Golaço de Gabriel Teixeira, avaliação dos reforços, semifinal diante da Portuguesa e muito mais: leia a entrevista coletiva de Roger Machado




Roger Machado (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)



Comandante tricolor concedeu entrevista coletiva no Maracanã

Após a vitória do Fluminense por 4 a 1 sobre o Madureira, na manhã deste domingo (25), o técnico Roger Machado concedeu entrevista coletiva no Maracanã. O treinador tricolor falou sobre o desempenho de sua equipe, atuação de Paulo Henrique Ganso, golaço de Gabriel Teixeira, avaliação dos reforços, semifinal diante da Portuguesa, duelo contra o Independiente Santa Fe e muito mais. Leia a íntegra abaixo:

Vitória sobre o Madureira 

“O adversário construiu seu gol em uma jogada de bola parada em um jogo que estava equilibrado, com poucas chances para ambos os lados. No 1º tempo, carregamos a linha com quatro jogadores e ficou pouca gente dentro do bloco para articular essa bola, o que faz com que, ao basear a linha adversária, você não tem o espaço para jogar à frente dos zagueiros e nem tão pouco às costas. Quando corrigimos o posicionamento, quando colocamos a flutuar Cazares e Biel nas costas dos volantes, gerou dúvida na primeira linha e você tem a possibilidade de, aí sim, ou jogar dentro ou ter as costas com profundidade, como foi a jogada da penalidade no Abel.”

Semifinal diante da Portuguesa 

“O objetivo da vitória hoje não era fugir do clássico (contra o Flamengo), mas ter a vantagem que o segundo lugar tem em relação ao adversário que enfrentaremos. Era importante ter a tranquilidade com a vitória. Teremos jogos fortes na próxima fase, mas também estaremos focados na Libertadores. E isso divide as atenções.”

Duelo contra o Independiente Santa Fe

“A partir de agora a gente começa a projetar nosso confronto da Libertadores fora de casa. Penso que para um segundo jogo a ansiedade da estreia talvez não apareça com tanta nitidez como foi nos primeiros momentos contra o River. Jogo difícil, saímos do nosso domínio para enfrentar um adversário forte. Já tive embates na Libertadores. Mas estamos construindo algo que nos projeta e dá confiança, que possamos fazer uma grande Libertadores.”

Estreias de Abel Hernández e Raúl Bobadilla no time titular

“Engraçado, quando a gente não contrata, não contrata. Quando vem mais de é porque contratou muito. São jogadores com características diferentes. Raul (Bobadilla) é um centroavante, mas também tem mobilidade para jogar como segundo atacante. No Brasil a gente perdeu essa forma, imaginando que sempre precisa de um meia por trás dos atacantes para municiar os jogadores. O que propus hoje foi jogar com meia ponta, com dois atacantes na área, um deles procurando espaço, com posse de bola que a gente pudesse colocar o Cazares o mais rápido possível para dentro do campo, formando um meia com dois atacantes na frente para ele municiá-los. Eles restringiram um pouco as nossas ações mas, de modo geral, acho que funcionou bem. No segundo, com ajustes para que os dois não ficassem excessivamente grudados à linha defensiva, conseguimos ter mais fluidez e atacar as costas com intensidade.

Acho que foi uma boa estreia. Já frisei que quando chego faço uma entrevista com os jogadores, converso sobre os esquemas que pretendo jogar. Mesmo com duas linhas, ter um meia ponta é uma formatação completamente diferente. Hoje foi um esquema diferente, que a gente já tinha trabalhado em dois ou três coletivos e tinha funcionado bem.”

Avaliação dos reforços

“As atuações hoje, as experimentações, os jogadores que entraram e contribuíram, dão a confiança de que, ao contratar esses jogadores, com diversas características, não contratamos quatro ou cinco jogadores. Contratamos mais, porque eles se desdobram e podem jogar em posições diferentes. O nível nos treinos aumentou muito, a competitividade aumentou muito. E são nos treinos que os jogadores se escalam. E assim vamos seguindo porque o ano é duro. O jogador não é reserva, ele está circunstancialmente como reserva. Cada jogador tem sua história. O campo é um grande mercado. Me compra cinco minutos que ofereço mais em outra circunstância, que pode acontecer imediatamente ou não. Faz parte do jogo e, sobretudo neste contexto de pandemia, em que a qualquer momento alguém pode testar positivo. Tem todo mundo que estar à disposição e bem treinado.”

Atuação de Paulo Henrique Ganso

“Tenho que elogiar o profissionalismo do Paulo desde o primeiro momento. Na primeira conversa, ele relatou que gostaria de ter mais tempo em campo, diferentemente do ano anterior. Mas na conversa relatei que essa função que o Paulo atua, pra mim, deve funcionar muito mais como meia atacante do que como meia articulador excessivamente. Que esse jogador, quando não estiver no processo de articulação – não vejo única e exclusivamente obrigação do camisa 10 articular o jogo como centralizador das ações -, que ele esteja próximo ou dentro da área. O Paulo tem cumprido muito bem nos momentos que está em campo.

Em entrevista passada disse que gostaria de colocar todos que estão no banco à disposição para poder escolher o melhor, mas infelizmente não posso. A composição de um banco é feita, sobretudo hoje com mais opções, cada vez mais com especialistas nas funções. Eu tenho dois zagueiros, dois laterais, dois volantes, um meia e dou prioridade para ter mais jogadores de ataque que possam fazer posições diferentes dentro do campo. Para alguns compromissos, vou ter que deixar jogadores importantes (de fora). Não vai ser a primeira, nem a última. Mas jogador em campo cava seu espaço, como ele hoje conseguiu fazer, com um belo gol e nos ajudando.

Quando cheguei, frisei para ele que em uma conversa de aeroporto quando encontrei o Narciso, seu treinador na base, ele disse que o Paulo era um grande meia atacante sim. Que na base fazia muitos gols como que fez hoje, entrando dentro da área. Se puderem recuperar uma imagem na beira do campo, falei com ele o parabenizá-lo: ‘foi isso que o treinador me disse’. Ele e todos estão de parabéns. O grupo é forte e queremos que todos estejam preparados para jogar.”

Time com veteranos

“Não pensei na experiência. Pensei no tipo de esquema. Foi um time mais experiente, mas não tem relação nenhuma com a dificuldade apresentada em função da imposição do jogo do adversário. Pode ter uma coisa de entrosamento. Sobretudo ali na frente, com Abel e Raul, que ainda não estão tão habituados à nossa mecânica.”

Golaço de Gabriel Teixeira

“Com relação ao Biel, nos primeiros jogos com 23, me chamou muita a atenção a personalidade, seu tipo de jogo e comprometimento com as fases do jogo, pra defender e atacar. Sua leitura tática defensiva sem abrir mão de sua característica foram muito marcantes nos jogos que vi e pedi para que ele fizesse parte deste processo porque imaginei que ali estaria surgindo um jogador muito potencial. Ele estava ansioso porque entrava bem, levava o time para frente. É um jogador que finaliza bem mas não estava dando sorte. Mas hoje, na reza, estive do seu lado e falei: ‘agora deu né? Agora tenho certeza que a bola vai bater e vai entrar com mais tranquilidade’. É um jogador com grande potencial e chance de evolução.”

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Por Explosão Tricolor

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