Preocupação x Esperança: MR21 e Flusócio divergem sobre o futuro do futebol do Fluminense em 2018




Enquanto o grupo político da Flusócio se escora totalmente na dupla Abel Braga e Paulo Autuori e nos salários em dia para o futebol do Fluminense “surpreender” os seus adversários, o MR21, um dos grupos que sustentam a gestão do presidente Pedro Abad, demonstra uma séria preocupação com relação ao nível de competitividade da equipe tricolor para encarar a temporada.

Confira abaixo os posicionamentos dos dois grupos:    

Posicionamento da Flusócio

“Em qualquer instituição, é impossível conviver mensalmente com o que tecnicamente se chama de déficit operacional. Na prática, tal termo significa a diferença negativa entre receitas ordinárias e despesas ordinárias, sem considerar as despesas financeiras relacionadas à correção das dívidas.

Durante todo ano de 2017, o Flu conviveu com as despesas sendo mensalmente maiores que as receitas. Neste contexto, atrasos de salários são apenas consequência. E nenhuma instituição sobrevive desta forma.

O básico em qualquer orçamento, seja ele numa empresa, clube, condomínio ou até familiar, é fechar o mês sem déficit operacional. O orçamento 2018, aprovado no Conselho Deliberativo no último dia 29/12, prevê a eliminação do déficit operacional durante o ano de 2018. Isso significa que aos poucos o Flu vai se estruturando de forma planejada, empresarial e sustentável.

Também merece registro o orçamento ter sido votado e aprovado no exercício anterior ao ano da execução, se constituindo de fato numa peça de planejamento financeiro, como manda a boa prática de gestão que não era aplicada no Fluminense pelo menos há mais de 30 anos. O Conselho Deliberativo aprovou o orçamento por esmagadora maioria, com apenas dois votos contrários.

Importante lembrar que no futebol o erro acontece sempre na hora de celebrar os contratos, na hora das escolhas de elenco. Em 2015 e 2016, as pessoas que comandavam o futebol do Flu fizeram contratos longos com jogadores caros e de idade avançada, alguns com aumentos não vinculados à performance, uma combinação explosiva, que praticamente anula as possibilidades de transferências ou trocas.

O motivo é simples: com contratos caros e longos, o mercado não mais não se interessa pelo custo x benefício de tais atletas, e os jogadores/agentes também se acomodam, pois sabem que o mercado não vai pagar a eles no mesmo patamar.

Sobre os jogadores já anunciados como fora dos planos, não há muito o que discutir em relação à atitude que foi tomada pela diretoria, nem quanto ao custo x benefício dos atletas envolvidos. Logicamente que a prioridade sempre foi negociar saídas através de transferências, algo difícil se considerarmos os contratos que estão assinados. A diretoria atual tentou durante um ano inteiro buscar essas alternativas, entretanto, propostas nunca chegaram.

Em caso de possíveis rescisões, o trunfo de qualquer clube é a liberação sem ônus, pois para consegui-la qualquer jogador terá que negociar.

Todos se lembram do que fez o Cícero: para sair e assinar com o São Paulo FC, o jogador deu desconto e alongou seu crédito futuro em 50 parcelas. O Flu também economizou com todos os encargos sobre os salários futuros, pois indenização por rescisão de contrato de trabalho não tem os tributos pesados que incidem sobre as remunerações mensais na folha de pagamento.

No momento, Flu busca uma operação financeira que permita comprar possíveis dívidas indenizatórias por valores mais baixos e à vista. Pode ser uma alternativa boa para todas as partes.

Ainda neste ano pretendemos propor uma alteração estatutária que coloque como competência do Conselho Fiscal dar o aval em contratos que onerem o clube em valores superiores a determinado percentual do orçamento. O objetivo será aumentar a governança e o controle sobre os atos do Conselho Diretor, antes dos compromissos serem assinados. Pelo Estatuto atual, o Conselho Fiscal atua apenas a posteriori, com os compromissos já assumidos. Não interfere na execução orçamentária.

Por último, um pedido de reflexão: na sua apresentação, o gestor esportivo Paulo Autuori deu uma declaração importante: “vim porque enxerguei um projeto institucional, e não pessoal”. O treinador Abel Braga também já falou várias vezes coisas parecidas sobre a condução da instituição Fluminense durante a gestão Pedro Abad. São dois profissionais consagrados, campeões do mundo, e suas palavras merecem a atenção de nossa torcida.

Para 2018, temos muitas esperanças num time guerreiro e bem-treinado, que possa surpreender seus adversários. Um grupo mais focado por conta de um comando técnico mais encorpado e salários em dia.

Feliz 2018 para todos os tricolores.

O trabalho continua.

#SomosFluminense”



Posicionamento do Grupo MR21

“O MR21 – MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO 21 DE JULHO, no uso de suas atribuições, e em respeito aos seus seguidores, vem apresentar o seu posicionamento frente às questões que foram debatidas em reunião do Conselho Deliberativo que ocorreu ontem, dia 29/12/2017, quais sejam, pedido de suplementação orçamentária referente ao exercício de 2017 e orçamento referente ao exercício de 2018.

No que tange ao pedido de Suplementação Orçamentária, é preciso que se estabeleça, inicialmente, a premissa de que tais requerimentos são naturais em uma gestão, apesar de não serem desejáveis, servindo como mecanismo de adequação em casos de eventuais imprevistos, aos quais qualquer gestão está suscetível, independentemente de serem avaliadas como excelentes ou péssimas.

Em realidade, a avaliação de tal pedido não pode e nem deve recair inteiramente sobre a natureza do pedido, em si, mas em sua motivação e suas justificativas, e quanto aos valores envolvidos.

Acompanhamos nos últimos anos, especialmente no ano passado, pedidos absolutamente injustificados e sem especificações mínimas que pudessem fundamentar sua aprovação, razão pela qual o MR21 – MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO 21 DE JULHO entendeu pela rejeição naquele pleito, feito que infelizmente teve pouca relevância uma vez que, vergonhosamente, a medida foi aprovada por ampla maioria dos conselheiros presentes.

A situação apresentada para o corrente ano, contudo, se mostra absolutamente distinta daquela vivenciada no ano passado. Observa-se, claramente, que houve um enorme esforço da diretoria do clube em fazer um controle financeiro, com significativas reduções na parte de pessoal e custos operacionais.

A suplementação requerida, se fundamenta, basicamente na dotação de R$ 3.065.685,05 (três milhões, sessenta e cinco mil, seiscentos e oitenta e cinco reais e cinco centavos), equivalente a cerca de 1% do valor previamente autorizado e encontra justificativa em dois pontos: Na mudança das partidas previstas para ocorrerem em Edson Passos para o Maracanã, feito que resultou em um significativo aumento dos custos e na necessidade de amortização de dívidas para venda do atleta Richarlison.

No que tange os custos para realocação dos jogos para o Maracanã, observa-se que os mesmos são responsáveis por uma despesa de R$ 12.411.389,23 (doze milhões, quatrocentos e onze mil, trezentos e oitenta e nove reais e vinte e três centavos.), enquanto a amortização da dívida o valor de R$ 8.696.100,00 (oito milhões, seiscentos e noventa e seis mil e cem reais).

Em ambos os casos se observa que a gestão agiu com o objetivo de obtenção de um ganho esportivo, com a mudança do estádio, algo importante considerando o momento que a equipe de futebol vivenciava e, finalmente, os lucros oriundos de uma transação envolvendo atleta do clube.

Além disso, chama atenção o fato de que a atual gestão conseguiu gastar cerca de 12% a menos com gastos de pessoal, serviços e gastos gerais, despesas que são mais facilmente gerenciáveis e cujo controle está na mão da direção.

Diante do exposto, o MR21 – MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO 21 DE JULHO não vê qualquer razão para rejeição do referido pedido, uma vez que avaliação da documentação apresentada evidencia a correção das ações adotadas.

No que tange a proposta orçamentária, é necessário, antes de qualquer análise mais aprofundada, reconhecer os esforços da área financeira do clube em demonstrar uma mudança de postura do que vivenciamos nos últimos anos.

A apresentação de tal proposta orçamentária, ainda no mês de dezembro, é extremamente positiva e esperamos que se torne exemplo a ser seguido não apenas nos próximos anos desta gestão, mas também por aquelas vindouras.

De igual forma, o formato profissional apresentado, com o avanço no nível de transparência das informações expostas e, principalmente, com o cuidado na proposição de um plano de ações focado em buscar um equilíbrio financeiro para o clube demonstra acerto e avanços até mesmo em relação ao que já havia sido apresentado para o ano ainda em exercício.

Se por um lado o formato de apresentação e o nível de transparência foram pontos positivos, os resultados expostos e a previsão orçamentária para 2018 seguem preocupantes, evidenciando o cenário de caos financeiro vivenciado pelo clube no corrente ano, ainda como consequência da absoluta falta de controle e péssimos investimentos realizados no departamento de futebol e da política de pagamento de salários acima da média de mercado que marcaram a gestão Peter Siemsen.

É preciso que se entenda, contudo, que o orçamento é, na realidade, um instrumento de planejamento financeiro e gestão, cujo objetivo é permitir a identificação prévia e a antecipação das receitas e despesas, a fim de viabilizar ajustes e adequações que permitam ao clube buscar um maior equilíbrio financeiro. Não se deve, portanto, apresentar um cenário fantasioso, como em outros tempos, e tão pouco omitir as dificuldades e desafios que deverão ser enfrentados. Deve-se, sim, ser realista, como mecanismo de impedir imprevisões capazes de acarretar na inviabilidade de gerenciamento do clube.

Indubitavelmente, a peça apresentada tem o cuidado de apresentar a realidade financeira, sem a previsão de ganhos excessivos injustificados, dentro de um planejamento que se demonstra plenamente executável, feito que se espera de uma previsão orçamentária.

No que tange aos resultados, a expectativa é que o ano de 2018 se encerre com um déficit de R$ 21.966.000,00 (vinte e um milhões e novecentos e sessenta e seis mil reais). Tal resultado é assustador, mas, por incrível que pareça, evidencia uma evolução se comparado aos valores provisionados para o exercício de 2017, quando a previsão foi de fechamento em cerca de 75 milhões de reais negativos, dos quais parecem ter sido confirmados R$ 47.559.000,00 (quarenta e sete milhões e quinhentos e cinquenta e nove mil reais).

É positiva a previsão do aumento de receitas fundamentadas somente em ações já iniciadas, a fim de evitar a construção de um orçamento com receitas incertas, muito embora ainda exista a previsão de arrecadação com venda de atletas.

Preocupa-nos, entretanto, a previsão de custo do departamento de futebol, reduzida de R$ 188.308.000,00 (cento e oitenta e oito milhões e trezentos e oito mil reais), para apenas R$ 142.076.000,00 (cento e quarenta e dois milhões, setenta e seis mil reais), o que equivale a uma redução de investimentos na ordem de 25% ou R$ 46.232.000,00 (quarenta e seis milhões e duzentos e trinta e dois mil reais).

É fato notório que o clube precisa controlar melhor os seus gastos, mas a significativa redução no departamento de futebol gera questionamentos sobre a capacidade de montagem de um time competitivo.

Trata-se, entretanto, de questionamentos que devem ser feitos à gestão, e não em sede de análise orçamentária.

Por fim, observa-se que o clube orçamenta investimentos na ordem de quase R$ 34.000.000,00 (trinta e quatro milhões de reais), sem especificar quais ações seriam colocadas em prática a partir de tais valores. O ideal seria que as ações programadas fossem especificadas, com a finalidade de possibilitar um maior controle das ações.

De toda forma, embora o resultado seja longe do ideal, a proposta orçamentária demonstra ser o modelo exato da realidade financeira do clube, sendo exequível e, não obstante ao resultado absoluto lamentável, apresenta um fator relativo interessante, quando analisado em comparação ao do ano anterior.

É de se esperar, entretanto, que os cortes realizados, especialmente no departamento de futebol, não acarretem em ofensa direta ao nível de competitividade do time, feito que deverá ser cobrado diretamente dos gestores, uma vez que, com tal indicação, apontam para o conselho a possibilidade de atingir as metas com os valores programados”.

VEJA AINDA:

Curtinhas: Novo empréstimo, apresentação dos reforços e muito mais. Confira!

Site lista 15 jogadores que estão livres no mercado

Portal divulga mais detalhes do novo acordo de patrocínio entre Flu e LAFE

Contratações, renovações, dispensas, empréstimos, indefinições e especulações. Veja o cenário atualizado do elenco do Flu

Por Explosão Tricolor / Foto: Divulgação / Fluminense FC

Siga-nos no Twitter e curta nossa página no Facebook

INSCREVA-SE no nosso canal do YouTube e acompanhe os nossos programas!

SEJA PARCEIRO DO EXPLOSÃO TRICOLOR! – Entre em contato através do e-mail: explosao.tricolor@gmail.com