Fluminense estilo 2012

Um time pragmático, que evitava os gols dos adversários antes de tentar fazê-los. O Fluminense de 2016 pode ser a reencarnação do Fluminense de 2012. Ouvindo a entrevista do Fred na segunda-feira contrastada com a apresentação do último domingo, prevejo um Fluminense cada vez mais ciente de suas limitações. Somado a isso, nosso grupo tem muitos jogadores rápidos. É quase uma obrigação investirmos e treinarmos a exaustão o contra-ataque.

No domingo jogamos o básico. Como em 2012. A síntese dessa tese está na forma como se construíram os três gols. O primeiro gol foi na famosa “bola parada” (nosso ponto fraco em 2015, ofensivamente e defensivamente falando), o segundo gol foi aproveitando o erro do adversário e o terceiro gol foi graças ao nosso diferencial técnico (que em 2015 se resume a Fred e Scarpa). Essas eram três claras características do time do Abelão. Além da pouca exposição defensiva e alto aproveitamento dos contra-ataques.

Tudo isso para explicar a mudança que pode mudar o panorama do time para 2016. O Fluminense não pode propor o jogo. Não tem time pra isso. Talvez o Corinthians seja o único time com condições de propor o jogo no Brasil. Mas mesmo propondo o jogo, o time do Tite é objetivo ao extremo.

No contexto internacional também vemos a valorização da objetividade. O tiki-taka do Barcelona durou até encontrar o Bayer de Heynckes em 2013, onde a objetividade derrotou a posse de bola, mesmo com jogadores menos privilegiados tecnicamente. O Bayer de Guardiola caiu diante da objetividade do Real Madrid do Ancelotti. O Chelsea pragmático do Di Mateo ganhou uma Champions League.

A meu modo de ver só falta um detalhe nesse time: um meia passador. O Fluminense esteve acostumado nos últimos anos a contar com excelentes meias, capazes de achar espaço nas zagas adversárias, deixando os companheiros na cara do gol. Conca, Deco e Thiago Neves tornavam o time menos previsível. E, consequentemente, nossas melhores campanhas tinham, pelo menos, um dos citados. Achar no mercado esse jogador é difícil. Mas é imprescindível.

Tabelinha:

1 – Kaká poderia ser esse meia temporariamente. Daria tempo da diretoria analisar com calma e dar o tiro certeiro ao final da temporada europeia. E ao contrário de alguns tricolores, creio que Kaká não pode ser comparado ao R10. Kaká ainda é profissional.

2 – 1° volante titular do Corinthians na ascensão do time no campeonato era o Bruno Henrique. No melhor momento do Atlético era o Rafael Carioca. No Grêmio era o Wallace. No São Paulo era o Rodrigo Caio. Quatro jogadores jovens, com muito vigor físico. Não à toa nosso melhor momento foi com o Edson de 1° volante titular.

3 – Gum é um caso a ser estudado. Bastou um gol, uma atuação segura e temos um dos melhores zagueiros do Brasil. Não é assim, gente. Gum está num declínio técnico incrível e a melhor opção será negociá-lo. Mas mesmo assim tem a minha admiração. A marca de trezentos jogos no Fluminense não é pra qualquer um.

4 – Não tinha parado pra pensar: o Avaí tem dois centroavantes que poderiam ser reservas do Fred tranquilamente. André Lima e Léo Gamalho possuem presença de área, bom cabeceio e fazem bem o trabalho de pivô. Outra boa opção seria o Kieza, do Bahia.

5 – Angel Romero fez gol. Gum fez gol. Osvaldo fez gol. Riascos fez gol. Na mesma rodada. Será isso um sinal do fim dos tempos?

Ruan Veiga / Explosão Tricolor

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