Quem nunca errou, que atire a primeira pedra… Sem essa de humilhar o Magno Alves!

Com muito orgulho, sou da geração que assistiu o Fluminense na terrível série C. Sim, digo “com muito orgulho”, pois os tempos eram extremamente difíceis, mas a torcida abraçou o clube e comprou o barulho do time. Posso dizer que o meu amor pelo Fluminense aumentou ainda mais ao vê-lo naquela comovente situação. Foi o único campeonato da minha vida que eu estive presente em todos os jogos do nosso Tricolor no Maracanã.   

Na época, algumas figuras ilustres toparam o desafio de tirar o Fluminense da lama. Aos trancos e barrancos, conseguimos sair dela. O apoio da torcida foi fundamental. Para vocês terem uma ideia, rolou jogo no Maracanã só com o setor da geral aberto e debaixo de um grande temporal, mas com a galera comparecendo em peso e apoiando intensamente. Esse duelo foi contra o Náutico, válido pela primeira rodada do quadrangular final. Vencemos com um sofrido 2 a 1!   

Resolvi falar um pouco da série C para poder abordar o tema principal do texto: o MAGNO ALVES. O Magnata nunca foi um grande craque, mas jamais morcegou em campo. Sempre mostrou muita vontade, dedicação e vibração com a camisa tricolor. Jamais se envolveu em qualquer tipo de polêmica com a torcida do Fluminense, muito pelo contrário, sempre esteve em perfeita sintonia com a arquibancada. Perdia alguns gols incríveis, mas ainda assim, é o décimo primeiro maior artilheiro da história do clube (sem atuar com grandes craques). Se anotar quatro gols até o final do seu contrato, entrará na lista dos dez maiores. 

Depois de 13 anos, ele retornou ao Fluminense. Com seus 39 anos de idade, a contratação foi bastante questionada pela crítica e por muitos torcedores. A princípio, também dei uma questionada, mas considerando o atual cenário técnico do futebol brasileiro, e também, o fato de não termos grandes opções no elenco, acabei aprovando.

Ontem, o velho Magnata teve sua primeira chance no time titular. O cara entrou para jogar isolado no ataque de um time que foi montado de forma covarde e conservadora. A bola rolou e o Fluminense deixou bem claro que sua proposta era a de jogar bem fechado e só partir na boa. E o Magno Alves? O velho de guerra encarou sozinho a defesa alviverde, sem apoio dos fraquíssimos laterais, sem um companheiro de ataque e sem um meia que encostasse nele. O cara deu uma assistência, quase marcou dois golaços (em um deles, o goleiro do Palmeiras fez uma grande defesa) e se movimentou intensamente. Deu mole no gol do Palmeiras? Não acho, pois na minha visão, ele perdeu na altura. O erro foi do treinador, que na ausência do Fred, deveria ter colocado um jogador com uma estatura maior no primeiro pau (um cara mais cascudo teria se preocupado com este detalhe).

Na segunda etapa, o lance crucial do jogo: a irresponsável expulsão do Magno Alves. Sim, faltou responsabilidade e até inteligência ao atacante quase quarentão. Não tenho dúvidas de que a expulsão dele acabou contribuindo decisivamente no resultado final. Acho até, que a Diretoria deveria aplicar alguma multa financeira, mas como sei que isso não ocorre, pois alguns outros grandes nomes da história recente do Fluminense já andaram fazendo coisas até piores que esta expulsão, não ficarei aqui cobrando este tipo de atitude.

Depois do jogo, vi uma série de ataques ofensivos e morais ao Magno Alves. Sei que no calor da emoção, o torcedor solta palavras que assustam até o capeta. Algo mais do que normal, pois não se brinca com paixão de torcedor, só que é o seguinte: HUMILHAR o MAGNO ALVES é COVARDIA. E isso, eu vi partindo até de blogueiro famoso. Só um aviso: RESPEITO e CONSIDERAÇÃO são sentimentos que não podem ser trocados por PAGEVIEWS (CLIQUES). Criticar é uma coisa, humilhar é outra.   

O cara tá velho para o futebol? Se considerarmos a idade, sim, entretanto, pelo que vinha jogando no Ceará, e pelo que apresentou no jogo contra o Palmeiras até a bizarra expulsão, ele ainda tem alguma lenha para queimar. O cara está se movimentando muito, consegue ir ao fundo, cria boas jogadas e ainda é perigoso na área.

O Magno Alves não foi o primeiro e nem será o último a cometer este grave erro. Zidane, que era gênio, errou feio numa final de Copa do Mundo. Fred, que é um dos grandes ídolos da história do Fluminense, pisou na bola numa decisão continental, dentro do Maracanã, diante de quase 80 ml tricolores. Deu para perceber que errar é humano?

Estou com o Magno Alves até que ele me prove o contrário. Pelo histórico da carreira dele e, principalmente, por tudo que ele passou no Fluminense, não acredito que ele tenha feito isso de sacanagem. Pisou na bola feio e merece uma punição, mas sem esse papo de HUMILHÁ-LO. Ainda mais se isso partir de alguém que não tenha o Fluminense correndo pelas veias… Os fortes entenderão!

Saudações Tricolores

Vinicius Toledo / Explosão Tricolor