Novo problema nos bastidores do Fluminense




Quando tudo parece que ficará calmo no Fluminense, surge mais um novo problema. O contrato de prestação de serviços do escritório Bittencourt & Barbosa Advogados Associados virou um problema para a diretoria do Fluminense no Conselho Deliberativo do clube. Um dos sócios da empresa é Mário Bittencourt, vice-presidente de futebol e diretor-executivo jurídico do tricolor. Em reunião no fim de setembro, o conselheiro José Ademar Arrais Filho, líder do grupo político de oposição Ideal Tricolor e ex-vice presidente de planejamento estratégico na gestão Peter Siemsen, pediu a abertura de comissão para rever as quantias não apenas deste, mas de todos os contratos do clube considerados acima do valor de mercado.

O contrato do escritório do vice de futebol do Fluminense custa, ao ano, R$ 1,08 milhão, ou R$ 90 mil brutos mensais. Valor que o conselheiro José Ademar Arrais Filho considerou acima do mercado.

— Como chegaram a isso? Sem querer entrar no mérito do contrato, mas ainda vivemos uma situação financeira ruim e bato para que haja revisão. Não podemos gastar sem parâmetros. E não dá para saber porque há cláusulas de confidencialidade. É inadmissível um clube que teve mais de R$ 40 milhões de déficit na previsão orçamentária gaste sem planejamento — disse Arrais.

O presidente do Conselho Deliberativo do Fluminense, Marcus Vinícius Ferreira Bittencourt, confirmou o pedido verbal feito por Arrais. Ele fará análise para abertura de comissão específica, mas adiantou que uma comissão já existente poderá servir de bancada.

— A formalização ainda será feita em ata. Então, não há acusação formal. Sempre vai evoluir, mas ainda não há definição — disse Marcus Vinícius, que não é parente o vice de futebol do Fluminense.

O primeiro contrato ao qual jornal O GLOBO teve acesso é o de 2008, de R$ 25 mil, mais 7% de cláusula de êxito nos recursos obtidos com valores de acordos e redução de dívida. Em 2010, o valor passou para R$ 45 mil, mediante a perda da validade de duas confissões de dívidas do clube com o escritório, no total de R$ 2,3 milhões. Em 2011, segundo informou Mário Bittencourt, novo reajuste foi feito para R$ 52 mil, com a incorporação das representações do clube na CBF e na Federação.

Correções no IGPM relativas aos anos de 2011, 2012, e 2013, ainda segundo o vice-presidente de futebol do Fluminense, reajustaram o contrato para cerca de R$ 61 mil. Em janeiro de 2014, o último contrato, que está vigência até 2016. Este é o que causa debate no Conselho Deliberativo. Uma das assinaturas do acordo, ao lado da de Peter Siemsen, é a de Jackson Vasconcelos, então superintendente geral do Fluminense. Nesse contrato, o valor foi elevado a R$ 90 mil.

— Eu participei da negociação. Peter disse que Mário precisava e me convenceu. Posso dizer que foi isso que aconteceu: a justificativa de que assumiria uma área específica sem ficar caracterizado como possível remuneração de vice, o que é proibido em estatuto — lembrou Jackson Vasconcelos.

Por Explosão Tricolor / Fonte: Extra / Foto: Fluminense FC