Jornalista analisa empate entre Fluminense e Barcelona de Guayaquil e pede “olhar menos raivoso”




Samuel Xavier (FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)



Através de um texto publicado no jornal “O Globo”, o jornalista Marcelo Neves analisou o empate entre Fluminense e Barcelona de Guayaquil, pelas quartas de final da Copa Libertadores da América.

Na visão do jornalista, o resultado poderia ter sido um desastre, mas também não é o melhor dos cenários, porém, a partida precisa ser vista com um olhar menos raivoso. Confira o texto na íntegra:

“Poderia ter sido um desastre. Não foi, mas também não é o melhor dos cenários. O Fluminense teve o jogo na mão, o placar favorável e a chance de abrir vantagem na partida de ida das quartas de final da Libertadores. Porém, sofreu a virada e teve pênalti salvador no fim. Entre altos e baixos, a eliminatória segue aberta.

O empate em 2 a 2 com o Barcelona de Guayaquil ontem, no Maracanã, foi uma verdadeira montanha-russa de emoções para o torcedores tricolor, que se divide em dois sentimentos: ao mesmo tempo que respira aliviado, vê a vaga ficar bastante complicada.

Isso porque, com o resultado, o Fluminense terá uma missão ingrata na próxima semana: vencer o Barcelona em Guayaquil, no Equador, ou repetir o 2 a 2 para levar a decisão para os pênaltis. O jogo de volta será na próxima quinta-feira, e a vantagem pelo gol marcado fora de casa está ao lado dos equatorianos. Mas poderia ser pior, muito pior.

Antes que o torcedor mais efusivo reclame, Roger Machado tem, sim, a sua parcela de culpa. Neste caso, pelas substituições que pouco — ou nada — mudaram a estrutura tática da equipe e a insistência em peças que tiveram baixo rendimento durante os 90 minutos, apesar de o tricolor ter ficado com um jogador a mais a partir dos 31 do segundo tempo, quando Emmanuel Martínez recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso.

É natural também que o torcedor aponte o dedo para o lado mais fraco da corda nas cobranças — principalmente devido ao desempenho tricolor estar deixando a desejar nos últimos jogos — mas a partida diante do Barcelona precisa de um olhar menos raivoso.

Equilíbrio

A atuação do Fluminense não foi ruim apesar do tropeço, mas não dá para ter tamanhas reviravoltas em uma partida decisiva. Faltou experiência, faltou ter a cabeça no lugar e não cometer tantas falhas individuais. Uma demonstração clara de como funcionou a equipe tricolor foi o gol de Gabriel Teixeira: Uma bola cruzada na área, que contou com o choque do goleiro Burrai e do zagueiro León, e fez a bola cair limpa nos pés do atacante tricolor.

O primeiro tempo foi muito equilibrado e com poucas oportunidades para os dois lados. Mais eficiente, o Fluminense aproveitou a falha na defesa do Barcelona para abrir o placar. Minutos depois, porém, já poderia ter se complicado. Teve sorte ao ver Damián Díaz cobrando falta na área, Piñatares ficando com a bola de frente para Marcos Felipe e tocando para Mastriani mandar para a rede. Mas a arbitragem anulou o gol da equipe equatoriana e marcou o impedimento, que foi confirmado pelo VAR.

Até este momento da partida, o Fluminense foi dominante e poderia ter ampliado o marcador. Não é culpa de Roger Machado que o mesmo Biel tenha furado o passe para Fred após driblar o goleiro e optar por não chutar quando teve o gol aberto no início do segundo tempo. Mas é de sua responsabilidade a péssima atuação de Kayky, que nada tem produzido nos últimos jogos para ganhar minutos em campo. Mais uma vez, pouco contribuiu.

No entanto, isso passaria batido se toda a proposta construída pelo Fluminense não desmoronasse com um apagão. Seja por cansaço, por achar que a partida poderia ser resolvida a qualquer momento ou simplesmente por desatenção. Uma bola despretensiosa cruzada na área e Preciado, de cabeça, contou com a falha do goleiro Marcos Felipe para que o empate fosse anotado. Algo inaceitável.

Ali, o Fluminense desestabilizou e viu o Barcelona dominar as ações. Outro que falhou foi o zagueiro Nino, minutos depois, cometendo pênalti bobo em Garcéz — o atleta tricolor subiu com o cotovelo próximo da nuca do adversário. A penalidade foi cobrada por Cortez, que definiu a virada dos equatorianos.

Quando o desastre estava posto, um sopro de esperança veio no pênalti sofrido por Hernández. Fred cobrou e empatou. O 2 a 2 é um alívio, mas terá que vir seguido de vitória no Equador para o Flu se classificar”.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: O Globo

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