O Fluminense fica cada vez menor com a Flusócio – Parte II




Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor



O Fluminense fica cada vez menor com a Flusócio – Parte II

Retornando hoje depois de vinte dias afastado. A vida é corrida e de vez em quando precisamos dar um tempo pra tentar escrever colunas mais amistosas com o Fluminense e a sua diretoria. Pena que isso não tem sido possível!
Sim, no jogo contra o Goiás o time foi flagrantemente prejudicado pela arbitragem e a vontade que deu foi de xingar o juiz até a vizinhança me considerar completamente maluco. Bastaram, porém, 24 horas pra entender que os vizinhos, na verdade, iriam me internar, porque pouca gente estava assistindo à partida e não teria ideia do motivo da minha gritaria.
Explico. No final da noite de ontem a Folha de São Paulo publicou na versão eletrônica uma matéria cujo título é: “Com estreia de Palmeiras, TNT tem quase o dobro de audiência do SporTV”. No texto, dentre outras questões, a reportagem relata que o canal, que pertence ao grupo americano Turner, teve 4,79 pontos de audiência na transmissão da goleada de 4 x 0 do Palmeiras contra o Fortaleza, enquanto o canal da Globo teve apenas 2,44 pontos.
A reportagem trouxe também a informação de que a TNT teve a maior audiência na TV a cabo do país e, se considerar também a TV aberta, perdeu apenas para Globo, Record e SBT, ganhando até mesmo da tradicional Band. No YouTube foram mais de 650 mil visualizações no horário da partida. Nada mal!
E qual era o jogo que o SporTV transmitiu no mesmo horário que o Palmeiras? Exatamente, o do nosso glorioso Fluminense Football Club, cuja grandeza vai se esvaindo como areia entre os dedos da Flusócio.
Mesmo com transmissão em um canal super conhecido e assistido até por quem não tem TV por assinatura em casa, com numeração fixa em quase todas as empresas prestadoras do serviço e com narradores famosos ficou apenas com metade da audiência do Palmeiras; eu disse ME-TA-DE. É inacreditável!
A Folha ainda trouxe outra informação interessante, que é o fato de o Palmeiras não ter fechado contrato com a TV aberta ainda, o que significa que parte dos jogos do time sequer serão transmitidos. A Globo fez uma proposta, mas o clube não aceitou. Ao que parece, a empresa carioca exigiu exclusividade nos jogos que transmitir, inclusive impedindo a transmissão na TV fechada, o que não foi aceito pelo lado verde de São Paulo.
Isso quer dizer que o Palmeiras se colocou num patamar de clube grande, com estádio próprio, maior número de sócio torcedores do país, um baita patrocinador e um elenco qualificado para tentar ganhar todos os títulos que disputar. Assim, consegue atrair seu torcedor, fortalecer a marca, aumentar a paixão e disparar na frente dos demais clubes que não possuem a mesma quantidade de torcedores de Flamengo e Corinthians.  
Enquanto isso, o que a Flusócio anda fazendo? Seria bom se a resposta fosse nada; mas é pior, já que atrapalha o clube em todas as frentes e leva o Fluminense, a passos largos, rumo ao precipício. Dói dizer isso, mas temos que encher os pulmões e soltar o verbo toda vez que vier na lembrança que um dia este grupo político comandou o clube… e ainda comanda!
Estádio próprio? Não. Elenco qualificado para disputar títulos? Não. Boa comunicação com a torcida? Não. Marketing voltado para potencializar a paixão do torcedor? Não. Boa distribuição de material esportivo do clube? Nem pensar. Transparência nas contas? Jamais. Pagamento em dia dos colaboradores, incluindo os atletas? Não há muitos anos. Trabalho de para fortalecer a marca do clube? Nem sabem o que é isso. Atletas de base com mente de vencedores? Certamente não, porque neste ponto são à imagem e semelhança dos dirigentes.
Diante deste cenário, o Fluminense não vai conseguir empolgar o torcedor. Por mais apaixonada que a torcida seja, não vai atrair público ao estádio, não vai conquistar as novas gerações e nem fidelizar aquele que pretende contribuir com o clube, além de não obter patrocínio de destaque. O resultado é baixa audiência, fuga da torcida e o menosprezo daqueles que sentam à mesa para negociar valores com a diretoria.
E essa dificuldade vai se retroalimentando, entrando sempre naqueles dilemas típicos de “ovo e galinha”: não é atrativo porque não tem dinheiro ou não tem dinheiro porque não é atrativo? Falo sem medo de errar que a austeridade sempre tem que vir acompanhada de uma dose de ousadia. No caso do Fluminense, como não tem nem uma e nem outra, a coisa vai por água abaixo.
E assim vamos vendo o crescimento de clubes como o Palmeiras, que frequentou recentemente a série B do Brasileirão, enquanto o nosso Tricolor vai falindo com o sistema de gestão que enfrenta há oito anos.
Que Deus abençoe o Fluminense!

Evandro Ventura