Mais um clássico na conta




Mais um clássico na conta

Buenas, tricolada! Assistimos a um Flu e Bota bem movimentado. É aquilo, né? Os clássicos entre equipes de camisa, clubes históricos e de massa sempre nos reservam mais emoções. Mesmo com o Maraca recebendo apenas 18 mil torcedores, num embate onde teríamos o PH Ganso de um lado, e a estreia do Diego Souza do outro.

O Fluminense fez um primeiro tempo soberano. Não temo dizer que a equipe tricolor imprimiu um massacre tático sobre os alvinegros. Faltaram, ainda, a propalada verticalidade ofensiva a que tanto me refiro aqui, e uma melhor capacidade de finalizações e escolhas de jogadas mais efetivas, lá na frente, mas sobramos na turma. Dava pra matar a peleja nesta primeira etapa!

O Botafogo viveu de chutões de sua zaga para o Diego Souza resvalar de cabeça, na nossa intermediária, e servir os velozes Erik e Luís Fernando. Diga-se de passagem, o cara ganhou praticamente todas, tanto do Matheus Ferraz quanto do Léo Santos. Porra, eu estava irritado! Uma jogadinha simples de se marcar, e para tanto bastava os nossos zagueiros aproximarem-se mais do adversário e /ou saltarem utilizando-se do corpo – sem faltas. Certamente esta bendita segunda bola seria nossa. Aliás, arrisco dizer que o Matheus Ferraz fez a sua partida menos segura pelo Flu, desde que chegou ao Laranjal.

Talvez, no único lance perigoso dos alvinegros neste primeiro tempo, vimos o Rodolfo tocar na pelota, num pombo sem asas do Marcinho, de longe, e ela ainda explodir no travessão, antes de sair para escanteio. Muito cá pra nós, no Cartola F.C., quem tivesse escalado o nosso goleirão pontuaria bem por conta da defesa difícil, mas, na verdade, a bola quase passou entre os seus braços… Aí, a meu ver já seria falha! Beleza, segue o jogo!

Veio o segundo tempo, o esperançoso tricolor que vos escreve crente que o Diniz corrigiria esta jogada de cabeça do Diego, e logo a 1 min., ele ganha novamente do Léo Santos – ou do Caio Henrique -, serve o Erik, que devolve pro próprio Diego, que por sua vez passa de prima pro Alex Santana e… e… saco! Gol de pelada, caceta! Cochilada geral do sistema defensivo!

O Fluzão ficou meio atônito com o revés logo no começo dos 45 minutos finais do clássico, e deu certa liberdade para o Bota levar algum perigo à nossa zaga. Eles construíram algumas tramas pelos lados que nos assustaram, além de manterem o padrão do primeiro tempo: chutão do Gatito Fernandez, desvio de cabeça de Diego Souza, e o ataque do “inimigo” partindo em velocidade contra a nossa defesa. Oras, mantive-me irritado!

Depois desse susto inicial, o Flu voltou a equilibrar o jogo, passou a usufruir de suas melhores características – o toque de bola e a paciência para achar os espaços e as melhores oportunidades, e retomamos o domínio do confronto novamente. Mas os chutões para o Diego Souza permaneceram. Putz!

Gatito fez um milagre, no terço final da peleja, numa emendada de primeira do Luciano, após um cruzamento desviado na área preta e branca, de puro reflexo e boa colocação. Ah, e um tiquinho de sorte também, já que a pelota triscou a sua trave esquerda.

Em suma, desperdiçamos boas chances em contra-ataques, mas dos males, o menor: final de jogo, 1 a 1. Queria vencer os caras… Digo, preferiria ganhar todas. Mas sabemos que trata-se de uma façanha impossível! O bom é que encaminhamos a nossa classificação, dificultamos ainda mais a jornada de um rival que poderia engrossar o caldo em possíveis duelos finais, e mostramos mais uma vez que não mudaremos o nosso estilo de posse de bola, toques e domínio territorial, mesmo diante de adversários mais encardidos! Contudo, vale lembrar: falta ganhar do Vasco, porra! As finais vêm aí, e não abro mão disso!

Quanto às atuações, destaques para Everaldo, na primeira etapa. Se mantivesse a pegada, seria o melhor jogo do nosso atacante com a camisa tricolor. Airton, que fez 90 minutos bem honestos, apesar do terceiro cartão amarelo; e PH Ganso, que, além do tento, reafirmou as suas conhecidas qualidades. A propósito, vi o nosso camisa 10 atuar como jamais vira. O cara dedicou-se ao máximo, deu carrinhos, apanhou a rodo, recompôs a defesa, correu mais do que de costume, chamou o jogo pra si – obrigação de um grande maestro, e meteu ótimas bolas para os nossos homens de frente, o que lhe é contumaz. O Caio Henrique também se houve razoavelmente bem.

As decepções ficaram por conta da dupla de zaga, que deu espaços e perdeu todas as divididas pelo alto contra o Diego Souza; do Bruno Silva, que errou em demasia nas nossas saídas de bola, cedendo contra-ataques; e especialmente do Speed Gonzalez. Mesmo não se escondendo das responsabilidades, o colombiano errou tudo. Luciano parece sonolento, finge-se de morto, mas sempre leva perigo ao gol adversário. Além do mais, ele meteu duas bolas, no primeiro tempo, dignas de Deco, para Everaldo e Yony!

Fernando Diniz mexeu onde tinha que mexer. Infelizmente, a vitória não veio. Paciência! Que ela venha na próxima quinta-feira, no confronto de volta contra o Antofagasta, pela Sula!

Lembrando, o estilo de jogo implantado pelo Diniz, de toques defensivos constantes e que evitam os chutões, mesmo quando estamos pressionados, é até certo ponto arriscado, de fato. No entanto, vale salientar que ele é eficaz. Na maioria das vezes, plástico, e quando há mais precisão nos passes, deslocamentos mais constantes e velocidade, via de regra partimos em ataques promissores, com as linhas adversárias quebradas e com maior número de atacantes. Dá gosto de ver, galera!

Agora, meu povo, é aumentar a nossa corrente para conseguirmos a classificação lá no Chile, torcer para darmos mais uma porradinha no Flamengo, no próximo finde, e preparar o time para as semis do Cariocão – cá pra nós, estamos com os dois pés na vaga, né? Só se os deuses do futebol não nos permitirem é que ficaremos dos nossos sofás assistindo ao restante do Campeonato Estadual ser disputado pelos “inimigos”!

Até a próxima e saudações eternamente tricolores!

Rapidinhas:

– Gilberto ainda requer mais tempo de jogo para voltar a ser aquele lateralzaço do primeiro semestre de 2018.

– Lamentável! Três membros de Torcidas Organizadas do Fluminense foram presos por tentarem agredir a botafoguenses, na bilheteria 4 do Maracanã. Se criticamos a violência dos rivais, por que não devemos marretar também a nossa insanidade? Já não chega de bestialidades?

– Allan já, já vai pedir passagem. Cuide-se, Bruno Silva!

– Yony Gonzalez mancou e foi substituído. Tomara que não seja nada sério e ele não vire desfalque para o confronto contra o Antofagasta.

– Sabemos que ele vem de caxumba, e por isso merece algum perdão. Mas o Mateus Gonçalves ainda demonstra ansiedade na definição das jogadas de ataque. Ele aparenta querer mostrar serviço pro chefe constantemente. Calma, garoto!

– Quero ver Agenor, Nino, Mascarenhas, Caio Henrique de volante, João Pedro e Marcos Paulo nesse time do Diniz, contra o Fla! A hora das experiências é essa. Valem a vitória, a honra e a zoação sobre a molambada, com o triunfo, mas isto é secundário diante do contexto.

Ricardo Timon