Odair Hellmann trocou o Fluminense pelo Al Wasl, dos Emirados Árabes
A saída de Odair Hellmann do Fluminense para o Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, pegou os torcedores tricolores de surpresa na última segunda-feira (07), e foi considerada uma oportunidade “irrecusável” pelo treinador de 43 anos. A menos de um mês do fim de seu contrato com o Tricolor, o técnico decidiu abrir mão de uma renovação até o fim de 2021 para encarar seu primeiro desafio no exterior em seu quarto ano como treinador. Com 14 rodadas a disputar do Brasileirão, o clube das Laranjeiras decidiu efetivar Marcão para o posto.
Não foi a primeira vez que Odair foi procurado por clubes do mundo árabe”. Nos últimos meses ele já havia sido sondado pelo Al Wehda, da Arábia Saudita, e pelo próprio Al Wasl, time que já foi comandado por Maradona em 2011/12. No entanto, nenhuma das conversas havia virado proposta oficial.
Nos últimos dias, o Al Wasl, nono colocado do campeonato dos Emirados Árabes, voltou à carga, desta vez sinalizando com uma oferta de valores acima dos US$ 2 milhões mais bonificações para um contrato de 1 ano e meio. Ganhos bem superior ao que recebia mensalmente no Fluminense.
Com bom relacionamento com o presidente Mário Bittencourt e o diretor de futebol Paulo Angioni, o treinador os informou no sábado que, caso o clube árabe oficializasse a proposta, estava inclinado a aceitar.
Apesar do desejo de concluir a temporada no Fluminense e alcançar o objetivo de levar o time à Copa Libertadores, o técnico considerou a oportunidade “irrecusável” e entendeu que se não aceitasse agora, poderia não ter outra chance parecida. O fato de deixar o clube em uma boa situação no Campeonato Brasileiro (5ª colocação) e com uma boa repercussão de seu trabalho tiraram um pouco do peso da decisão.
Os famosos “petrodólares”, a garantia de salários em dia e a qualidade de vida em Dubai foram preponderantes. Mas outros fatores também foram considerados na tomada de decisão.
Apesar do desabafo no que seria sua última entrevista coletiva, após a vitória por 3 a 1 sobre o Athletico-PR, as críticas nas redes sociais não pesaram para a saída do técnico. Até porque, apesar do incômodo, ele experimentou uma pressão considerada ainda maior de torcida e imprensa em seus dois anos no Internacional.
A perda de jogadores importantes ao longo da temporada, por outro lado, se não foi preponderante, foi um fator considerado. Em 2020, o Fluminense negociou o lateral-direito Gilberto para o Benfica, viu Evanilson seguir para o Porto e afastou Dodi por imbróglio com renovação. Odair nunca reclamou, mas a necessidade de “remontar” o time diversas vezes com a temporada em andamento gerava um desgaste natural.
A falta de perspectiva de que este cenário de saídas se alteraria em um futuro próximo também o preocupava. Diante das dificuldades financeiras do clube, ele sabia que em 2021 a possibilidade de outras vendas era alta. E Odair, por outro lado, queria ter a segurança de contar com um time ainda mais competitivo para a próxima temporada.
Como o Brasileirão se estendendo até fevereiro de 2021 em razão da pandemia, o Fluminense chegou a abrir, em outubro, conversas para renovação de contrato. Satisfeita com o trabalho, a direção propôs estender o vínculo do treinador até o fim do ano que vem, mas sem reajuste salarial. Em novembro, Odair pediu para adiar as negociações. Ainda queria pesar os prós e os contras. Neste meio tempo, recebeu a proposta “irrecusável”.
Odair irá ao CT Carlos José Castilho nesta terça-feira para assinar sua rescisão e se despedir dos jogadores do Fluminense. A notícia da saída do treinador foi lamentada pela maioria dos atletas, com quem o técnico, apelidado de “Papito” construiu ótima relação.
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Por Explosão Tricolor / Fonte: Globo Esporte
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