Fernando Henrique conta a experiência de jogar a Série D: “É surreal”




Um dos jogadores mais polêmicos da história recente do Fluminense. Assim podemos definir o goleiro Fernando Henrique, que viveu dez anos no Fluminense. Uma hora no céu, outra hora no inferno. O goleiro fez história no clube ao ser campeão da Copa do Brasil 2007 e vice-campeão da inesquecível Taça Libertadores 2008. Hoje, Fernando Henrique está na última divisão do campeonato nacional, a Série D, e tem vivenciado experiências únicas dos gramados que ele julga impraticáveis para o futebol até mesmo a estádios sem arquibancadas ou cabines de imprensa. Para quem teve dias de glória no Maracanã, vestiu a camisa da seleção brasileira – foi convocado para o Jogo da Paz contra o Haiti em 2004 – e chegou a ser odiado pela torcida do Flamengo por conta de grandes atuações, o tempo mostrou para o goleiro uma nova vertente do mundo da bola.

– Tive grandes atuações contra o Flamengo, a torcida tem raiva de mim. Falam que eu pego muito contra o Flamengo. Eu vacilava, às vezes, porque era desatento em alguns jogos que eram considerados medianos. Nos clássicos e nas finais, se eu falhei foram poucas vezes, das muitas que eu joguei. A minha atenção era redobrada. Agora estou aqui. Não joguei a C e pulei direto para a D, o que me assustou muito. O Fernando Henrique não jogará mais a Série D depois dessa experiência. Não desmerecendo, mas não tem condições de se praticar o bom futebol em alguns campos na Série D. Os estádios não têm condições. Fomos jogar em um local que até a minha pelada tem campo melhor. É surreal aquilo. E o Remo não merecia isso – lamentou Fernando Henrique.

Fernando Henrique se diz financeiramente independente desde os tempos do Fluminense, e, apesar de negar extravagâncias com os três dígitos que caíam na conta todos os meses durante alguns anos, a vida com carros de luxo e viagens sempre fez parte de sua rotina.

– Eu fiquei no Fluminense muito tempo e passei uns cinco anos ganhando bem. Hoje eu poderia parar de jogar, mas não me vejo fazendo isso. Estou passando por um momento de reflexão aqui e eu falo para minha esposa que é para eu aprender a valorizar as minhas coisas. Eu poderia viver de aluguéis, tenho três (imóveis) no Rio e quatro em Bauru, e mais um em Fortaleza, onde abrimos uma gráfica também. Sempre andei com carrões, mas também comprei minhas coisas. Tive um BMW Z4, Mustang, Camaro, uns 30 carros, mas nunca paguei mais de R$ 200 mil. Hoje tenho um Cadenza, um carro normal. Hoje não tem coisa melhor que estar em casa com a família.    

Por Explosão Tricolor / Fonte: Globoesporte / Foto: Wallace Teixeira/Photocamera (Divulgação)