New York Times detona a bagunça nas finanças dos grandes clubes brasileiros




O The New York Times, jornal mais importante do mundo, publicou longa reportagem nesta sexta-feira sobre o futebol brasileiro, e foi drástico em seu diagnóstico: as finanças dos clubes estão “uma bagunça”.

Segundo a matéria, as equipes estão “se afogando em dívidas, sangrando dinheiro em jogadores e atuando em estádios quase vazios”. O texto ainda aponta que oito dois 12 grandes do futebol nacional estão com salários atrasados.

“Se fossem negócios comuns, quase todos os times da Série A estariam falidos”, diz trecho da reportagem.

O pior exemplo apontado pelo NY Times é a negociação entre Corinthians e Alexandre Pato: “O clube pagou 15 milhões de euros para repatriar Pato do Milan, apenas para emprestá-lo para um de seus grandes rivais um ano depois”.

De acordo com o jornal, apenas um clube pode festejar suas finanças atualmente: o Flamengo. A matéria cita um estudo do banco Itaú BBA que mostram que a equipe rubro-negra é a única dos grandes brasileiros que fechou 2014 com um balanço positivo.

A grande consequência do “desastre financeiro” é que os clubes se apressam para vender seus melhores jogadores para “centros obscuros” do futebol, diferentemente do passado, quando os atletas eram vendidos para os maiores clubes do mundo. Isso faz os campeonatos brasileiros percam qualidade, diminuindo o interesse dos torcedores em irem ao estádio e comprarem pacotes de pay per view.

O diário norte-americano cita como exemplo o Cruzeiro, que, no ano passado vendeu seus principais jogadores, os meias Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, para o futebol dos Emirados e da China, respectivamente.

“Eles eram considerados fortes candidatos a representar a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2018. No entanto, jogador em campeonatos de segundo escalão deve diminuir drasticamente suas chances”, aponta a reportagem.

Segundo o Times, os principais culpados pela “bagunça” nas finanças do futebol brasileiro são “dirigentes inconsequentes”, que prometem “títulos a qualquer custo” aos torcedores.

“As raízes dos problemas dos times são anos e anos de gerências inconsequentes. Os candidatos que são eleitos à presidência das equipes não são os que falam em sucesso a longo prazo, mas aqueles que prometem conquistas imediatas, não importa o preço”, diz o texto.

Como consequência, os times se afundaram em dívidas quase impagáveis, principalmente com o Governo, que é o principal credor dos grandes clubes do futebol brasileiro: cerca de R$ 4 bilhões.

Reprodução da ESPN Brasil