Já passou da hora…






Para quem ainda não entendeu, não custa nada falar novamente: A SITUAÇÃO DO FLUMINENSE NO CAMPEONATO BRASILEIRO É PAVOROSA! O pior de tudo é que o Fernando Diniz segue firme com suas convicções mesmo não tendo jogadores compatíveis com o seu sistema de jogo.

Do meio pra frente, o Fluminense tem boas peças. No entanto, o sistema defensivo é uma tristeza. Muriel está na média nacional, mas não sabe sair jogando com os pés, algo de extrema importância para o funcionamento do sistema de jogo idealizado pelo Diniz. Gilberto só funciona como ala, ou seja, na formação com três zagueiros. Não à toa, perdeu vaga para o Igor julião. Na zaga, Digão e Nino também não passam segurança alguma na saída de bola. É suicídio querer que eles fiquem tocando bola na defesa! Já na lateral-esquerda, o improvisado Caio Henrique dá conta do recado.

Há quem acredite que a presença de um cincão porrador à frente da zaga seria o suficiente para colocar ordem na casa. Será? Em 2010, Gum e Leandro Euzébio eram blindados pela total entrega do restante da equipe na marcação. Até o Conca se doava muito. Já em 2012, a mesma zaga foi atropelada em vários jogos, no entanto, Cavalieri operava milagres e o ataque sempre decidia. Infelizmente, o atual Fluminense não tem pegada forte na marcação e nem goleiro milagreiro. E é aí que está o grande pecado do Fernando Diniz. Não considerar as limitações dos seus defensores é um erro imperdoável.

Mesmo não possuindo um grande elenco, o Fluminense tem condições de formar um bom time, desde que as limitações técnicas dos defensores sejam blindadas. Sendo assim, não dá para engolir a história de que o Diniz tira leite de pedra. A fixação pela posse de bola fez com que o detalhe da marcação fosse deixado de lado. E isso impacta até na recomposição, que geralmente é realizada no “modo Canal 100”, ou seja, um convite para os adversários fazerem a festa.   

Gosto bastante da ideia do Diniz, mas o resultado tem que estar acima de tudo. Ainda mais no atual Fluminense, que não pode pensar de forma alguma na hipótese de ser rebaixado. Para quem não sabe, em caso de rebaixamento, a cota da TV cairia de R$ 60 milhões para uns R$ 6 milhões.

É impossível não questionar a gestão de futebol do Fluminense. Será que a diretoria realmente está satisfeita? Após quase oito meses, o Fluminense só piora em termos competitivos. Será que o clube reúne condições de se dar ao luxo de apostar na “Revolução do Diniz”? A convicção do técnico está acima dos interesses e até da sobrevivência do clube?

Alguns defensores do Diniz alegam que o trabalho do técnico só começará a colher frutos no ano que vem. Caso o Fluminense escape do rebaixamento, pergunto: em 2020, todos os principais jogadores do elenco serão mantidos para colher os supostos frutos ou terá que recomeçar tudo do zero com o discurso repetido de que os frutos serão colhidos somente no outro ano?

Já passou da hora do Fluminense acordar…

Vinicius Toledo