O filho invejoso






Buenas, tricolada! É estranha a necessidade recorrente de o Flamengo bater nos portões da sede histórica de Álvaro Chaves para tentar algumas contratações, especialmente de nossos ídolos. Isso quando os caras não utilizam subterfúgios e ações controversas, ou buscam os ex-craques tricolores em outros clubes. Às vezes estas iniciativas me cheiram a inveja!
Pelo que me consta, na maioria dos casos um filho sempre tem no seu pai um exemplo, nutre um respeito intrínseco… mas estes camaradas querem mesmo é detonar as três cores que traduzem tradição, que deram-lhes origem lá atrás. Jogam com números surreais, usufruem de aliciamentos, chamam os empresários gananciosos dos atletas e prometem-lhes mundos e fundos, apresentam propostas fora da realidade tupiniquim… Porra, eles não são tão grandes e intocáveis como pensam. E nem a Flapress deve – ou pode – tripudiar dos espíritos perenes das agremiações brasileiras, e dos demais torcedores de futebol!  
Tentei conversar moderadamente com alguns rubro-negros e eles sempre disparam os mesmos jargões escrotos: “inveja de vocês? Hahahaha…”; “não temos inveja de disputar a Segundona e a Terceirona..!”; “somos os maiores do mundo, como invejar vocês?”; “não temos inveja de nanicos”; “somos enormes, e time grande não cai…”! E têm diversas outras frases prontas. Pura falta de argumentos!
Podem alegar hoje em dia que estão aproveitando-se do mercado, já que eles nadam em grana e o Flu tramita por uma de suas piores crises em cento e poucos anos de existência. Mas esquecem-se de que perderam campeonatos com Edinho e Branco em seus elencos. Tentaram o He-Man e o Fred em pleno período da UNIMED. Investiram no Conca, naquela transição de patrocinadores. Sondaram Maicon Bolt, Mariano, Gérson e Kennedy. Pensaram em Thiago Silva, fecharam com o Thiago Neves, repatriaram o mesmo Darío Conca da China – tempos depois, avaliaram o Scarpa, contrataram o limitadíssimo Henrique Dourado, e agora querem o Pedro. SEMPRE nas oportunidades em que desfrutavam de um poderio financeiro singular.
Numa boa, sei que o Fluminense ainda está vendendo almoço para comprar o jantar. Sei também que o nosso buraco financeiro é do tamanho da fissura da camada de ozônio, mas não admito que Mário e Celso aceitem quaisquer propostas do nosso maior rival pelo camisa 9 tricolor! Aliás, o novo Presidente já deu indícios de que não se curvará aos desejos da Gávea e do Jesus falsificado – esse cabra já detonou a instituição FFC, na ocasião da venda do Wendel pro Sporting de Portugal! Lembram? Querem o “Queixada”? São 50 milhões de euros! Ponto! Se pagarem a multa, infelizmente não poderemos fazer nada.
Como diz o meu irmão Sérgio, que vendam o Pedro por um valor menor pra Europa, por exemplo, que percam dinheiro, dane-se, mas esse gostinho de vitória os malandros não poderão friccionar nas nossas fuças – mais uma vez! Pior seria ter que digerir uma nova derrota pros “inimigos”. Isto faria com que as nossas papilas gustativas experimentassem eternamente os sabores intragáveis de “viradinho de urubu” e de “filé de múmia”!
Ademais, caso esta transação se confirme, a governabilidade da nova diretoria será imediatamente posta em xeque. Não creio que Mário, Celso, Angione e cia. queiram correr tal risco.
Estes meus dois últimos parágrafos em teoria remontam uma babaquicezinha de gente mimada, de uma pessoa que prefere o caos econômico à tentativa de um princípio de saída para as pendengas monetárias que nos cercam. Mas DUVIDO que haja um único tricolor vivo – ou morto – que não pense como eu. Podem até me rebater no fórum pós-coluna, onde os amigos leitores opinam livremente a respeito de todos os temas, mas, no fundo, se estes tais parceiros de Explosão não privilegiarem os seus vieses politicamente corretos – uma chatice que a sociedade tanto preza, decerto compartilharão com os seus mais imos pensamentos esta minha premissa.
Portanto, galera, vamos aguardar o desenrolar dos fatos. Que esta maçante Copa América cumpra logo o seu papel de nababo no calendário mundial do desporto. Que o Brasileirão retorne com a corda toda. Que o Fluzão respire uma nova fase pós-torneio continental de Seleções. E que o Pedro Guilherme, vulgo Queixada, volte à velha forma que o levou à convocação pelo Tite – e a despertar o interesse do mundo da bola.
Até a próxima.
Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon