Precisamos falar sobre Renato Gaúcho (por Lindinor Larangeira)

A épica e histórica classificação do Fluminense às quartas-de-finais da 1ª Copa do Mundo de Clubes da Fifa, tem nome, sobrenome e apelido: Renato Portaluppi. Ou se preferirem, Renato Gaúcho.

Com pouco tempo de trabalho, o treinador tem o elenco na mão e tem demonstrado uma sabedoria tática e leitura de jogo impressionantes.

Um dos três melhores técnicos brasileiros

Há bastante tempo, Renato Gaúcho se autoproclamou em uma entrevista coletiva, como “um dos três melhores treinadores do futebol brasileiro”. Naquela época, me parecia mais uma fanfarronice de alguém com elevada autoestima. Hoje, minha opinião é outra. Renato é sim, um dos três melhores treinadores brasileiros, em minha opinião, junto a Cuca e Filipe Luis.

Talvez por esse jeito polêmico e folgazão, mesmo com muitos títulos no currículo, tenha sido tão subestimado pela mídia. Atualmente, mais comedido e objetivo, tem mostrado o ótimo profissional que se tornou.

3-5-2: o nó tático

Muito se falou, inclusive na imprensa estrangeira, que, talvez tenha dado o real valor à vitória do Fluminense diante do atual vice-campeão da Champions League, que aliás, nos últimos três anos, chegou duas vezes na final da liga mais estrelada do planeta.

Com pouquíssimo tempo, Renato Gaúcho fez o grupo acreditar que seria possível mudar o esquema, espelhando o 3-5-2, levando desconforto para o adversário. Poderia dar errado? Claro. Mas o campo-bola demonstrou o acerto da decisão e da escalação. Três zagueiros de boa estatura, para inibir o forte jogo aéreo da Inter, e um primeiro-volante mais alto e forte fisicamente, Facundo Bernal, que foi um monstro ontem, foram acertos de quem entende bastante de tática de jogo.

O Fluminense apenas sofreu um pouco no final da partida, pelo forte desgaste de enfrentar um adversário muito forte fisicamente. No decorrer do jogo, não abdicou de jogar, inclusive tendo melhores oportunidades de gol do que o time milanês.

Um time de guerreiros, sob a proteção de João de Deus

Do goleiro ao ponta-esquerda, como se dizia antigamente, todos foram fantásticos. Com a permissão de Ronaldo Nazário, Fábio é um fenômeno. Ignácio botou o craque Lautaro no bolso. Thiago Silva é um treinador dentro de campo. Freytes tem a garra e a loucura de um bom tango argentino.

Entrei na fila de desculpas ao Renê. Tem sido de uma segurança inconteste. Bernal foi um enorme cão de guarda. Nonato veste muito bem a camisa tricolor.  Martinelli, pela bola que vem jogando, deve receber propostas do futebol europeu (ou árabe…). Samuquinha voltou a ser o Samuel Xavier decisivo de 2023.

Na frente, Cano, mesmo sem estar 100%, é 100% letal. Arias, finalmente está sendo reconhecido como o melhor jogador em atividade no Brasil, coisa que já venho falando faz tempo.

Manchester City amarelou?

Todo mundo dava como certa a vitória do Manchester City. Só não combinaram com o Al-Hilal. A equipe árabe desbancou um dos quatro melhores times do mundo, que parece ter tremido com a possibilidade da revanche e evitou enfrentar o Fluminense.

Brincadeiras à parte, teremos um jogo bastante complicado e difícil contra o ótimo time saudita. Promessa de mais uma partida para entrar para a história do futebol.

Façamos história, então.

PS1: Nossa torcida segue dando show na terra do Tio Sam.

PS2: Hércules tem a força!

PS3: City, Real Madri, PSG e Bayern:o top 4. Alguém discorda?

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