O Fluminense em 2025: planejamento

(por Lindinor Larangeira)

Neste primeiro texto de uma série, que pretende abordar alguns temas, fazendo um balanço da temporada do Fluminense, o pontapé inicial é o planejamento. Se 2025 não foi o desastre do ano anterior, a diretoria tricolor reincidiu em erros, que acabaram custando muito caro.
Mesmo com o maior investimento de sua história em contratações, que somaram, nas duas janelas gastos de aproximadamente R$ 207,8 milhões os resultados não refletiram o valor desse investimento.

A temporada pode ser caracterizada como apenas “honesta”: um vice carioca (que não é nada, não é nada, não vale nada mesmo). Duas eliminações vexatórias, uma na competição mais fácil da história, a Conmebol Sul Americana 2025, e a Copa do Brasil. Um quinto lugar no Brasileirão, que valeu a vaga direta na Libertadores 2026, e o maior momento do clube no ano, a histórica campanha na 1ª Copa do Mundo de Clubes da Fifa, em que foi o único não europeu a jogar a semifinal. Por ironia do destino, eliminado com dois gols de um moleque de Xerém…

A manutenção de Mano Menezes foi o primeiro grande erro

Ao anunciar a renovação do contrato de Mano Menezes, em coletiva, no dia 16 de dezembro de 2024, o presidente do clube, Mário Bittencourt, cometia um grave erro, que custou, pelo menos três meses da temporada seguinte, e vários equívocos na montagem do elenco. “Mudamos o perfil de contratações para equilibrar juventude e experiência, mantendo a qualidade técnica e fortalecendo o aspecto físico. Essa será a base para 2025, afirmou o mandatário tricolor, durante a coletiva.

Contratações de veteranos, como Everaldo, Otávio, Igor Rabello, Renê e a prorrogação do contrato de Thiago Santos até o final de 2026, parecem ir na contramão da afirmação do presidente.

Sobre o treinador, quase uma unanimidade negativa na torcida, sua manutenção foi absolutamente injustificável. A demissão, após a exibição lamentável no primeiro jogo do Brasileirão, no início trouxe uma correção de rota, que acabou em mais do mesmo, e com uma frase repetida por boa parte da torcida: “Renato Gaúcho nunca mais!”

E como planejamento não é mesmo o forte da atual gestão, a diretoria contratou um terceiro treinador.

Era óbvio que um centroavante era a maior carência

“Equilibrar juventude e experiência” seria a fórmula para uma temporada de conquistas. Mais do que isso, era necessário equilibrar o elenco, suprindo as principais lacunas. A maior, obviamente, era no comando do ataque. Com a venda de Kauã Elias, uma reposição era o básico a se fazer, já que Cano demonstrava frágil condição física e JK foi cedido, como “problema”, ao futebol mexicano.

Contrataram Everaldo, talvez o pior centroavante que vi atuar no Fluminense. Poderiam ter resolvido a carência na janela de meio de ano, mas preferiram priorizar a contratação, a peso de ouro, de Soteldo. E ainda trouxeram de volta o que era “problema”, como “solução”.

Para não falar que só houve erros, a contratação de Lucho Acosta, meia habilidoso e combativo, foi o maior acerto do segundo semestre.

O planejamento para 2026 tem que se pautar no equilíbrio do elenco

O único jogador com contrato a vencer no final deste ano é Manoel, que não deve ter o vínculo prorrogado. Boa parte tem contrato até o final de 2026 ou 2027. Guga recebeu um prêmio: compromisso até 2029.

Vai ser uma engenharia complexa equilibrar esse elenco. Muitos dos veteranos deveriam ser dispensados. Mas os contratos complicam essa possibilidade. Com a saída de Thiago Silva, o elenco precisa, no mínimo de mais dois zagueiros. Além disso, um centroavante confiável, por óbvio. Um lateral-esquerdo, para colocar o limitado Renê no seu devido lugar: a reserva. Um primeiro-volante “porradeiro”. Mais um meia e um ponta. Ou seja, 6 ou 7 reforços. Sendo os zagueiros, o lateral e o centroavante, jogadores que venham, não para compor elenco, mas para serem titulares.

Sobre a capacidade do atual treinador, a montagem do futuro elenco, em que alguns moleques de Xerém poderiam ser aproveitados, e o decorrer da temporada 2026 falarão por si.

Fico por aqui, mas volto em breve para abordar outros temas.

ST!

PS: E não venham dizer que o clube não tem dinheiro para trazer reforços…