Faz parte do jogo

Faz parte do jogo (por Vinicius Toledo)

O Fluminense ainda não está nem na metade de uma sequência de dezoito jogos em sessenta dias. Ela começou no dia primeiro de abril e vai até primeiro de junho. Vale lembrar que o time ainda disputará o Mundial de Clubes da Fifa. Outro ponto que merece ser lembrado é o de que a atual comissão técnica comandada pelo Renato Gaúcho assumiu com a missão de construir um novo Fluminense, pois o Mano Menezes não deixou nada de positivo ou será que já esqueceram a postura covarde em jogos decisivos e um time sem brilho algum na construção ações ofensivas?

A decisão de poupar o time titular contra o Unión Española, do Chile, dividiu a torcida. Eu fui a favor. E não mudo a minha opinião mesmo diante da fraquíssima atuação tricolor na capital chilena. Confesso que esperava uma vitória por conta da fragilidade do adversário, realmente esse empate foi frustrante, mas, no final das contas, deu para salvar um pontinho. Liderança isolada do grupo F mantida.

Ao contrário de muitos, que acham que o Fluminense não priorizará a Copa Sul-Americana, custo muito a acreditar que o clube não dará o devido valor ao torneio continental. A impressão que tenho é a de que o presidente Mário Bittencourt deu carta branca ao técnico Renato Gaúcho para tocar o planejamento para o restante da temporada. Com a agenda lotada de jogos, o planejamento precisa ser discutido semanalmente.

Sinceramente, a escalação que entrou em campo tinha total condição de vencer os chilenos, mas ninguém jogou rigorosamente nada. Para piorar, o Thiago Santos “entregou a paçoca”. Zero surpresa. Cheguei a mencionar no meu texto anterior sobre a minha única preocupação para esse jogo: a dupla de zaga. É bem verdade que a escalação poderia ter sido melhor, caso o Departamento Médico não estivesse cheio.

O Renato Gaúcho e a diretoria bancaram o risco. No fundo, acho que esperavam uma vitória. Soberba? Não acredito. Era o décimo terceiro colocado de dezesseis clubes do Campeonato Chileno. Eu também estava contando com os  três pontos, pois assisti aos dois jogos deles contra o GV San Jose, da Bolívia, e Once Caldas, da Colômbia. Não deu, faz parte do jogo. Ainda bem que o Nonato tirou da cartola um golaço.

Agora, a parada será contra o Botafogo, que não anda bem das pernas e estará desgastado do duríssimo jogo contra o Estudiantes de La Plata, da Argentina. Os titulares e até o Renato Gaúcho entrarão descansados. Se vencer, ninguém falará nada. Em caso de empate, surgirão algumas críticas. Já em caso de derrota, será o fim do mundo. Faz parte do jogo, é o risco assumido.

Porém, em especial, por conta do que está escrito nos dois primeiros parágrafos, seguirei com o meu posicionamento de deixar a comissão técnica trabalhar. No início de junho, deixarei aqui um balanço geral sobre todo esse desgastante jornada. De qualquer forma, vejo como algo positivo o fato de o Fluminense bancar decisões impopulares, mas que estão dentro de um contexto que pode fazer a diferença lá na frente, mas que também correr o risco de não dar em nada, Como eu mencionei algumas vezes ao longo do texto: “Faz parte do jogo”.

Forte abraço e ST

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