Paulo Angioni abre o jogo sobre a situação do projeto sub-23; veja a entrevista na íntegra




Foto: Mailson Santana / Fluminense F.C.



Em entrevista concedida ao portal LANCE!, o diretor executivo do Fluminense, Paulo Angioni falou sobre o projeto do time sub-23. Por conta da pandemia do coronavírus, o clube terá que realizar uma série de mudanças nos planejamentos, inclusive, na realocação dos recursos e calendário.

Vale destacar que o Internacional, Athletico Paranaense e Bahia já encerraram as atividades das equipes sub-23 antes mesmo de qualquer definição por parte da CBF.

Confira a íntegra da entrevista:

Situação do projeto

Podemos dizer que temos bastante incerteza e estamos trabalhando com as duas hipóteses. A que seria melhor está um pouco distante em função de tudo que está acontecendo. E estamos trabalhando a outra alternativa para que no momento que soubermos que não terá competição, já tenhamos um caminho a percorrer – explicou.

Inviabilidade

A luta do Fluminense neste momento, que tem participação ativa do presidente do clube, é fazer uma competição alongada, com um calendário estendido. Isso facilitaria manter a categoria e evidenciá-la no mercado nacional. Com essa transformação do mundo, todas as coisas se modificaram. Uma coisa é certa, aquilo que gostaríamos, de ter uma competição mais longa, passa a ser inviável. As preocupações com as orientações das secretarias de saúde dificultam ainda mais aglomeração, viagens interestaduais. Uma série de requisitos que colocam em risco a competição, que com certeza não será longa. Dizer que está em perigo é muito próximo de uma realidade. Estamos aguardando alguns pronunciamentos e nos preparando para a possibilidade de não ter competição. Em princípio estamos aguardando.

Processo de transição

Estamos vivendo um ano inimaginável. Uma série de incertezas e preocupações. A única coisa que temos próximo do certo é o isolamento social. Mudou toda vida do mundo de forma geral. Há prejuízos grandes nesse sentido. Dentro disso, tem algumas coisas que são evidentes, como a categoria sub-23. O Fluminense é extremamente adepto a isso por entender uma série de razões, inclusive a maturação mais longa do atleta. O Brasil passou a maturar jogador até 19 anos e descartar para frente. Isso causa prejuízo institucional e do mercado. Nem sempre todos estão plenamente prontos com 18 anos.

Situação do elenco

Temos ainda sete ou oito jogadores que são sub-20, podendo jogar competições que forem acontecer da base no Rio de Janeiro. Sendo assim, eles estarão disponíveis para atuar. Quem tem a situação mais complicada são aqueles mais velhos, da geração de 99, que não tem mais idade para a base. Caso as coisas não aconteçam como a gente pretende – e eu acredito que não irá, penso muito nessa possibilidade -, nós vamos procurar um caminho para colocar esses atletas em atividade. Tudo ainda está no plano de hipótese, mas estamos olhando esse outro cenário de não ter competição.

Futuro dos jogadores

Estamos trabalhando com muita transparência. Esse é o norte da administração do clube. Temos monitorado os atletas e eles, como os outros, continuam em casa no primeiro momento. Vão fazer os exercícios monitorados e orientados pela fisiologia e preparação física da equipe principal. Enquanto não houver possibilidade de retorno, vamos continuar trabalhando com eles à distância. Assim que tivermos certeza de algo, falaremos. Eles com certeza já tem o conhecimento através das mídias de que é uma competição que está correndo risco. Mas vamos transmitir isso para eles e aguardar os próximos passos. Com certeza o Fluminense não será surpreendido pois já está trabalhando nas duas frentes – completou.

A continuidade tem a ver com a CBF e a competição ou também envolve o financeiro?

Acredito que esse conceito da permanência da categoria para frente vai existir, até porque é uma necessidade para o futebol brasileiro no meu modo de entender. Esse ano alguns complicadores se fazem presente. O custo do sub-23 não é barato para quem organiza a competição. Como todos estão tendo dificuldades financeiras, acredito que essa competição, em função do que eu já disse e mais o custo, fica mais afastado de ser realizado.

Com relação ao custo interno, já existe. Todos os jogadores têm contrato em vigor, alguns em 2021, outros até o fim de 2020, outros entrando em 2022 ou 2023, que é o caso de atletas da base. Porém, com relação a rescisão de contrato, ainda não discutimos isso. Sendo assim, estamos criando os mecanismos para tomar as medidas certas no momento certo. Foi uma orientação da presidência. Se tivermos a possibilidade de emprestar alguns jogadores será excelente. A rescisão acredito que é pouca chance, pode ser um caso ou outro, mas não a maioria.

Como foram as orientações aos jogadores neste período de isolamento social? Existiu algo específico para eles diferente do que houve para o principal?

A mesma coisa que foi orientado a eles antes das férias foi para o profissional. E assim será e continuará sendo. Vão continuar recebendo todas as informações do departamento físico e da fisiologia do clube através de videoconferência, como é com o time principal. Como era antes da parada.

Como está a situação do campo 3 do CT, que seria utilizado pelo sub-23? A previsão era ficar pronto em fevereiro, mas ainda não está.

Está próximo do final, na fase de plantio. Mas isso nunca atrapalhou. Sempre trabalhamos em dois turnos. Como o Fluminense tem dois campos disponíveis, isso nunca atrapalhou e nem estaria agora se as atividades voltassem à normalidade. Está na fase de complementação final. A pandemia pode ter ocasionado um atraso.

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Por Explosão Tricolor

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