Fla x Flu medíocre




Martinelli (FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)

Fla x Flu medíocre (por Lindinor Larangeira)

Sabe aquelas crianças que não conseguem lidar com frustrações? Pois é. Foi isso o que deixou transparecer o treinador rubro-negro Filipe Luís, na coletiva pós-jogo.

“O Fluminense não tem o peso do Flamengo de ter que se impor, então é mais fácil destruir do que construir”, afirmou o técnico, em uma fala carregada de soberba.

Desculpem os passadores de pano da imprensa, não se tratou de uma “declaração polêmica”, mas de um discurso pleno de arrogância, que me lembrou bastante aquela, tão desastrada, quanto imbecil entrevista do atacante Bruno Henrique, celebrizada em inúmeros memes, que alcançaram patamares inimagináveis na internet.

Concordo em parte com o jovem Filipe Luís, que, em minha opinião, tem tudo para ser um dos melhores treinadores do futebol brasileiro, quando a afirmação fica no campo do óbvio: “é mais fácil destruir do que construir”. Esse trecho refletiu o que foi a partida: um jogo de muita transpiração e nenhuma inspiração, sob o calor escaldante do verão carioca, em horário imposto pela grade da TV.

Após a formulação autossuficiente do técnico rubro-negro, seria lógico ouvir perguntas, como: o que o Flamengo criou durante o jogo? Por que você não conseguiu fugir da armadilha armada por Mano Menezes? Como um time que descansou uma semana, enquanto o adversário jogou um clássico, não conseguiu se impor?

Se o jogo foi medíocre, padrão do atual futebol brasileiro, que de bonito só tem a luxuosa e faraônica sede da CBF, na Barra, a qualidade da nossa imprensa esportiva é muito pior.

Destruir é mais fácil do que construir, ok. Mais fácil ainda é colocar um botinudo para caçar o jogador mais talentoso do adversário, sob o olhar complacente de uma arbitragem padrão Ferj. Ou seja, abaixo do nível atual do futebol brasileiro e da indigência da imprensa esportiva.

Sobre a partida, primeiro tempo em que o Fluminense anulou o Flamengo e de nenhuma chance clara criada por ambos os lados.

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Sem Thiago Silva no retorno, Freytes teve atuação segura e Ignácio provou que não pode ser reserva do esforçado Thiago Santos. Lima demonstrou, novamente, a pouca vocação para armar o jogo, como Mano, uma ausência quase total de ambição para vencer.

Era possível ganhar. Um pouco mais de ousadia e a entrada de Keno no decorrer do segundo tempo, talvez fossem as chaves para conquistar os três pontos.

O time foi mais competitivo. De bom, tivemos a partida segura e eficiente de Martinelli e Hércules, que botaram o meio de campo do rival no bolso, e as atuações honestas de Guga e Fuentes.

No final, na única chance clara de gol do rival, contradizendo “as muitas oportunidades a favor do Flamengo” que só Filipe Luís viu, Fábio nos salvou de novo, com milagrosa defesa.

Um jogo duro. Principalmente de se ver. Padrão Lelê e Paulo Baya.

PS1: Galera, um pouco mais de paciência com Canobbio. No esquema, se é que existe esquema, do Mano, a função do atacante (ou seria volante?) é fechar o lado de campo.

PS2: Serna tem entrado muito mal nos jogos. Continuo apostando nesse jogador, mas a comissão técnica tem que fazer um trabalho para melhorar o passe e a tomada de decisão desse atacante.

PS3: É gritante a necessidade urgente de um camisa 10 e de um 9. Enquanto Textor deve contratar o ótimo Rollheiser, Mário e Angioni dormem no ponto. Acordem, senhores!

PS4: Mano é um treinador de pensamento pequeno. Até o jogo contra o Águia Marabá não será tranquilo.

PS5: Só para não esquecer: #ForaMano