Fui ver o Flu




Na última quarta-feira, jogo contra o Criciúma, consegui descer a serra para ver o Fluminense de perto. Não é sempre que consigo, então, fiquei animado com a chance de ver o Flu. Cheguei ao estádio e me aloquei em frente a bandeirinha do lado direito da arquibancada atrás do gol e estava vazio durante o primeiro tempo. Nesse primeiro momento pensei no jogo em que o Léo iria fazer. 

Venho satisfeito com a evolução dele desde sua última passagem. Na verdade, achei desnecessário o empréstimo dele para ficarmos com Giovanni e W. Matheus. O garoto é alto, forte e tem tudo para evoluir ainda mais. O que me preocupa são os momentos de mano a mano com o defensor e os cruzamentos que ele desperdiça com uma execução pouco pensada. Me fica a dúvida se a força que usa para chegar ao fundo acaba e sua oxigenação diminui quando vai executar um dos fundamentos principais para sua posição. De qualquer forma, acredito que ele poderia treinar mais cruzamentos, mesmo após à carga diária. Muitos treinam faltas, finalizações, penalidades máximas, por que não cruzamentos?

O jogo começou e vi o nosso lateral-esquerdo chegando ao ataque. “Vai cruzar, vai cruzar”! Corte para o meio e assistência para o belo gol do Douglas! Minutos depois, pênalti para o Fluminense e eu já olhei bem onde eu estava para marcar a sorte. Dando tudo certo eu ficaria naquela posição da arquibancada em todos os jogos! Bem depois, no terceiro gol, ele veio puxando para o meio e eu pensava: “cadê a perna direita Léo, cadê a direita” e ele não se afobou de novo e fez boa jogada para deixar o Sornoza na boa e soltar a bomba. Um comentário mais direcionado para o Léo ficou para o outro dia, mesmo achando que ele pode melhorar muito, ainda mais nesses quesitos.

Já com dois a zero para o Fluminense, começamos a errar mais que o adversário (palavras do Abelão) e o Criciúma veio para o ataque. Gol dos caras. Pouco tempo depois um gol anulado, feito com a mão. Um rapaz perto de onde eu estava começou a gritar: “assim não vai ganhar do Liverpool do Uruguai, assim não vai ganhar nem deles”. Olhei para trás para ver o poeta dessa frase e ele estava encarando a todos, pedindo aprovação. Ela nunca viria de mim e, então, virei para a frente e continuei a ver o jogo. O fim do primeiro tempo veio com um ufa ufa e decidi mudar de posição na arquibancada.

Começo do segundo tempo, eu na frente da bandeirinha, agora do outro lado da arquibancada e teve alteração. Douglas só acertou o gol, saiu e respirei aliviado. O garoto que entrou, Wendel, tem dado conta e, tirando alguns momentos, acho que foi bem nesse jogo também. O Fluminense perdeu muitas chances de fechar o jogo com tranquilidade e pagou por isso. Richarlison precisa de mais tranquilidade para definir. Da arquibancada me pareceu que ele pensou em fazer o mesmo gol que fez no fla Flu, o seu primeiro no Fluminense, mas o goleiro não saiu e não teve o feeling de dar um toque mais simples na bola. No rebote, para mim foi nítido o puxão na camisa do Marcos Júnior e o Vuaden, que está engasgado desde o jogo contra o Palmeiras em 2015, irritou demais. Não me lembro de uma boa arbitragem dele em jogos do Tricolor. Quase acabou com a festa.

Os gols que o Criciúma fez, complicado comentar. Não temos como colocar a culpa no Cavalieri. Em ambos os casos a defesa ficou olhando vários jogadores terem possibilidade de empurrar para o gol. O segundo, que ocorreu logo depois do lance com o Marcos Júnior, é retrato disso.

Nossa defesa não sofreu gols em nenhum jogo da Taça Guanabara, com exceção da final, mas sofreu gol em todos os outros jogos do ano pela Copa do Brasil e Primeira Liga. Acho que um sinal de alerta já pode ser aceso no CT.

Fim do jogo com muitos ufa ufas pela pressão do Criciúma nos últimos minutos e classificação assegurada. Subi a serra tranquilo.

Teve na arquibancada

• Pessoas xingando o Marquinho antes de ele entrar em campo. Outras pessoas o aplaudiram. Quando ele entrou, acho que todo mundo lamentou;

• Renato ia fazendo um gol incrível! Comemorei muito e depois de gritar o famoso “nunca critiquei” para todos os tricolores em volta, vi que o gol foi anulado. Continuei criticando o cara.

Ir ao estádio é sempre bom. Acredito que valha mais do que quaisquer terapias. Lá você esquece os problemas e, pelo menos por duas horas a gente sua, xinga, grita e joga fora todo tipo de coisas pesadas que podem te afetar. Se termina com vitória do Fluzão, melhor ainda. Vale a pena ver o Flu.

Abraços,

Karel Leal

Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

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