Opinião sobre a saída do Fernando Diniz






A saída do Fernando Diniz era apenas uma questão de tempo. Portanto, não houve surpresa alguma. Confesso que gostei bastante do trabalho realizado no primeiro semestre. Os resultados não foram compatíveis com o futebol apresentado pela equipe. Inclusive, na coletiva realizada após o treino aberto nas Laranjeiras, na véspera do jogo contra o Ceará, perguntei ao técnico o que ele tinha feito durante a paralisação da Copa América para o Fluminense encontrar de vez o caminho das vitórias. A resposta foi longa, mas foi nula de argumentos convincentes. Resumindo, Diniz apenas disse que acreditava no trabalho e que os jogadores compravam o barulho dele.

Com base nas atuações do primeiro semestre, levei muita fé de que o time retornaria voando do pós-Copa América. No entanto, a partida contra o Ceará, em pleno Maracanã, foi o primeiro duro choque de realidade. Cinco dias depois, uma nova decepção diante do Vasco da Gama. Tudo bem, a arbitragem jogou pesado contra o Fluminense, mas a equipe não jogou rigorosamente nada no primeiro tempo do clássico.

Após os resultados desastrosos contra o Ceará e Vasco, veio o Peñarol-URU, em Montevidéu. A atuação foi excelente, mas quatro dias depois, o Fluminense voltou a decepcionar. A derrota para o São Paulo, no Maracanã, foi difícil de aceitar. Depois, duas vitórias seguidas, respectivamente, sobre o Peñarol-URU e Internacional deu uma sobrevida ao técnico, mas as derrotas para o Atlético-MG e CSA sepultaram de vez o trabalho do Diniz.

Sempre falei que o Fernando Diniz não era milagreiro, mas que ele necessitava rever alguns conceitos. Na minha visão, não respeitar visíveis limitações técnicas de alguns jogadores foi o maior dos pecados. O sistema defensivo sempre foi frágil. Não à toa, mesmo não sendo muito atacado durante os jogos, o Fluminense sempre levava gol. A marcação frouxa e a lentíssima recomposição foram dois pontos que jamais mostraram qualquer tipo de evolução. Variações táticas? Nenhuma. Jogadas ensaiadas? Nenhuma.    

A demissão foi justa. Não considerar a importância do fator resultado é um ato de irresponsabilidade. Os números estão aí. A saída do Diniz não resolverá os problemas do Fluminense, mas permanência dele era algo insustentável. Lamento bastante, pois ele realmente tentou fugir da mesmice, fez o Fluminense jogar bola no primeiro semestre, mas não conseguiu dar um equilíbrio competitivo e, consequentemente, não apresentou resultados.

Lamento que a história do Diniz no Fluminense não tenha dado certo. Na verdade, quando o nome dele foi especulado no clube, cheguei a comentar aqui que seria interessante colocá-lo para tomar conta de Xerém. Acredito que a ideia dele seja excelente para ser implementada a partir do Sub-14 ou Sub-15. A revolução tem que começar na base para que a cultura ultrapassada seja quebrada. Pelo menos é assim que penso.  

Sobre o sucessor de Diniz, Abel Braga já recusou. Dorival é a bola da vez, mas acho que, no final das contas, pintará um Jair Ventura da vida…

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo