Polícia Civil inicia grande operação para investigar cúpula da arbitragem carioca; Jorge Rabello é preso em flagrante




Foto: Divulgação



Polícia Civil iniciou “Operação Cartão Vermelho” para investigar arbitragem carioca

Na manhã desta quarta-feira (18), o Núcleo de Investigação à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (NIC-LD) da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou a Operação Cartão Vermelho em diversos endereços relacionados à cúpula da arbitragem carioca. No total, são 13 mandados de busca e apreensão por suspeitas de organização criminosa, falsidade ideológica e de lavagem de dinheiro.

Preso em flagrante

De acordo com o portal Globoesporte.com, o principal alvo da operação é Jorge Rabello. Ele presidiu a comissão de arbitragem da Federação de Futebol do Rio por mais de uma década. Rabello acabou preso em flagrante durante a busca em seu endereço no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. o motivo da prisão foi posse ilegal de arma de fogo. No seu apartamento, foram apreendidos:

– Documentos

– Equipamentos eletrônicos

– Um revólver calibre 38 com munições

Sigilos bancários quebrados

Jorge Rabello e outros dois suspeitos que trabalhavam no Sindicato dos Árbitros Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Saperj) e na Cooperativa de Árbitros de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Coopaferj) tiveram seus sigilos bancários e fiscal quebrados pela 19ª Vara Criminal.

Messias José Pereira é ex-presidente da Coopaferj e apontado como “testa de ferro” de Rabello. Já o Sérgio Mantovani Cerqueira é ex-contador da entidade. De acordo com a petição dos mandados assinada pelos delegados Aloysio Falcão e Marcio Teixeira de Melo, Rabello e Messias apresentam evolução patrimonial incompatível com as respectivas funções.

Prisão temporária

Além da quebra de sigilo e das buscas, foi pedida prisão temporária de Rabello e Messias., bem como o bloqueio de bens. Os dois pedidos foram negados pela Justiça. O relatório do inquérito da Polícia Civil explica que a apuração partiu de uma denúncia anônima corroborada por diligências e depoimento pessoal de duas testemunhas.

A operação prevê também apreensão de materiais como:

  • HDs
  • Laptops
  • Smartphones
  • Pen drives
  • Arquivos eletrônicos de qualquer espécie
  • Agendas manuscritas ou eletrônicas
  • Documentos, dos investigados e de suas empresas, quando houver qualquer suspeita que contenham material probatório relevante”

Em abril deste ano, o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, promoveu uma mudança na comissão de arbitragem, a integrando em um departamento sob a direção de Luiz Mairovitch. Na comissão de arbitragem, Rabello deixou a presidência. No seu lugar, entrou o seu vice José Carlos Santiago. Rabello passou a comandar somente escola de árbitros.

Evolução patrimonial

O inquérito aborda a questão da evolução patrimonial de Rabello e Messias. Diz o texto, sobre Rabello:

“Apresenta alto padrão de vida, com patrimônio superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), conforme apurado até aqui, sendo necessário perquirir a licitude de sua evolução patrimonial, levando-se em conta também que a denúncia recebida neste núcleo policial indica evolução patrimonial incompatível com a renda, fato que também não passou despercebido pelas testemunhas, que informam em suas declarações a incompatibilidade existente entre renda e gastos de Jorge Rabello, indicando o desvio das verbas das instituições. (…) Destaca-se: que Jorge Rabello antes de se tornar o Presidente do Sindicato possuía uma padrão de vida modesto, residindo no bairro do Colégio, um dos piores IDHs do Município e tinha um carro Siena, que tal realidade mudou bruscamente quando passou assumir a Comissão de Arbitragem da FERJ em 2007”.

Sobre Messias, o relatório da polícia cita um veículo SUV no valor aproximado de R$ 85 mil e aluguel de apartamento com valor médio mensal de R$ 3 mil. Messias é apontado como “testa de ferro” de Rabello. O documento cita declarações de testemunha que “não deixam dúvidas quanto ao papel figurativo” na presidência da Coopaferj.

O documento relata uma passagem narrada por uma das testemunhas:

“Certa vez foi apresentado um cheque em nome da Cooperativa e Jorge Rabello mandou Messias assiná-lo, ocorre que houve um questionamento de Messias quanto à origem daquele cheque e o secretário da comissão de arbitragem, Roberto Faustino, o repreendeu dizendo que ele não tinha que saber do que se tratava”.

Desvio de recursos

Segundo a petição da Polícia Civil, Rabello é “acusado de vender a sede do sindicato, sem autorização. O destino do valor percebido com a transação ignorado pelos sindicalizados, levanta a suspeita de fraude na alienação do imóvel. Como também levanta indevida destinação dos valores auferidos, supostamente algo em torno de R$ 150.000,00. Há suspeita também de que Jorge Rabello e Messias José Pereira utilizavam dinheiro das entidades em exame, para pagar despesas pessoais, através da indevida utilização de cartões de crédito corporativos”.

Escalas

O relatório da Polícia Civil também aborda a questão das escalas. O documento afirma que, “como bem asseverado” pela equipe de investigação, “a Cooperativa é responsável por escalar os árbitros para os jogos. Assim, a Cooperativa, sob o comando de Jorge Fernando Rabello, através de interposta pessoa por ele designada, o suposto “testa de ferro” Messias José Pereira, deixava de escalar qualquer árbitro que se insurgisse contra o interesse de Jorge Rabello, principalmente no que tange à disputa pela presidência do Sindicato dos Árbitros, fato este que fez com que Jorge Rabello se mantivesse à frente do Sindicato, por mais de uma década, sem qualquer disputa”.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: GloboEsporte.com

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