Não há nada que justifique




Arthur (Foto: Mailson Santana / Fluminense F.C.)



Não há nada que justifique (por Leandro Alves)

Tomei um susto no começo da tarde desta terça-feira ao ler a notícia de que o Fluminense está perto de vender o meia Arthur para o Wydad Casablanca, do Marrocos. O que mais me deixou abismado foi o valor da proposta do clube marroquino: 1,5 milhões de dólares (R$ 8,2 milhões) por 50% dos direitos econômicos. É assustador que o Tricolor cogite vender uma de suas maiores joias por um valor tão irrisório.

Na minha opinião, não há nada que justifique uma negociação tão ruim como essa. O Arthur ainda não deslanchou entre os profissionais, mas ele segue sendo uma grande promessa de Xerém. Com apenas 19 anos, ainda tem tempo para vingar no time principal.

A coisa fica ainda mais absurda se levarmos em conta que o valor da multa rescisória do Arthur no Fluminense é de 50 milhões de euros (R$ 305 milhões). É uma diferença gritante em relação à oferta do Wydad Casablanca.

Ainda de acordo com a publicação do site GE, o meia Arthur quer se transferir para o Marrocos porque deseja jogar mais. Isso para mim também não é justificativa para o clube aceitar negociá-lo. O negócio tem que ser bom para ambos os lados. Ele tem contrato com o Tricolor até fevereiro de 2026.

Os problemas extracampo também estão sendo usados como justificativa. O John Kennedy também esteve envolvido em polêmicas e depois acabou nos dando um título de Libertadores.

O fato é que o Fluminense não pode levar vários anos formando um jogador para depois entregá-lo quase de graça para outro clube. E isso tem sido frequente. Foi assim com o Kayky Almeida, que recentemente foi vendido ao Watford, da Inglaterra, por 1 milhão de euros. E também com o meia Agner, que foi emprestado ao Palmeiras com opção de compra fixada em 1 milhão de dólares.

Enfim, até pouco tempo atrás, o Fluminense tratava o Arthur como a maior promessa da história de Xerém. Hoje, ele pode ser negociado por uma quantia irrisória. Não consigo concordar com isso.