Ótimo resultado com o pior dos empates




Buenas, tricolada! Adoro quando o Flu está desacreditado! Nessas horas, o sangue do encarnado dá banana à lógica e aos senhores, professores, doutores e catedráticos da mídia e da opinião pública, e prova que 117 anos de história não podem ser menosprezados!

Vi neguzim sentando a pua em tudo e todos. Vi vários tricolores rebaixarem o time no Brasileirão na décima-quinta rodada, depois do tropeço diante do CSA. Vi parte da imprensa paulista chamando o Tricolor Guerreiro de galinha morta, e que o Corínthians nos atropelaria neste primeiro confronto da Sula! Vi coisas agora que me acostumei a ver em 50 primaveras de estádios, choros e também alegrias proporcionadas pelo FFC. E ri, como sempre, nos córneos de todas essas bobagens. Mesmo desconfiado e temeroso.

É óbvio que o momento do Fluminense é complicado. Salários atrasados, crise política, saída constante de jogadores, contratação de um técnico indesejado para a vaga de um semi-indesejado, falta de defesa institucional por parte da nossa direção junto aos órgãos máximos do futebol tupiniquim, resultados horrorosos no maior campeonato do Brasil, juizada de campo e de vídeo metendo a faca sistematicamente nas nossas costas, enfim, não faltavam ingredientes para o clube fechar as portas, metaforicamente falando.

Entretanto, novamente o esporte mais popular do planeta e o próprio Fluzão contrariaram a tal lógica, os especialistas, os incautos, os imbecis, os pessimistas e a matemática. Pois é, arrancamos um heróico empate ante os Gambás em plena Terra da Garoa.

Querendo ou não, foi um ótimo resultado, apesar de o zero a zero ser o pior dos empates. Bom seria uma igualdade com gols, na impossibilidade de uma vitória tricolor. Mas aos que achavam que o Mário Bittencourt já deveria começar o planejamento de 2020, jogando a atual temporada no esgoto – apenas somando os pontos necessários para fugir da degola no Brasileirão, sugiro mais uma semana de retiro espiritual. Haverá outro duelo entre Flu e Timão, na próxima quinta-feira, desta feita no Maraca, e a gente tem totais condições de buscar a classificação para as semis. Difícil? Bastante! Impossível? Jamais! Isso aqui ainda é o Fluminense Football Club, por mais que tentem desmerecê-lo e apequená-lo!

Fizemos um bom primeiro tempo e uma razoável segunda etapa. Incomodamos mais a defesa inimiga nos primeiros 45 minutos, e na parte final do jogo tivemos algum trabalho defensivo, como na cabeçada do Gustagol no nosso travessão, depois de um totozinho salvador do Muriel na pelota.

O Corínthians teve amplo domínio de campo, mais posse de bola, especialmente no segundo período, mas alvissareiro foi assistirmos a uma partida sem o Flu levar gols. Aliás, foi mesmo um grande alívio.

Enormes as atuações de Nino e Frazan, e ótimas as participações defensivas dos nossos laterais (Caio Henrique também se apresentou bem no ataque), ainda que o Marcão tenha utilizado o mesmíssimo time titular do Diniz – com o Nenê no lugar do centroavante. Creio que houve uma correção clara de posicionamento lá na cozinha, além de utilizarmos mais os chutões e menos os toquinhos arriscados na frente da nossa área.

Ofensivamente tivemos uma perda efetiva, já que neste confronto convivemos com o menor número de finalizações do ano, dentre todas as competições. E pouquíssimas com algum perigo ao Cássio – um ou dois chutes do Yony, no primeiro tempo, outro do Nenê, que desviou na zaga adversária e saiu a escanteio, e um tiro de fora da área do Daniel, quando o goleirão alvinegro bateu roupa, já na segunda etapa.

Boas partidas deste mesmo Daniel, do PH Ganso e do Nenê. A propósito, concordando com o meu amigo Fábio Bonfa, o Nenê assumiu nesta peleja as responsabilidades que seriam do camisa 10 (na Copa Sul-Americana, número 17): chamou o jogo pra si, tentou, usou a sua experiência em várias oportunidades, apresentou-se, pediu bola, chutou etc. Ele tem de ter mais cuidado com as reclamações e pegar leve nas entradas mais violentas – levou um cartão amarelo bobo ainda no começo do jogo devido a uma pancada desnecessária no Mateus Vital, na meiúca. Ah, o Wellington Nem também entrou cheio de gás, mas me parece fora de sua melhor condição atlética.

Dois senões sobre nossa equipe, de acordo com as minhas observações pessoais: em primeiro, a convocação para a Seleção pré-Olímpica não fez bem ao Allan. Ele errou mais do que o normal – tal qual no confronto diante do CSA.

Em segundo lugar, tenho a ligeira impressão de que o Marcos Paulo está sendo subutilizado ali na esquerda. O menino demostrou maior movimentação e criatividade quando atuou pelo meio. O seu futebol anda escondido, e temo que as funções táticas que cumpre estejam inibindo – e limitando – o seu talento.

Agora, galera, devemos esquecer a saída do Diniz e a discordância da contratação do Oswaldo de Oliveira. Torcemos pro Fluminense, e não para técnicos! O time merece respaldo da torcida, portanto, vamos apoiar a nossa molecada no próximo dia 29, no duelo de volta contra o Corínthians. Parada duríssima, sem prognósticos, mas temos reais chances de seguir em frente no torneio continental. Vamos fazer a nossa parte e cobrar que os jogadores façam a deles… Aquela armadura de três cores decerto moverá as auras dos guerreiros e os farão suar o sangue grená do triunfo. Nunca podemos duvidar do Fluzaço!

Como já descrevi aqui mesmo no Explosão, sou um eterno otimista. Se todos trajarem este fio de esperança e fé, e remarem a favor, tenho a convicção de que a maré nos será fiel. Quinta-feira que vem o lugar de encontro da tricolada é no Maior do Mundo.

Então, até lá!

Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon