Gangorra de emoções




Buenas, tricolada! Arrancamos três pontos valiosíssimos para nos livrarmos do rebaixamento lá em Maceió, contra o poderoso CSA. Goleada histórica de um a zero, que nos permitiu sair da zona da degola e pular duas posições, ultrapassando Cruzeiro e Ceará.

Aliás, estou com o meu amigo Rodrigo Belluco: o Fluminense não cairá pra Série B! Não pelos motivos convencionais, que credenciariam uma equipe a condições mais aceitáveis, e sim porque a concorrência é muito incompetente – e menos qualificada.

Ainda assim, que merda de sufoco acompanhar os jogos do Flu nessa reta final de Brasileirão! É um tal de taquicardia, dores de cabeça, enjoos, ânsias de vômito, caganeiras… Putz! Os caras pensam que somos heróis da Marvel ou da DC Comics!

O FFC fez um primeiro tempo sofrível. Ou melhor, a peleja foi horrorosa, neste período. O CSA conseguiu a proeza de ser pior do que a gente. Quem diria, eu, um tricolor inveterado e antigo no metiê (isso mesmo, grafia consagrada pelo uso), atestando uma superioridade teoricamente lógica do Tricolor das Laranjeiras sobre o simpático esquadrão nordestino! Ou quem sabe uma inferioridade irrefutável do valente time da Terra dos Malta e de Collor! Em outras eras…

Mas o fato é que nós tivemos mais posse de bola, controle de jogo, e uma quantidade de passes sem efeito e sem ofensividade irritantes. O onze em campo lembrou em várias oportunidades aqueles (poucos e maus) momentos “Dinizianos”, do primeiro semestre. Profundidade zero! Iniciativa zero! Coragem zero! E chances de gol, meia – no lance em que o Daniel isolou a pelota, depois de ótima jogada do excelente Caio Henrique pela esquerda.

A propósito, lembram-se daquelas cobranças reiteradas deste escriba sobre o aproveitamento do Caio na meiúca, e vez da lateral? Esqueçam! O Caio Henrique hoje é lateral mesmo. E dos bons!

A falta de razoáveis expectativas e esperanças tomaram conta dos tricolores diante das TV’s – talvez também tenham tomado conta das testemunhas presentes no estádio Rei Pelé! Será que na segunda etapa voltaríamos diferentes? Pois é, voltamos melhores, finalmente.

Logo de cara, o Flu amassou o CSA em seu campo. Tivemos vida mais fácil por isto? Que nada! Os contra-ataques puxados pelo interminável Apodi pelo nosso lado direito de defesa, às costas da Avenida Gilberto, lembrava muito uma simulação que vi há tempos, quando alguns bólidos da Fórmula-1 disputavam carreira com carros de passeio. Que inferno! E tomem sustos, bolas alçadas na nossa cozinha e testadas salvadoras da nossa zaga.

Isso aí, Nino e Digão foram irrepreensíveis, por cima e por baixo – e nas saídas de bola também. Da mesma forma, Caio Henrique sobrou na turma. Que saúde, que vitalidade, que categoria, que jogador! E olha que o cara deixou de assinalar dois gols “facinhos”, hein!

Allan foi o nosso homem de meio mais incisivo, muito embora tenha errado uns poucos passes e na transição. Contudo, a verticalidade que faltou no primeiro tempo sobrou na etapa complementar. E o principal responsável por isso foi o camisa 29.

PH Ganso realizou um início de jogo mais eficaz, e no segundo tempo cansou. Daniel melhorou demais depois do nosso primeiro e único tento: arriscou mais passes e enfiadas, movimentou-se com desenvoltura no gramado, mas permaneceu com o seu ponto cego inabalável… Como ele arremata mal pro gol! Foi substituído pelo (quase) inútil Nenê, que teve a pachorra de perder um gol que sacramentaria o nosso triunfo – e tranquilizaria os nossos corações. Mesmo mais descansado!

Marcos Paulo foi bem na parte final do jogo, mas acabou substituído pelo popozudo Pablo Dyego. Entendi a ideia do Marcão: retirar um atleta desgastado e acionar um atacante de sangue novo – e mais veloz. Seria a chance de matarmos o confronto nos contra-ataques. Porra, mas como perdemos chances claras de gol! Não é de hoje! Arrisco dizer que estaríamos brigando por G-8 se não tivéssemos tantas oportunidades desperdiçadas ao longo da temporada.

O Yony Gonzales igualmente esteve bem. Dedicou-se como de costume e criou várias jogadas pela esquerda do nosso ataque. Além de tudo, recompôs a nossa defesa permanentemente. Ainda foi premiado com o gol da vitória, de cabeça, após ótimo cruzamento do Marcos Paulo.

Marcos Felipe praticou boas defesas, salvou o Flu em duas ocasiões, e, portanto, não comprometeu. Yuri fechou os espaços na entrada da nossa área e acertou mais do que errou. Acho que a posição é dele, de fato. Ao menos até o final do ano. Surpresa foi a entrada do Aírton, em seu lugar! Em primeiro, porque não há critérios nas escolhas do nosso treinador-estagiário. Ora ele utiliza o Dodi, ora recua o PH Ganso ou o Daniel para a posição, na noite desta segunda-feira veio de Aírton…

Em segundo lugar… caceta, mermão, que pança está carregando o camisa 5! Misto de Bud Spencer com Branco! Ele esteve fininho há pouco tempo, mas voltou a ficar rechonchudo

Quanto ao Gilberto, não me pronunciarei mais! Enquanto o Marcão não utilizar o Julião, ou mesmo o Calegari, a quem venho insistentemente pedindo, recuso-me a avaliar as atuações naquele setor. Dá dó de assistir aos esforços – ineficientes – do outrora bom lateral-direito. Eu já mencionei aqui mesmo o respeito que nutro pelo camisa 2, especialmente pela hombridade, depois da séria contusão que o afastou das quatro linhas por seis meses, em 2018, em brigar por sua permanência no clube – com salários atrasados, incertezas políticas etc rondando Álvaro Chaves. E fiz referência, da mesma maneira, às tentativas vãs de o malandro acertar ultimamente. Mas os seus visíveis problemas físicos não permitem que, sequer, ele mate determinadas bolas que até os meus netinhos teriam facilidade de fazê-lo. Uma pena!

Nos últimos cinco minutos de duelo, os batimentos cardíacos aumentaram. Os alagoanos partiram pra dentro, tentaram de tudo, mas conseguimos segurar o resultado. Gangorra de emoções das mais sem graça, nocivas, perigosas e perversas com a tricolada!

Hora de planejar 2020 – com orçamento de Série A, pois, como eu descrevi lá em cima, não seremos rebaixados!

Mário Bittencourt tem que entrar de sola para a manutenção de Nino, Digão (pra elenco, mas quem diria?!), Caio Henrique, Yuri, Allan, Daniel, Evanílson e Speed Gonzales. Difícil? Pacas! Impossível? Jamais! Nada é utópico para o Fluminense! Não há grana, eu sei, mas a criatividade se faz necessária neste momento. Não me perguntem a fórmula… Sou torcedor apaixonado, e não o Presidente do clube!

Aliado a isso, é fundamental a contratação de um técnico mais renomado, de preferência um gringo – estão aí os exemplos do Brasileirão 2019… Os melhores treinadores são um português e um argentino. Não enxergo algum nome no mercado tupiniquim que me agrade.

A promoção de outros jovens da base também é premente. Mesclar juventude (com qualidade) e experiência via de regra gera bons desfechos e consequências. Temos lá o Metinho, o André, o Wallace, o Samuel, o Kaká, o Luís Henrique, enfim… Esta molecada agregando-se a Muriel, Maldini Ferraz, Digão, PH Ganso e outros decerto darão caldo. Da mesma forma, os meninos que já estão integrados aos profissionais neste ano deveriam ser mais observados na próxima temporada. E um comandante sem os vícios que o treinador local traz no seu bojo pode representar o plus de que precisamos. Estão na casa o Calegari, o Luan, o Miguel, o Zé Ricardo, o Lucas, o Marcos Paulo, o Mascarenhas, em suma, talentos não faltarão.

Algumas contratações pontuais – e dispensas – ainda dever ser levadas em consideração. Buscar, na pior das hipóteses, um lateral-direito, um ou dois zagueiros e um centroavante, homem de área, mesmo, é primordial. Sem devaneios. Sem colocarem a carroça adiante dos burros. Fred, os Thiagos (Silva e Neves) e demais jogadores especulados na imprensa são caros. Pés no chão tem que ser a premissa básica. Não se constrói uma canoa emendando todas as toras de madeira de uma só vez, mas sim amarrando uma a uma, com cautela e sem dar chances ao azar. Um mínimo equívoco pode significar o caos. Planejamento, doutor Mário, planejamento!

Ah, e os salários NÃO PODERÃO ATRASAR NOVAMENTE. Esta é a condição máxima!

No mais, vamos pra cima do Palmeiras. Espero ver o Maraca com lotação esgotada! Na nossa casa, mandamos nós. Que o Porco Paulista fosse mais competente pra garantir o vice-campeonato lá atrás. Temos que sacramentar a permanência na elite do futebol nacional o quanto antes, né não, galera? Saiam pra lá, palmeirenses, aqui é Fluzão! Nos vemos no maior do mundo, na próxima quinta-feira!

Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon