Portal LANCE lista promessas não cumpridas pelo presidente Mário Bittencourt




Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.



Nesta quinta-feira (24), o portal LANCE! publicou uma matéria listando algumas promessas não cumpridas após quase três anos de gestão do presidente Mário Bittencourt. Confira na íntegra:

Com um pé na final do Campeonato Carioca e eliminado da Libertadores, o Fluminense segue em busca dos novos e antigos objetivos esportivos da temporada. No entanto, fora das quatro linhas, o clube ainda tem pendências e busca se estruturar dentro de um ano que promete ser agitado com as eleições presidenciais na reta final de 2022. Dentre os principais tópicos de interesse, estão os salários atrasados, o voto online, novos planos de sócio-torcedor, a apresentação do orçamento anual e também a venda de ativos.

Uma das prioridades imediatas é com relação ao pagamento de salários. O Tricolor segue com os valores referentes a fevereiro em aberto com jogadores e funcionários, um atraso que não vinha sendo comum nos últimos meses. Além disso, há também dois terços do 13º. Para quitar essa pendência, o clube ainda aguarda o pagamento da primeira parcela da negociação de Luiz Henrique para o Real Betis, da Espanha, por 9 milhões de euros (R$ 48,7 milhões), com variáveis de metas de mais 4 milhões de euros (R$ 21,6 milhões).

A tendência é que esse valor entre na conta do Flu em breve, dando a possibilidade também do pagamento de premiações pré-acordadas. O clube também aguarda os valores por ter disputado a segunda e terceira fase da Libertadores. Nos últimos meses, o Fluminense tem tido sucesso em manter em dia os salários, no máximo com pouco tempo de atraso. Os funcionários seguem na expectativa do pagamento e não receberam previsão.

Além de Luiz Henrique, outros jogadores devem deixar o clube ao longo da temporada. A previsão é de que Moleques de Xerém que atuam no profissional sejam os próximos da lista, mas o Fluminense aguarda a janela do meio do ano para ouvir propostas. A expectativa é de que pelo menos R$90 milhões sejam arrecadados com transferências até o fim do ano.

Outra pendência grande é com relação ao orçamento previsto para 2022. Em janeiro, o presidente Mário Bittencourt afirmou que o documento sairia “em breve”. Até o momento, porém, nada foi divulgado e não há previsão para que aconteça, conforme um conselheiro falou ao LANCE!. O mandatário disse em entrevista recente que um dos conselheiros fiscais passa por problemas familiares e, por isso, a apreciação foi adiada. Haverá uma reunião no Conselho Deliberativo no próximo dia 29, mas os assuntos são apenas gerais e a votação dos novos uniformes 1 e 2. Pelo estatuto, a previsão deveria ter sido apresentada até dezembro.

NOVOS PLANOS DE SÓCIOS

Dois anos depois do início da pandemia, uma promessa que ainda não foi cumprida tem a ver com os novos planos de sócios. A expectativa era que o lançamento acontecesse em 2020, mas tudo foi adiado por conta da Covid-19. Depois de ficar sem previsão, Mário Bittencourt prometeu que os torcedores teriam acesso logo que o público retornasse aos estádios no final de 2021, algo que não aconteceu. A única mudança foi no portal de sócio na internet. Veja a seguir as declarações do presidente.

18/06/2021
– O programa está pronto e na hora em que o público voltar, a gente bola ele na rua. Mas obviamente vamos criar uma série de programas para atender as pessoas que ficaram pagando sem ter jogo. Por isso, quando eu falo em volta gradativa, eu acredito que a volta vai ser gradativa, a gente vai priorizar os nossos sócios-torcedores que se mantiveram adimplentes mesmo sem a possibilidade de tê-los nos estádios.

17/09/2021
– Quando fizemos a pesquisa os sócio-torcedores de qual motivo ele tem para ser sócio do clube, a maioria esmagadora disse que é para ir aos jogos. Como a gente ia lançar o pacote com uma série de novidades e a pandemia pareceu do nada, nós interrompemos o lançamento e fizemos um trabalho, muito bem-sucedido, que na verdade veio de fora para dentro, que veio da torcida, do #ÉpeloFlu. O Fluminense abraçou a campanha idealizada do lado de fora, da torcida. Conseguimos a retenção desses sócios. Mesmo sabendo que não teríamos jogos, 30 mil pessoas se mantiveram aqui. E aí não é justo que lancemos um programa novo, que as pessoas comecem a pagar sem ter jogo de futebol. A tendência, em razão do retorno, é que lancemos o novo plano daqui a um mês, mais ou menos, junto com a reabertura de estádio. E nos primeiros jogos, vamos privilegiar os sócios que ficaram pagando durante esse período todo. O Flu não vai ter prejuízo? Não temos prejuízo quando colocamos nossa torcida no estádio, ainda mais quando nossa torcida ficou pagando 15 meses sem ir ao estádio. Primeiro vamos privilegiar o retorno da torcida. Até o fim de 2021 vamos pensar muito menos na questão financeira e muito mais em abraçar nosso torcedor, que está há 15, 16 meses distante e que pagou nesse tempo. Até porque não sabemos ainda como será o protocolo. E o que defendemos é só de vacinados. Porque exame de PCR é muito caro. Os clubes que tentaram botar torcida com exame, o público foi muito aquém do esperado, o cara vai querer a família, vai ter que pagar exame para todo mundo e uma ida ao estádio vai custar R$ 1 mil. Não faz sentido.

07/01/2022
– Até o final de janeiro o lançamento dos novos planos. A plataforma está ficando pronta. Não estamos chamando de plano de pontos, mas experiências ao torcedor. Uma delas é vir ao CT ver treinos, estamos montando uma área para receber os sócios. Não podem ser cinco mil de uma vez, mas será uma área que obtendo pontos pode passar um dia, ver treino e conhecer o CT. Terão outras mais ou tão interessantes quanto essa.

Depois de algum tempo em queda, o Fluminense voltou a ter um crescimento no contador de sócios com o ótimo início de temporada e a vaga na Libertadores, chegando quase aos 35 mil. No entanto, a venda de Luiz Henrique e a eliminação fizeram o número cair novamente. Até o fechamento desta reportagem, o Flu tinha 33.573 associados adimplentes.

VOTO ONLINE

Uma das promessas de campanha do presidente Mário Bittencourt, o voto online pode não ser uma possibilidade já nesta eleição do Fluminense. Os players políticos do clube já vem cobrando há algum tempo uma resposta sobre o assunto, assim como os torcedores. Na última semana, o Flu chegou a responder uma notificação judicial sobre o tema, como divulgado pelo “Netflu”, salientando que a implementação vinha sendo tratada internamente. A equipe de advogados afirmou que o Tricolor segue em busca de seguranças técnicas e jurídicas para a inovação. No fim, a defesa ainda alega que não é urgência.

As eleições acontecem a partir de novembro e as chapas devem ser registradas entre os dias 1º e 15 do citado mês. Na resposta, o Fluminense alega que seguirá em busca de uma solução para o tema até lá para oferecer um sistema definitivo e capaz de garantir o acesso com segurança. De acordo com o presidente, a maior preocupação da atual gestão é afetar a lisura do processo, e citou as últimas eleições do Vasco como exemplo. Veja a seguir as declarações mais recentes de Mário sobre o assunto.

25/10/2019
– Posso antecipar aqui, em que pese ter assumido o clube há quatro meses, posso dizer que orçamos o voto on-line. Ele está avançado. Temos de fazer a implementação perto de ser usado. Não tem motivo de pagar antes sem ter essa situação. A ideia é fazer alguns testes de votação online antes da eleição de 2022. Um teste pode ser a terceira camisa. Fizemos três cotações de empresas diferentes. Da contratação para implementar, leva 15 dias.

18/06/2021
– Tem duas questões estatutárias/eleitorais que eu acredito que a gente precise discutir mais amplamente. As regras da eleição são discutidas pela Assembleia no mês da eleição, se a urna vai ser de papel, eletrônica, hoje ele é híbrida. A gente pode colocar urnas nos locais onde tenham sócios do Fluminense, vamos supor que tecnicamente não fosse possível implementar o voto online… Os sócios podem pagar suas dívidas na tesouraria do clube no dia da votação. Como seria se a gente tivesse o voto online? Isso está no Estatuto do Fluminense, que o sócio tem o direito de quitar suas mensalidades para ter direito a voto. Muita gente poderia se sentir prejudicada por não poder quitar no dia da eleição. Talvez a gente tivesse que criar uma regra para quitar até um mês antes. E o Artigo 139 do Estatuto diz que o voto por procuração é proibido. Há discussões jurídicas de que o voto online possa ser considerado voto por procuração, porque a pessoa pode entregar a senha dela e outra pessoa votar no lugar. Em razão dessas situações, é justo e honesto que eu não tome essa decisão unilateralmente, que eu passe ela por um comitê internamente, que a gente contrate um parecer específico para isso. E quem sabe passe pelo conselho para votar. Por fim, a nós temos outra situação jurídica de que normalmente mudanças eleitorais não podem ser feitas na própria legislatura de quem faz a mudança. Toda mudança estatutária e/o eleitoral exige que ela seja considerada que não foi usada para beneficiar a legislatura atual. Não quero que seja uma decisão minha, quero que passe pelo colegiado. É um desejo nosso, é uma proposta nossa de campanha, nós já contratamos a empresa, que já fez o estudo, tecnicamente é viável, a gente já vem utilizando, com as votações do ônibus, da camisa… Vou falar um segredo que vão brigar comigo: a gente está prevendo para ano que vem uma quarta camisa a ser votada pela torcida. O sistema vai ser implementado, ser juridicamente não tiver problema, a gente já faz em 2022.

17/06/2021
– A decisão de como vai ser a fórmula da votação é do presidente da Assembleia Geral, que é o presidente que está no cargo. Minha preocupação é que mudanças estatutárias e eleitorais devem ser feitas só pela legislatura seguinte. Você vai dizer: “Se é você que decide, não precisa passar pelo Conselho (Deliberativo)”. Só que como é uma questão eleitoral e eu posso vir a ser um candidato à reeleição, nós montamos uma comissão para passar isso pelo conselho. Porque se eu tomo uma decisão unilateral, vai ter o voto online, aí posso ter uma alegação de nulidade – disse em entrevista ao “ge”.

17/09/2021
– Nós dependemos de uma interpretação do Estatuto, não de uma alteração. (…) A gente não pode para 2022 é transformar as eleições do Fluminense no que acontece em outros clubes.. E eu falo nominalmente o Vasco, que vem em uma derrocada enorme porque vem de 10, 15 anos de em uma briga desleal, insana, política, que destruiu o clube. Judicialização, urna 7… O Fluminense não tem isso. O que não pode acontecer é as pessoas inventarem uma bandeira que é nossa. A bandeira do voto online é nossa, e que estamos trabalhando para organizar. No segundo mês de gestão contatamos empresas que podem implementar e que dizem que é possível sim implementar tecnicamente, desde que se tome cuidado com questões de fraude. Nós criamos uma comissão interna para que a gente possa entregar ao Conselho Deliberativo a análise para que não gere judicialização, como de que, por exemplo, eu estivesse me usando do voto online para me manter no cargo. Mudanças feitas na própria legislação correm risco de judicialização. E não queremos correr o risco de transformar a eleição do Fluminense em uma eleição sem lisura.

O QUE VEM

Além da receita com jogadores vendidos já citada, o Fluminense também espera seguir em frente e ir bem nas competições que irá disputar. Isso envolve o Campeonato Carioca, onde o título é a grande prioridade, além da Copa do Brasil, da Sul-Americana e do Brasileirão, que começa no próximo mês. As receitas serão fundamentais para que o Flu dê continuidade ao projeto de fortalecer o time. A diretoria espera ter mais reforços nos próximos meses para dar retorno esportivo nesse momento de questionamentos.

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Por Explosão Tricolor

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