Jornalista detalha travas para acordo da Liga




Foto: BCB / Divulgação



A Libra (Liga de Clubes dos Brasil) aprovou uma nova fórmula para divisão de dinheiro de TV para uma futura liga para organizar o Brasileiro. O novo formato envolveu concessões de todos os clubes, mas principalmente de Corinthians e Flamengo, que têm as maiores receitas no ppv. A Liga Forte Futebol, no entanto, apontou suas exigências que não estão incluídas no modelo da outra liga, segundo o jornalista Rodrigo Mattos, do portal UOL Esporte.

A Libra tem entre seus clubes Corinthians, Santos, São Paulo, Palmeiras, Flamengo, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Grêmio e Bahia, entre outros. Já a LFF tem Inter, Fluminense, Atlético-MG, Fortaleza, além de outros 24 times. Só um acordo entre ambas (ou seus clubes) possibilitará a Liga única do Brasileiro.

A nova fórmula de divisão de receita da Libra tem uma diferença de 3,4 vezes entre o time que mais ganha e o que menos ganha, um modelo que, a partir de 2025 quando começaria a Liga, valerá depois de cinco anos ou quando a receita total atingir R$ 4 bilhões. Enquanto isso, há uma regra de transição de 3,9 vezes de diferença máxima entre o topo e base da pirâmide.

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Após a nova fórmula, uma nota da Liga Forte Futebol apontou quatro pontos que entende como “premissas básicas” para aderir à Liga. A primeira delas é que o teto da diferença seja 3,5 vezes logo de cara. Aí já há a primeira discordância.

Segundo, o modelo da Libra prevê 15% de dinheiro destinado para a Série B. A estimativa é de que, no mundo ideal, isso represente R$ 600 milhões, o que seria quase o triplo da receita atual da Segundona. A LFF, no entanto, exige que o percentual para as Séries B e C seja de 20% do total do bolo.

Terceiro, o modelo da Libra prevê que todos os clubes manterão o mesmo patamar de ganho atual sem perdas no valor absoluto. É uma medida para atender Corinthians, Flamengo e Palmeiras, que, segundo fontes da Libra, já fizeram concessões em termos percentuais. Esses clubes têm garantias mínimas de valor a receber no ppv atualmente.

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Em sua nota, a LFF afirma que o quantia mínima desses clubes para ppv “não pode ser mantida como referência para qualquer garantia de receita a partir de 2025”. Ou seja, Corinthians, Flamengo e Palmeiras teriam de aceitar uma eventual redução de seus ganhos atuais em números absolutos.

Esse ponto é, talvez, a maior trava. Dificilmente os clubes abrirão mão de terem a garantia do valor atual, segundo apuração com fontes da Libra.

Quarto ponto, a Libra ainda não mudou seu estatuto que prevê que decisões importantes só serão tomadas por unanimidade. A promessa é uma proposta para mudar para o percentual de 85% de clubes para alterar regras. A LFF quer que o quórum seja 2/3 de votos como necessidade para mudança.

Do lado da LFF, as quatro premissas são vistas como cláusulas pétreas, isto é, não tem como abrir mão. Do lado da Libra, há o entendimento de que, se há condições que não podem ser mudadas, não tem como haver uma negociação aberta. Por isso, há pessimismo na Libra em um acordo.

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De qualquer maneira, há uma chance de entendimento porque os dois grupos vão voltar a se reunir depois de longo afastamento. A Libra criou uma comissão para conversar com a LFF, e esta declarou estar aberta ao diálogo. Mas há vários pontos a negociar. Até porque, além dessas conversas sobre divisão de dinheiro da Liga, terá de haver uma negociação sobre investidores e gestores da Liga, já que cada grupo tem acordo com fundos diferentes e tem representantes diversos para estruturar o grupo.

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Por Explosão Tricolor

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