O fim dos avatares do Diniz






Buenas, tricolada! Finalmente chegou ao fim a seleção de eleitos do Fernando Diniz. Chega de avatares! Nada de Agenor! Nada de Bruno Silva! Nada de Aírton! Nada de Yuri! O time tricolor que dá caldo é este, que ele escalou no primeiro tempo no Uruguai – e manteve até os 34 min. do segundo tempo, quando PH Ganso foi sacado para a entrada de Bruno!

Sei que a utilização de tais atletas são provenientes dos desfalques que as intensas temporadas tupiniquim e sul-americana demandam, mas acho que há melhores opções no nosso escasso elenco.

Decerto, as voltas de Ferraz – provavelmente em 2010 – e dos demais contundidos, como Jotapê e Gilberto (que foi poupado e somente entrou aos 20 min. do segundo tempo, no Uruguai), por exemplo, deixarão o nosso treinador a cavaleiro para as melhores escolhas. Assim como a reestreia do Nem e a efetivação do Nenê.

Não que a joia de 17 anos venha bem, atuando pelos lados. Não que o lateral-direito titular esteja repetindo as suas boas apresentações do primeiro semestre do ano passado. Não que o Nem tenha chegado como solução. Não que o ex-meia-atacante do São Paulo seja um garotinho. Mas encorpar o elenco é sempre importante. E ter mais opções também é algo significativo.

Na peleja diante do tradicional Peñarol, fizemos um primeiro tempo de razoável pra bom, mas inseguro. É que o onze titular dos caras é beeeem limitado… Se tivéssemos enfrentado um esquadrão de maior categoria, as chances de perecermos seriam mais táteis.  A bem da verdade, houve muita transpiração e pouca inspiração neste período de jogo, de ambas as equipes.

O Flu não tirou o pé das divididas, tentou jogar, mas é fato que fugiu um pouco de suas características. Na estreia do Muriel, como referência, talvez o novo dono da posição tenha demonstrado desentrosamento e falta de confiança para tocar a bola na nossa e defesa, como faziam os seus antecessores. Ele despachou a redonda na maioria das vezes que participou dos lances com bicos homéricos. Não que tal prática seja desaconselhável, mas cansamos de rifar a pelota com chutões que SEMPRE geravam contra-ataques inimigos. Via de regra a bola era entregue gratuitamente ao Tigre de Montevidéu, na meiúca!

O Caio Henrique ficou preso à marcação, assim como o Allan, que não repetiu a dinâmica de suas exibições anteriores.

A grata surpresa, pra mim, foi a performance do Igor Julião. Principalmente porque eu não espero nada de muito útil vindo do nosso lateral-intelecto. Ele voou pelos lados de campo e não comprometeu na marcação. Por incrível que pareça!

Boas as participações de Nino, Daniel e Yony. Mas o “cara” da primeira etapa foi o menino Marcos Paulo. Que enfiada de bola perfeita, que assistência pro tento inicial do Fluzão. Clarividência clássica do Moleque de Xerém, que deixou o gringo trocando figurinhas com o arqueiro adversário. Um a zero pro Fluminense. Alento. Satisfação. Alívio. Regozijo. Porra, gol tricolor, caramba!

Outras duas ocorrências cruciais desse primeiro tempo também devem ser lembradas: o Pedro poderia ter deixado a equipe mais tranquila, quando subiu sozinho, diante do guarda-metas uruguaio, e testou mal, pros seus próprios pés. Dois a zero seria um oxigênio mais do que necessário, naquela altura.

A segunda, quando a arbitragem (caseira como ela só) deixou de expulsar um jogador do Peñarol: o malandro sentou o cotovelo nos córneos do Daniel, numa disputa de bola no meio-campo/lateral-esquerda da nossa defesa, o juizinho foi chamado pelo VAR, e resolveu punir o agressor apenas com um cartão amarelo. Seria um vermelho legítimo e inquestionável, a meu ver!

Sofremos uma pressãozinha no final dos primeiros 45 minutos, contudo, esta situação era esperada. Melhor pra gente, que fomos para o intervalo sem sequelas – e sem gols sofridos, o que vinha se tornando uma máxima ultimamente.

Veio o segundo período e o Flu manteve a pegada. Além disso, os uruguaios também mantiveram o seu status de inofensividade. Tentaram muito o jogo aéreo, que nos assustou, eventualmente, mas não causaram grandes estragos. Até porque a zaga se portou bem nessas tais bolas alçadas sobre a nossa área.

A verdade é uma só: a noite foi do colombiano tricolor! O cara se esforçou ainda mais do que normalmente, marcou, ocupou espaços, roubou bolas no nosso ataque, chutou, passou, tabelou, e foi premiado com o mais um gol. Mas não podemos nos iludir: Yony é limitado tecnicamente. No entanto, eu e certamente a maioria da torcida adoramos o gringo… Caiu nas graças do povo, porque ele honra o nosso manto ainda mais ardentemente do que alguns ex-moleques de Xerém, que deixaram o Laranjal pela porta dos fundos.

Outra boa surpresa, pra mim, é o Daniel – sem essa de Danielzinho, pô! O Diniz achou um posicionamento interessante pro garoto como segundo homem de meio-campo, onde ele atua com liberdade, faz o vai-e-vem constante e carimba todas as bolas que transitam pelo setor. Sei que ele jamais será um craque, mas é bastante útil e participativo neste esquema do nosso treinador.

Pedro ainda não está 100%, e isto fica nítido quando ele realiza tentativas inférteis lá na frente. Daqui a pouco o nosso P-9 volta à ativa, tenho a plena convicção. Oras, essas tais tentativas, antes de sua séria contusão, via de regra resultavam em perigo aos “inimigos”. Vamos ter paciência, galera.

Os retornos de Allan e PH Ganso, mesmo eles não tendo ótimas atuações, qualificam demais a nossa meiúca. Tem gente que reclama do camisa 10, mas o cara é diferente: sempre acha um bom lançamento. Consegue viradas de jogo que somente os talentosos têm a primazia. Volta e meia descobre um companheiro sozinho na frente. Está correndo muito mais do que eu me acostumei a vê-lo fazer. Enfim, ele está assumindo a responsabilidade que um grande jogador deve carregar no seu bojo.

A lamentar somente aquele golzinho dos caras, no final da partida. Talvez tenha havido ali uma das poucas falhas do Nino no confronto, já que ele marcou a bola, e não o atacante uruguaio.

Sobre o Fernando Diniz, reitero aqui o meu apoio ao seu trabalho. Pela enésima vez apenas aqui no Explosão Tricolor eu identifico a grandeza do modo de atuar do Fluminense em 2019!

Perder de 2×1 pro Vasco em São Januário é normal, especialmente se considerarmos os desfalques, o destempero do Digão, e a arbitragem da FERJ – na dúvida, marcam para eles!

Anormal, no meu entendimento, é desperdiçar vitórias contra os cearás da vida em pleno Maraca e insistir com Agenor, Aírton e Bruno Silva. Mas, caramba, estes são pêndulos negativos de uma boa labuta, e podem ser corrigidos amanhã! Ele já se curvou aos meninos do sub-17, já barrou Rodolfo – e agora o Agenor, e certamente vai evoluir o seu campo de observações daqui para adiante. Não podemos nos esquecer de que chegamos à décima rodada do Brasileirão, apenas, e muita água vai rolar por baixo da ponte.

Agora, rapaziada, é abraçar o time na terça-feira seguinte, encher o maior do mundo e colori-lo de verde, branco e grená. O Peñarol não é galinha morta, mesmo tendo um timezinho muito aquém daqueles que conquistaram as Américas e o planeta bola em tempos idos. Lugar de tricolor vivo – ou morto – no dia 30 é no Estádio Mário Filho!

Até a próxima.

Saudações eternamente tricolores!

Rapidíssima:

– A mobilização da torcida nesta nova fase do FFC é impressionante. O atual Presidente, Mário Bittencourt, e a consequente saída de Abad e Flusócio do poder deram-nos renovadas esperanças de dias melhores. Confesso surpresa e satisfação com este quadro. Quase 4 mil cabeças no gramado das Laranjeiras em plena terça, às 21:30h, é alvissareiro. Já tem “filho” querendo copiar a excelente ideia do “pai”, para o seu jogo na Liberta. Depois alguns me criticam quando escrevo sobre uma possível inveja do primo rico!

Ricardo Timon