O adeus do Fluminense à Copa do Brasil




Foto: Reprodução / FluTV

Fluminense joga mal, reage no fim e dá adeus à Copa do Brasil (por Lindinor Larangeira)

“O Fluminense perdeu a classificação às quartas de final da Copa do Brasil no jogo de ida.” A afirmação, que ouvi muito após a partida de ontem à noite, para mim, é apenas uma meia-verdade. E somente pela soma matemática dos resultados.

Isso é uma obviedade. Como foi a educada resposta de Mano Menezes, na coletiva pós-jogo. “O Fluminense não se classificou porque tomou cinco gols em dois jogos de mata-mata”, analisou o treinador.

A entrevista me deu a entender que, embora continue avaliando como correta a opção de ter poupado o time no primeiro jogo, conforme análise do texto sobre a partida anterior, aqui no Explosão Tricolor, houve uma clara escolha. O time, com todo respeito ao limitado e aguerrido Juventude, tinha a obrigação de fazer o resultado no Maracanã. E a partida mostrou uma equipe apática, em que apenas Arias era efetivo e Ganso tinha alguma lucidez.

No primeiro tempo, um gol, em falha infantil da zaga, no começo do jogo, não é desculpa para uma atuação tão pobre, pouco inspirada e completamente entregue à marcação do adversário.

Na segunda etapa, houve até uma pequena melhora com as substituições. Martinelli foi, novamente, muito mal e Serna, embora não se omitindo do jogo, errava muito. Lima e Keno, se não foram brilhantes, deram mais alternativas de jogo. Porém, como na noite de ontem, nada dava certo, o time continuou inoperante, sem conseguir superar a retranca gaúcha.

Como nada é tão ruim que não possa piorar, Marcelo, jogador que poderia ajudar a abrir do ferrolho de Jair Ventura, não conseguiu permanecer nem cinco minutos em campo. Após boa conclusão, sentiu e foi substituído pelo garoto Esquerdinha, que creio, deveria receber mais minutagem do treinador.

Depois, mais um gol em falha bisonha da defesa. O time ainda teve forças para buscar o empate. Mas mesmo se o Héctor Baldassi brasileiro, Raphael Claus, conivente o tempo inteiro com a cera e o antijogo do Juventude, desse os acréscimos que deveria, não minguados seis minutos, o Fluminense, não chegaria ao terceiro gol.

Ainda sobre a entrevista de Mano, preocupante foi a sinalização que, além de André, podemos perder Arias, que tem sido o motor desse time.

Outra entrevista, essa reveladora, foi a de Ganso. “Há males que vem para bem”, disse o meia, falando de calendário pesado e elenco curto, e que o time teria mais tempo para focar no Brasileirão e na Libertadores.

Depois da fala do jogador, a opção por abrir mão da Copa do Brasil, para mim, passou de mera impressão a quase constatação. Novamente, com todo respeito ao adversário, era obrigação fazer o resultado no Maracanã. Portanto, a desclassificação foi algo inaceitável. Não pelos R$ 4 milhões a menos nos cofres, mas por ter demonstrado uma atitude que reflete a da atual diretoria: a de pensar pequeno.

Se foi essa a escolha, a opção, a torcida tem que cobrar uma atitude mais digna e corajosa do time na Libertadores. Desculpem, passar pelo Grêmio, um clube bem maior do que o Juventude, passa a ser obrigação. Uma campanha, que pelo menos leve o clube a uma vaga na pré-Libertadores, no segundo turno do Brasileirão, também.

Outras constatações, são: o time carece de um centroavante clássico. O jogo de ontem, com tantas bolas levantadas à esmo, provou isso. Não podemos continuar com um quebra-galho na zaga. Não é em todo jogo que Thiago Silva vai levar o seu xará nas costas. Enquanto o Palmeiras escala o garoto Victor Reis, companheiro de seleções de base de Kayky Almeida, a diretoria do Fluminense entrega esse jogador por dois tostões, em uma transação extremamente obscura. Diogo Barbosa, que teve o seu dia de Branco ou de Marco Antônio contra o Bahia, ontem voltou a ser o Diogo Barbosa. Martinelli continua possuído pelo dinizismo 2024. Tem que ir para o banco.

Agora é virar a chave e a torcida tem que, além de apoiar, aumentar o nível de exigência. Afinal, não podemos pensar pequeno como Mário, Angioni e Fred, ou como os tais “influencers”.

PS1: Começo a crer que a diretoria deu a Mano Menezes apenas a missão de salvar o time do rebaixamento.

PS2: Claus, Daronco, Wilton, Sávio e Luiz Flávio: como a CBF é criativa na escala dos árbitros para jogos do Fluminense…

PS3: Tenho a impressão de que teremos o confronto Flamengo x Juventude. Mas é só um palpite.

PS4: Baldassi, hoje é deputado na Argentina. Depois de roubar o Fluminense, evoluiu e deve estar fazendo o mesmo com o povo argentino.