Fluminense x Atlético Mineiro: foi por pouco…

Fluminense x Atlético Mineiro: foi por pouco… (por Lindinor Larangeira)

Uma partida com cara de Libertadores e que, por muito pouco não terminou com a vitória do Fluminense. Foi assim o jogo da tarde deste sábado, no Estádio Kleber Andrade, em Cariacica, na Grande Vitória.

Confesso que a escalação inicial, com Marquinhos na lateral e Lima de segundo volante, me causou calafrios. Mas como no futebol não existem certezas absolutas, a dobra de ponteiros pela direita funcionou.

Logo aos três minutos, em jogada de Marquinhos e Douglas Costa, Cano só teve o trabalho de escorar para as redes.

O tricolor saiu na frente e poderia até ter ampliado o marcador no primeiro tempo, em que foi superior ao Galo,  jogando com uma disposição e competitividade que não se viam há algum tempo.

A equipe também teve a inteligência de alongar o jogo para amenizar a marcação alta do adversário. Marquinhos, escalado na súmula como lateral, atuou na verdade como ponta, dando profundidade e anulando a melhor válvula de escape dos mineiros: o corredor do ótimo Guilherme Arana.

Quem cumpriu a função de fechar o nosso setor direito foi Martinelli, que tem sido um jogador extremamente importante para o time. Outra partida muito boa desse moleque de Xerém.

Lima, por outro lado e pelo outro lado, fez uma boa partida, não como segundo volante, mas como um meia pela esquerda.

Resumo do primeiro ato dessa ópera: nó tático de Diniz em Milito.

No segundo tempo, o técnico argentino do Galo fez a leitura tática correta e mudou o rumo da partida. O Fluminense era sufocado por um adversário aguerrido, um galo de briga, que variava o jogo pelos dois lados do campo.

Percebendo isso, Diniz respondeu com boas alterações, que colocaram o tricolor com a vantagem de dois gols no placar. Jogada de Alexsander e gol de Renato Augusto, que entraram muito bem

A partida virou um jogo de xadrez, no melhor estilo de grandes mestres agressivos, como Bobby Fischer e Mikhail Tahl. Milito mexe nas suas peças e dá o primeiro xeque, diminuindo a vantagem do Flu.

Diniz faz um lance fraco, que no xadrez tem o símbolo da interrogação (?), e coloca o peão atrasado, Terans no tabuleiro. 

O campeão da América perde o meio campo e a intensidade. Em outra falha defensiva, agora do garoto Felipe Andrade, sofre o gol de empate, marcado novamente pelo chileno Vargas, que parecia ter a força de um bispo bom em campo. Ou seria no tabuleiro?

Sobre os gols sofridos, o primeiro uma falha de Manoel, que não teve o tempo de bola e a velocidade para evitar a infiltração de Vargas. No segundo, quem fazia a frouxa cobertura pelo nosso setor direito e deu um enorme espaço para o cruzamento de Paulinho? Se você respondeu Terans, ganhou uma partida de xadrez, a ser jogada de pretas, contra esse colunista.

Manoel não comprometeu no primeiro tempo porque jogou pela direita, com o corredor bem fechado e teve a companhia do melhor zagueiro do atual elenco, o quarentão Felipe Melo. Quando trocou de lado e de companheiro, voltou a ser o defensor lento e inseguro, que ainda não recuperou o melhor da forma.

Felipe Andrade falhou no segundo gol? Óbvio que falhou ao marcar a bola e não se antecipar. Mas no geral esteve bem, e continuo avaliando que o garoto deve formar a zaga com o seu xará. Pelo menos até o retorno de TS3, caso o Monstro volte mesmo. E mesmo com esse retorno muito aguardado pela torcida, outro zagueiro tem que ser contratado. 

No final do jogo, embora muita gente tenha achado a obtenção de tablas, digo, empate, um resultado ruim, isso é bom sinal. Afinal, se empatar com o time que vem praticando o melhor futebol do continente for um mau resultado, estamos retomando o caminho certo.

O time foi competitivo e guerreiro. Teve a cara e o jeito de Fluminense.

E que venha o Colo-Colo!

PS1: Com atraso, parabéns aos nossos moleques de Xerém por mais um título.

PS2: Quando a diretoria do clube vai tomar uma atitude contra o nosso maior algoz: o árbitro Raphael Claus? Junto ao chileno Vargas, foi o melhor jogador do Galo na partida.