No Dia da Consciência Negra, Fluminense põe os “pingos nos is” e desmistifica rótulos racistas




alfredo gumaraes- 1910

No Dia da Consciência Negra, o Fluminense mais uma vez se manifestou sobre a sua história para provar de uma vez por todas que alguns “mitos” criados na sociedade não passam de inverdades.

No texto intitulado “Pingos nos is”, o clube conta a verdadeira história do pó-de-arroz. Além disso, no Intagram oficial, uma foto de 1910 foi postada onde Alfredo Guimarães, jogador negro, aparece no registro oficial do time do Fluminense.

Assim, de uma vez só, o Fluminense desmistifica o falso pioneirismo de outro clubes, que só vieram a ter jogadores negros em sua história muitos anos depois, e acaba com o velho rótulo de “time racista” por conta do uso do “pó-de-arroz”.

Confira o texto na íntegra:

“Pingos nos is:

Hoje, 20 de novembro, celebra-se o Dia Nacional da Consciência Negra. A data é tão especial que se tornou feriado em diversas cidades brasileiras. Para aproveitar a ocasião, o Fluminense resolveu esclarecer oficialmente um absurdo rótulo preconceituoso que o clube carregou pela ignorância de como surgiu a história do “pó de arroz”.

No dia 13 de maio de 1914, coincidentemente exatos 26 anos após a assinatura da Leia Áurea pela Princesa Isabel, Carlos Alberto, um atleta negro que veio do América-RJ para o Fluminense, enfrentava o seu ex-clube pela primeira vez. E o jogador estava longe de ser o primeiro negro a vestir as três cores que traduzem tradição…

Diferentemente de outros grandes clubes nacionais que só foram abrir as portas para os negros décadas depois, já em 1910, o jogador Alfredo Guimarães fazia parte do plantel tricolor. Naquele time havia descendentes de ingleses, como Harold Cox, irmão de Oscar Cox, assim como alguns filhos de portugueses, mulatos e cafuzos.

Mas por que surgiu o “pó de arroz”? Tudo partiu de uma provocação da torcida do América a Carlos Alberto, que tinha o conhecido hábito de usar pó de arroz no seu ex-clube. Chateados com a saída do jogador, os americanos o perseguiram e a torcida tricolor transformou a ofensa em um dos maiores símbolos do nosso futebol.

Vale destacar que, segundo vários registros fáceis de serem encontrados em diversos jornais da época, o produto pó de arroz era muito comum de ser usado para fins estéticos ou dermatológicos. Muitos homens da década de 1910, por exemplo, costumavam se empoar após fazer a barba, independentemente de sua origem ou cor de pele.

Para ainda contextualizar aqueles tempos, o jogador Arthur Friedenreich, o grande craque nacional dos tempos do amadorismo, filho de pai alemão e mãe negra, em atitude semelhante à de Carlos Alberto, ficava horas no vestiário antes de cada partida para alisar o seu cabelo. E nenhum clube foi estereotipado de “racista” pelo fato.

Há clubes que tentam criar um mito de pioneirismo em relação à inclusão de negros no futebol. No entanto, antes mesmo de terem o seu departamento de futebol, negros e mulatos já atuavam no Flu, além de Andaraí e Bangu. Por sinal, o Estádio das Laranjeiras, o primeiro do país, era um reconhecido ponto de encontro democrático.

Mais importante, porém, do que discutir quem foi o primeiro a incluir todas as etnias é o que o Fluminense fez em 1933. O clube liderou a implementação do profissionalismo no esporte, até porque era impossível competir em igualdade de condições com o “amadorismo marrom”, trazendo um passaporte para a real inclusão social de classes e raças.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: Fluminense F.C. / Foto: Fluminense F.C.

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