assim como já tinha tido certa dificuldade nos minutos iniciais diante do Fortaleza. Até uma cabeçada do atacante gremista aos 11 minutos, eram os visitantes que controlavam as ações da partida. Depois daí, o Fluminense cresceu e igualou o jogo, sendo melhor por uns 10 minutos. 

Contudo, as coisas desandaram com uma bola perdida por Michel Araújo — foram dez ao todo*, em um só tempo — lá no campo de ataque. Armado para jogar no contra-ataque, os gaúchos aproveitaram a desorganizado e os espaços para abrir o placar aos 27 minutos. Todo mundo viu Pepê sozinho entrando na área. Igor Julião também, de bem longe. Ainda antes do fim da primeira etapa poderíamos ter empatado, mas o goleiro gremista salvou um desvio de cabeça de Fred após cobrança de escanteio. Que diferença seria ir para o intervalo com esse golzinho no placar!

O time voltou para a segunda etapa com duas mudanças: Ganso e Marcos Paulo entraram e Michel Araújo e Caio Paulista deram tchau. Não estava bom, mas nosso desempenho conseguiu piorar, muito por conta da entrada do camisa 10 — agora estou na dúvida se o Marcos Paulo entrou mesmo. Ganso cansou de errar passes, de tudo que era jeito. Mesmo assim, foi só ele entrar que o jogo do Tricolor passou a ser um pouco mais trabalhado, com mais trocas de posse. Mas nada que ameaçasse.

O que assustou foi a bola no nosso travessão aos 7 minutos. Além dessa oportunidade, que não valeu, os gaúchos saíram em condições de marcar em diversos outros momentos, mas faltou precisão. Poderiam ter feito mais um ou dois… O Fluminense? Bom, faltou tudo. Criatividade principalmente. Com menos de 10 minutos para o fim do tempo regulamentar, demos um sinal de vida! Ganso deu um bom passe para Felippe Cardoso, mas nem preciso falar o que aconteceu. Ou melhor, o que não aconteceu.

Na verdade, a partida como um todo parece não ter acontecido para o Fluminense. Talvez fosse até melhor assim, porque não teríamos que aguardar uma semana para poder esquecer uma atuação fraquíssima contra um time que está longe de ser aquele de alguns anos atrás. Enfim, acho que tínhamos totais condições de ter vencido, mas a realidade mostrou que, antes de qualquer coisa, nos faltou futebol.

Curtinhas

• Ainda que não seja um jogador criativo, sentimos a ausência do Yago Felipe;
• Precisamos de um lateral-direito urgentemente. E ele não é o Calegari;
• Novembro de 2020 e o Felippe Cardoso segue jogando pelo Fluminense. Já pararam para pensar nisso?
• Como seria bem-vindo um joguinho na quarta para podermos nos redimir quanto antes…

Saudações Tricolores, galera!

Carlos Vinícius Magalhães

*Fonte: SofaScore