Feijão com arroz, Marcão!






Já passou da hora do Marcão bancar uma ideia própria para o atual Fluminense. Logo após a saída do Oswaldo de Oliveira, o time até alcançou resultados satisfatórios. Porém, as vitórias vieram com repertório limitado e com prazo de validade, ou seja, muita transpiração e, principalmente, defesas milagrosas do Muriel.

Contra a Chapecoense, por exemplo, a linha de frente protagonizou um show de horrores. Cada finalização longe do gol era uma pontada aguda no lado esquerdo do peito do torcedor tricolor. Não é de agora que os nossos atacantes mostram deficiência na hora de finalizar. Inclusive, o aperfeiçoamento desse fundamento sempre foi cobrado aqui no espaço desde a época do Fernando Diniz.

Como os treinos são fechados para a imprensa, não sabemos realmente se o elenco realiza algum tipo de treino específico de finalização, que é o fundamento que mais tem derrubado o Fluminense na temporada. Entretanto, a impressão é a de que realmente não há qualquer atividade visando uma performance melhor. Sendo assim, fica a pergunta: o que faz a gestão de futebol? Não há qualquer tipo de cobrança técnica?

Em 2010, me lembro do Muricy Ramalho fazendo o Diguinho treinar exaustivamente o fundamento do passe. Na época, o aguerrido volante chegou a reclamar, mas o comandante do tricampeonato tratou logo de mandar o “papo-reto”: “Ele reclama, mas é graças ao exaustivo treinamento que o nome dele vem sendo cogitado até para a Seleção Brasileira”. Foi a melhor fase da carreira do nosso ex-camisa oito. Seguramente, Diguinho foi um dos grandes nomes da conquista do Brasileirão de 2010.

Pois é, atualmente, o torcedor do Fluminense é obrigado a ver seus atacantes perdendo gols escancarados na pequena área ou até chutando na arquibancada, com o clube quase dentro da zona de rebaixamento. Agora é contar com a sorte e, principalmente, boa vontade dos jogadores para que o Fluminense saia dessa terrível situação. Ou seja, que tenham dignidade, honradez e compromisso moral.

Sobre o Marcão, conforme exposto no início do texto, já passou da hora de tomar coragem e bancar uma ideia própria. Ninguém é maluco de pedir invenções, na verdade, o caminho é fazer o feijão com arroz, ou seja, não encarar os adversários de peito aberto com três atacantes, apenas um cabeça de área, laterais sem cobertura, etc…  O sistema defensivo segue altamente exposto. Por mais que o Gilberto não agrade boa parte da torcida, não há como não considerar o peso da ausência de uma cobertura pelo lado direito.  

No momento, acredito que o mais aconselhável seja a escalação com um cabeça de área à frente da zaga, Allan atuando como segundo volante, Daniel como terceiro meia e o Ganso mais avançado como quarto homem do setor de criação. No ataque, manteria o Yony González com João Pedro ou Marcos Paulo, mas não descartaria a hipótese de lançar os dois garotos juntos. Nenê e Wellington Nem podem ser mais úteis nos 25/30 minutos finais. Lucão? Prefiro nem comentar. Gostaria de ver o Evanilson como opção, mas a questão de renovação contratual parece estar impedindo que ele tenha uma chance.

Por hoje é só, galera.

Forte abraço e ST!

Vinicius Toledo