Libertadores não se joga, se ganha




FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

Libertadores não se joga, se ganha: Fluminense supera um defensivo Galo e sai em vantagem nas quartas de final (por Lindinor Larangeira)

“Libertadores não se joga, se ganha.” Na noite de ontem, no Maracanã, o time que teve a ambição de vencer, ganhou. O time que se contentava com o empate, ou, quem sabe, com a vitória por uma bola, perdeu.

Contra o Galo, o Fluminense chegou a uma impressionante invencibilidade na Libertadores, jogando em seus domínios, de mais de três anos. Foram 14 jogos, com 11 vitórias e três empates.

Talvez por conhecer a força do tricolor em casa, o treinador atleticano, Milito, montou um esquema extremamente defensivo. Com uma linha de quatro e outra de cinco, marcando a partir do meio campo, sem pressionar a saída de bola dos tricolores.

O primeiro tempo foi uma verdadeira partida cerrada de xadrez. Com poucas oportunidades e transcorrendo, praticamente, entre as intermediárias. A chance mais clara, foi desperdiçada em uma furada de Serna, que continua a ser importante para a dinâmica da equipe, mas como Kauã Elias, muitas vezes toma decisões equivocadas na hora de concluir.

Um time que buscou a defesa pela posse de bola. Foi o que se viu do Atlético, no começo da segunda etapa. O Fluminense, já com Antônio Carlos, que fez ótimo jogo, na vaga de Thiago Silva, que saiu contundido, assistia ao militismo. Uma variante argentina do dinizismo, em que o alvinegro mineiro circulava a bola, parecendo mais interessado em fazer o tempo passar do que chegar ao gol de Fábio.

Se Antônio Carlos fez o seu melhor jogo no Fluminense, Thiago Santos foi um monstro. Outra partida muito segura do “lobisomem”, que colocou um super-herói no bolso. O Incrível Hulk, ontem, esteve mais para Dr. David Bruce Banner…

Falando em gente famosa, O astro da música pop, Ed Sheeran, esteve no estádio e ficou encantado com o show da melhor e mais bonita torcida do mundo. “Amazing”, disse o cantor, que fecha esta quinta-feira do Rock in Rio.

Voltando ao jogo, a partir dos 15 minutos, o Fluminense reequilibrou e com as substituições, conseguiu passar a ter as rédeas da partida.

Quando Lima entrou em campo, alguém ao meu lado gritou: “Ô Lima, vê se faz um pouco mais do que o Martinelli”. Aliás, o meia, novamente, teve atuação pífia.

Em contrapartida, foi bonito ver Marcelo entrar como lateral e atuar como meia, junto com Ganso. E a ovação ao artilheiro Cano, que pode ser uma peça fundamental no restante da jornada. Sobre Lima, é limitado, mas, pelo menos, tem mais combatividade do que Martinelli.

Samuel Xavier, se ainda não foi o do ano passado, fez um jogo honesto. Como também fez Diogo Barbosa. Bernal tem qualidades, mas parece ainda não adaptado ao nosso futebol. Arias, se atuasse naquele time do Leblon, ou no de Água Branca, talvez fosse considerado o que realmente é: o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro.

No final, o prêmio para quem buscou a vitória e o castigo para quem se contentava com o placar zerado. Em passe de Marcelo e jogada de Keno, que entrou bem no jogo, Lima teve o seu momento Cano e concluiu para o gol do ótimo e catimbeiro Everson.

Neste momento, abracei o torcedor ao lado e disse: ele fez mais do que o Martinelli: fez o gol da vitória.

O jogo da volta será muito duro. Mas se o Fluminense jogar como time grande, tem grandes possibilidades de chegar a mais uma semifinal de Libertadores.

PS1: Tomara que a contusão do Monstro não seja grave.

PS2: Mais uma arbitragem leniente com a cera do time visitante.

PS3: Ed Sheeran you are amazing too!