
Ceará 2×0 Fluminense – Brasileirão 2025
Filme de terror do Fluminense no Castelão
(por Lindinor Larangeira)
Horror e mistério. A atuação do Fluminense Football Club, na tarde de domingo, na Arena Castelão, teve o roteiro de um péssimo filme. Digno do pior cineasta de todos os tempos, Ed Wood. Papel encarnado na bela capital cearense pelo galã Luis Zubeldía.
A falta de competitividade do time durante toda a partida foi assustadora. Um verdadeiro show de horrores. No primeiro tempo, nenhuma conclusão ao gol do adversário, que tinha desempenho medíocre, mas, pelo menos mostrava algum interesse pela vitória.
Antes das luzes se apagarem para o intervalo, Guga e Canobbio estenderam tapete vermelho para Fernando Sobral chegar na linha de fundo e cruzar para o gol de Galeano. A bola ainda resvalou em Freytes, antes da conclusão.
Expulsão piora o drama
Na segunda etapa, o diretor Zubeldía até tentou melhorar o filme. Mas sem mexer muito no roteiro. O 4-3-3, fracasso de critica e público, continuou. Diante das evidentes limitações do Vozão, o Fluminense até deu a ilusão de que poderia ter um final feliz.
A ilusão acabou com a expulsão de Ignácio, que parecia querer roubar o papel de vilão de seu companheiro de zaga. E como em uma história de zumbis, o Fluminense ressuscitou outro morto-vivo: Pedro Raul, que, contando com o desvio de Freytes, decretou o placar final de 2 a 0.
Tirando Fábio, sem culpa nos gols, tivemos em campo muitos vilões. Com destaque para o canastrão Guga. Verdadeira avenida.
Os mistérios das Laranjeiras
A falta de transparência é um filme tão repetido, quanto os clássicos da Sessão da Tarde. A longa renovação de Guga, jogador pra lá de limitado, é somente um prólogo bem fraco dessa fita, realizada pela dupla de produtores Bittencourt e Angioni.
Parceria que, mesmo gastando elevado orçamento, montou um cast bastante desequilibrado. Alguns atores com desempenho tão patético, quanto o do notório “Cigano Igor“. Na versão tricolor, “Cigano Everaldo“. Mas aí, já é novela.
Expliquem, por favor: se Samuel Xavier não podia jogar, por que Júlio Fidélis não ficou no banco? Por que Davi Shuindt é sempre preterido por Thiago Santos e Igor Rabello? E o Lezcano, um dos maiores investimentos do clube para a temporada, que quase nunca é testado, quando até os belíssimos vitrais das Laranjeiras sabem que Lima não é um camisa 10? Por que Lavega, que demonstrou qualidades não foi relacionado, e Santi Moreno, que até agora não disse a que veio, estava no banco?
São mistérios para além das ruas Pinheiro Machado e Álvaro Chaves.
Mude o roteiro, Zubeldía
Em artigo anterior, abordei a possibilidade de alteração do sistema tático. O time não funciona em um 4-3-3. Os pontas parecem estar fisicamente esgotados, não conseguindo recompor, fechando uma linha de cinco, apoiando o tripé Hércules, Martinelli, Acosta. Além disso, o melhor marcador desse trio, Hércules, também aparenta não estar bem fisicamente.
Por que não uma linha de quatro no meio, com três volantes e Lucho no vértice desse losango? É preciso fazer algo diferente. Se não houver mudanças, não será necessário dar spoiler para saber que o final desse filme será cinema catástrofe.
Coragem, Zubeldía.
PS1: Sempre defendi e gosto de Serna e Freytes, mas já passou da hora de irem para o banco.
PS2: Hércules, se não está 100%, também deve ser poupado nesse tal “controle de carga”.
PS3: Pelo menos Zubeldía reconheceu a má atuação do time. Espero que também, internamente, cobre mais atitude, mais vergonha na cara, da rapaziada.
PS4: Se não competir e tiver organização, periga fazer zero ponto nos próximos quatro jogos.
PS5: São quatro decisões. O espírito tem que ser esse.
PS6: Quem foi o “gênio” que renovou o contrato do Guga por quatro anos? Deveria explicar os motivos.
