O preocupante analfabetismo político de alguns tricolores




O sócio do Fluminense tem que fiscalizar o clube
O sócio do Fluminense tem que fiscalizar o clube

Bertolt Brecht foi um influente dramaturgo, poeta e encenador alemão, do século XX, que acabou eternizando a melhor definição sobre o analfabetismo político:

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.”

E o alemão estava certíssimo. Parte do povo brasileiro é uma grande prova da existência do analfabetismo político. E o Fluminense nessa história?

Boa parte da torcida tricolor pouco se importa com o que ocorre nos bastidores da administração do clube. Uma publicação endeusando o Fred, arrebenta em cliques, curtidas e compartilhamentos, mas uma sobre algo que envolva uma decisão administrativa que possa causar prejuízos ao clube, é pouco acessada ou acaba passando despercebida. Infelizmente é assim. 

Quando algum tricolor formador de opinião resolve colocar as cartas na mesa, logo aparecem alguns leitores com o “porrete na mão” e sem o menor respeito pelo trabalho alheio. Os comentários são sempre os mesmos e com um altíssimo teor de reprovação: “Acho que tem algo político no seu comentário.”, “Política é uma M e você é mais um que quer mamar na teta”, “Deixa de falar de política. Fale só de futebol!”, “Isso é site/página política. Estou saindo dela!” e por aí vai. Discordar faz parte do processo, mas a falta de respeito não pode existir. 

Pois é, infelizmente, o analfabetismo político está bem presente em alguns tricolores. Continuarei comentando de futebol como sempre comentei, mas não fugirei da dividida e nem farei média com ninguém. Nessa parada, o estouro da dividida é pelo Fluminense. E a média somente será feita também com o Fluminense. O resto é resto. Doa a quem doer.

O atual Fluminense está com sérios problemas em diversos setores e não dá mais para escondê-los da torcida.

Tudo bem, falarão que o clube está passando por um delicado processo de mudança. E estamos mesmo, entretanto, não posso fingir que não estou vendo algumas medidas nada legais contra o nosso Fluminense. Precisamos de união, mas isso não significa que temos que concordar com algumas medidas que poderão causar sérios prejuízos ao clube. 

O Marketing do Fluminense, por exemplo, é algo para ser bastante questionado. Além de não conseguir trazer lucro para o clube e alavancar o número de sócios, o setor aumentará o seu custo através de um processo de terceirização pra lá de questionável em todos os sentidos. 

Na semana retrasada, o presidente Peter Siemsen declarou que o Estádio das Laranjeiras poderá ser utilizado na temporada de 2016, pois o Maracanã ficará fechado no período de fevereiro até o final de agosto. Que isso, presidente! Como assim? 

Para quem nunca foi ao clube ou não anda frequentando há um bom tempo, um aviso: o Estádio das Laranjeiras está em péssimas condições. A parte superior da arquibancada está interditada. Na tribuna social, o telhado está com a estrutura visivelmente abalada. E há outras partes da estrutura do estádio que estão mais pra lá do que pra cá. Diante deste cenário, gostaria de saber de onde sairá tanto dinheiro para colocá-lo em condições adequadas com as normas de segurança? 

Há muitos mais assuntos para serem discutidos, mas não queimarei cartucho precocemente.

Para terminar, espero que o torcedor tricolor se conscientize melhor de tudo que ocorre dentro do clube, e passe a acompanhar com bastante atenção o noticiário do Fluminense. Exigir uma administração transparente é um direito que o sócio deve exercer de forma equilibrada, imparcial e justa.

Só quero um Fluminense forte e vencedor. Será que é pedir muito?

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo

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