Mente empresarial sim! Mas não se esqueçam da paixão…




O Fluminense tem que valorizar o futebol (Foto: Fluminense FC)
O Fluminense tem que valorizar o futebol (Foto: Fluminense FC)

Alex, Márcio Costa, Jorge Luís, Paulo Roberto, Marcelo Cardoso, Nildo, Yan, Wágner Alves, Cadu, Toninho e André Luiz Miquimba (Miquimba? Cruzes!). Este é “grande” time montado pelo Fluminense em 1997. Sim, isso mesmo! Ano do rebaixamento do Fluzão para a segunda divisão do campeonato brasileiro. Confesso que me lembrei desse “escrete mágico” na partida de domingo.

O jogo contra o Sport foi um circo de horrores pra ninguém botar defeito. O time pernambucano é um dos piores do campeonato e o Fluminense teve plenas condições de sair vitorioso de campo. Mas a galera resolveu “entortar” o pé e a bola não procurou o caminho das redes. Melhor para Diego Souza que, do alto de seus 31 anos de idade, deu uma arrancada de pelo menos 50 metros e teve a frieza de tirar o Cavalieri da jogada e marcar um belo gol. Isso aos 45 da etapa final. Incrível!

Uma parcela da culpa pela derrota de domingo é dos jogadores. Não dá pra aliviar a turma que entrou em campo. Fizeram feio! O antes laureado Gustavo Scarpa tem que começar a pensar mais no Fluminense e menos na Europa. Cícero precisa lembrar que em campo não se dorme, “doença” que parece ter contagiado Jonathan. Richarlison precisa fazer gol.

Mas a outra parcela da culpa (e talvez a maior) é da diretoria tricolor. Peter Siemsen é, sem dúvida nenhuma, um aristocrata. Consegue raciocinar como poucos a arte de fazer dinheiro e a melhor forma de administrar finanças. Mas não entende nada de povo. E o futebol também é paixão.  

Em recente entrevista coletiva, quando ele se pronunciou sobre a saída de Fred (ufa, até que enfim!) Peter disse as seguintes palavras: “procuramos de maneira saudável construir um elenco forte para o futuro. Estamos investindo na base e também com a aquisição de atletas jovens, que possam criar uma relação de ídolo com o Fluminense, de formação de carreira. Às vezes demora uns dois, três anos para maturar. Isso não quer dizer que o Fluminense não tenha pretensões para esse ano também. Estamos trabalhando por esse time”. Dois ou três anos? Enquanto isso, quem vai pagar a conta do time, já que a torcida do Fluminense já abandonou os estádios?  

Claro que ter um clube financeiramente saudável é bom para todo mundo. Os funcionários recebem em dia, as contas estão equilibradas, a gestão organizada e todos saem ganhando. Mas, e o futebol? E a paixão que faz a torcida ir ao estádio, gritar em alma viva o nome do time e comprar, ainda que à custa de dívidas, os produtos oficiais do clube? Isso somente é possível com a confecção de um bom elenco. E isso não significa preços exorbitantes.

Explico.

Ramon Ábila, atacante do Huracán da Argentina e que está na mira do Fluzão. Por que ele ainda não foi contratado? Pelo preço que o time platino está pedindo, fechem os olhos e comprem logo! As suas atuações pelo Huracán na Copa Libertadores mostraram que ele, além de goleador, possui um espírito guerreiro típico de jogador que está determinado a vencer. Mas não! Peter está oferecendo a aquisição de apenas 50%, em uma negociata que passa pelo tempo e pelas rodadas do brasileiro. Quando chegar (se é que virá) pode ser tarde demais. Basta uma análise do mapa de calor no footstats.com para perceber que o cara é raça. E é disso que estamos precisando.

Outro jogador cuja aquisição está na mira e parece que a negociação não anda é Alejandro Guerra, do Atlético Nacional da Colômbia. O time é uma máquina ofensiva e ele é o cérebro que comanda tudo isso. Basta perceber que a equipe da terra de Pablo Escobar (sim, o clube é de Medellín) ficou em primeiro lugar geral na fase classificatória da Libertadores e já está nas semis. Mesmo que se tenha que esperar o término da competição, é muito melhor saber que teremos um jogador à altura de nossa tradição comandando o meio campo tricolor do que aguardamos um sopro de magia vindo pelos lados de Xerém.

Não Peter, não queremos loucura! Queremos time que lute pelo título e honre a nossa tradição de guerreiros. Simples assim ou quer que eu desenhe? Aproveite que nos livramos do custo que era manter o Fred no time e traga jogadores de qualidade. Um Fred vale dois ou três bons atletas. O próprio Jorge Macedo disse que agora o Fluminense possui uma “folga” no orçamento. Então faça valer a pena!

Peter, futebol não é só finança. É paixão também. Se não entende de povo, busque quem saiba e vamos todos ter “orgulho de ser tricolor! Ser Fluminense acima de tudo!”

Toco y me voy:

  1. Fred nunca foi ídolo. Ganhou mais do que entregou ao clube. Já vai tarde!
  1. Então o cara, com 31 anos, pega a bola no meio de campo, tromba com “meia dúzia” de defensores e ninguém o derruba. Isso no “apagar das luzes”. “Raça pura” a nossa zaga!
  1. Comprar time da terceira divisão da Eslováquia? Bela forma de ingressar no mercado europeu!
  1. Por que Levir tirou Edson no primeiro tempo? Dudu não acrescentou nada e Edson estava bem na parte defensiva, liberando Douglas e Cícero para o avanço. Não foi uma boa.
  1. “Fred, guerreiro, volta pro Cruzeiro!”; “Fred, guerreiro, volta pro Cruzeiro!”. A torcida cruzeirense entoava este canto todas as vezes que o atacante enfrentava o clube com a camisa tricolor. Tenho dúvidas se manterão este grito. Que fase do lanterna azul!

Evandro Ventura / Explosão Tricolor

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