Marcelo Teixeira detalha funcionamento do novo modelo de gestão do futebol do Flu




Para evitar a repetição de erros cometidos no passado, o departamento de futebol do Fluminense conta com um novo comitê de gestão que busca o consenso. Além de Abad e Abel, Fernando Veiga (vice de futebol), Alexandre Torres (gerente de futebol) e Marcelo Teixeira (gerente da base e do Flu Europa) compõe o grupo. Em longa entrevista ao site Globo Esporte, Marcelo Teixeira explicou como funciona o novo modelo de futebol do clube das Laranjeiras. Confira abaixo os principais pontos:

Durante a campanha eleitoral, o presidente Pedro Abad prometeu mudar o modelo de futebol do clube. Como é este modelo?

Marcelo Teixeira → Eu sou a única pessoa no futebol do clube remanescente da gestão anterior. Então, claro, isso me deu um conhecimento do passado. Óbvio que o atual era muito maior da base. Porém, por ser próximo ao Peter, transitar no profissional por vários momentos… tinha um histórico de conhecimento. Era mais do que natural que, em um primeiro momento, eu ajudasse um pouco a mais no que foi feito desde o primeiro dia de gestão do novo presidente até mais ou menos uma semana atrás. Acho que o modelo do Abad, muito falado na eleição, de fazer um futebol diferente, caminha. Não se muda nada em um mês ou em 45 dias de gestão. Mas hoje está claro que o Fluminense tem um modelo de gestão definido: a base, o Flu Europa e o profissional.

E, neste cenário, há uma figura centralizadora?

Marcelo Teixeira → É um modelo que não existe a figura centralizadora. Essa figura morreu, ficou no passado. Hoje não temos o homem forte que toca o futebol. Então, a ideia do colegiado, de um grupo de gestão, está em prática. Esse grupo é composto pelo presidente, pelo Fernando Veiga, pelo Alexandre Torres, pelo Abel e por mim. Tudo o que foi feito no futebol, desde o primeiro dia da gestão, passou por esse grupo. Não foi feito nada sem que todos estivessem de acordo. Discordâncias existem, óbvio, mas a gente chega a um acordo e segue em frente, com todos concordando. Então, na prática, funciona assim: o Alexandre Torres, junto com o Abel, que não é um técnico como outro qualquer, o Abel, principalmente aqui no Fluminense, tem responsabilidades maiores do que outros treinadores. O Abel participa de muita coisa. No dia a adia, eles tocam o futebol. Eles estão no CT, discutem, gerenciam o departamento, acompanham os treinos, os jogos. As decisões estratégicas são trazidas para o comitê.

Decisões de contratações, saídas…

Marcelo Teixeira → É o elenco. Quem vai subir da base, quem vai vir da Europa, quem vai treinar no profissional, reforços, saídas… Tudo isso é conversado para a gente tomar o melhor caminho para o projeto global do clube. Esse é o modelo. Quando desenhamos o modelo, que partiu da cabeça do presidente, com o meu apoio, a primeira coisa que falei foi: tínhamos de pensar no ser humano. Quem fosse estar dentro do comitê, deveria ser uma pessoa diferenciada, da nossa confiança. Foi aí que nasceu a ideia de Alexandre Torres e Abel. Os dois são pessoas diferenciadas, têm identificação com o clube. Traçamos o perfil, então: qualificação técnica, Abel campeão, Alexandre teve sucesso como jogador e foi capitão. Buscamos o perfil de liderança. E, por fim, a identificação com a base do Fluminense. Os dois formados no clube e identificados com a torcida. Pesou ainda no caso do Alexandre Torres o fato de ter exercido uma função nos últimos cinco anos em um grande clube da Europa (Manchester United). Ele fala inglês, e nós temos aspirações globais. Formamos um time para tomar decisões.

A implantação desse modelo é uma mudança de cultura. O mercado está preparado a isso?

Marcelo Teixeira → Claro que quando a gente fala de pessoas sempre existem opiniões diferentes. Mas temos confiança total em todos. Todos remam para o mesmo lado. Tem sido uma coisa simples e sem mistérios. Existem casos que as pessoas ligam para mim, e eu digo que gostaria que tratassem do tema com o Alexandre. E vice-versa. Aconteceram vários exemplos recentes. Por vezes, o caso era de um menino da base, e ligaram ao Alexandre. E ele me ligou, e eu toquei o caso. Teve casos que era mais ligado ao profissional e eu passei a ele. E teve os que os dois trataram. O Fluminense contratou um jogador (Lucas) em 2017, a decisão foi tomada no comitê. E a negociação foi tocada por mim e pelo Alexandre. Eu toquei boa parte da saída dos jogadores. Mas quando falo eu não digo que foi sozinho. Existe mais uma pessoa na engrenagem, mas ela não está no comitê, mas tem função importante, o preparei nos últimos dois anos, o Marcel Giannecchini, é um cara… era meu braço direito na base, foi no Flu Europa. E hoje ele responde pela base, pelo Flu Europa e pelo profissional. É meu braço direito e do Alexandre. Ele me apoia, apoia o Torres. O cargo é coordenador de projetos de futebol.

Quanto em percentual foi feito do planejado?

Marcelo Teixeira → É difícil falar em percentual. A gente conseguiu, eu diria, uma boa parte do planejado. Agora, seguimos em frente com o que temos. Tem atletas que estão sendo pouco usados. Abel tem a liberdade de usar quem ele quiser. Há atletas que treinam muito bem. Abel observa. E, se eles ficarem, poderão ser usados. Se há um reserva seu, com salário alto, claro que analisaremos qualquer proposta. Não há nenhuma negociação em andamento.

Por Explosão Tricolor / Fonte: Globo Esporte / Foto: Divulgação

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