R10 TRICOLOR! – O passo a passo da negociação




Em Curitiba para o confronto deste domingo, contra o Atlético-PR, o diretor de futebol Fernando Simone não pôde participar da assinatura de contrato do veterano – o vice presidente de futebol Mário Bittencourt, quem ele disse ser o personagem principal para que a negociação se concretizasse, acompanhou de perto o dia importante – mas contou sobre o processo para ter um jogador deste porte no elenco, desde conversas simples, até o acerto final. Confira abaixo:

Como tudo começou – amaciando o craque

– Estamos conversando já faz tempo com ele, muito tempo antes de o Vasco sequer sonhar falar alguma coisa. Mas conversando no sentido de: “E aí, você gostaria?”. Só fomos falar de valores quase agora, há pouco tempo. Mas já estávamos perguntando: “O que você acha, vale a pena?”.

A ideia de uma proposta

– O Ronaldinho sempre foi muito claro com a gente. Tudo começou com o Mário lá atrás. Faz uns dois meses que estamos conversando com ele. Depois de um tempo, começamos a pensar: será que não dá para fazermos uma proposta? Fomos sempre muito abertos com o Ronaldinho.

Ficou quente

– Começamos a pensar na proposta, mas o Ronaldo ainda estava no México, o Assis viajando muito, avisando que quando voltasse ao Brasil, nós conversaríamos. Aí começaram as coisas mais intensas. Estivemos com o Assis um dia depois da reunião que disseram que ele teve com o Eurico. Não falamos de valor, mas as coisas começaram a esquentar ali.

Jogo aberto

– Ele (Assis) nunca deu esperanças. Uma coisa tem que ser dita. O Assis foi muito correto com a gente desde o início. Muito correto. Nós fomos sinceros com ele. Falamos que não tínhamos como combater uma proposta da China, nem da Turquia. Mas falei também que nós temos uma torcida, uma vontade grande. Foi assim que fomos conversando e sendo muito claros.

Whatsapp, e-mails e ajuda do marketing

– Depois que o Assis foi para a Turquia, logo depois da reunião com a gente e com o Vasco, começamos a pensar seriamente em fazer uma coisa legal. Trabalhamos muito. O pessoal do marketing ajudou com ideias. Começamos a pensar em tudo. Foram muitos e-mails, mensagens de Whatsapp. A coisa começou a se estruturar.

E o salário, como será pago?

– É uma montagem de coisas. Temos uma folga de caixa com a saída de alguns jogadores. Saíram Martinuccio, Wagner, Kenedy. Dão uma sobra para fazermos o pagamento dele. Existe a convicção de que conseguiremos ir atrás de parceiros que possam viabilizar outras coisas também.

“Vale o desgaste? Vale!”

As reuniões continuaram a acontecer. Na última quinta-feira, dia da vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, Mário Bittencourt se encontrou novamente com o Ronaldinho e Assis. A diretoria permaneceu com a filosofia de não falar sobre as possíveis contratações. Simone conta que prós e contras foram pensados por ele, tanto o impacto quanto o retorno financeiro.

– Eu sempre analiso todos os lados. Vejo o impacto financeiro, o impacto técnico, de gestão, de mídia, de retorno financeiro, de imagem… Respondi outro dia a uma rádio que nenhum jogador é impossível. O Ronaldinho vale o degaste? Vale! Então vamos tentar – disse Simone.

O último encontro

Na última sexta-feira, na casa de Ronaldinho, foram acertados os detalhes finais da negociação. Além do craque e de Assis, estiveram presentes Mário Bittencourt, Fernando Simone e o presidente Peter Siemsen, até tarde da noite. Já não eram 90%, eram 99,9%. Faltava assinar. Segundo o GloboEsporte.com apurou, as fotos de Ronaldinho Gaúcho com a camisa 10 do Fluminense, na rede de futevôlei, foram feitas na própria sexta, e não no dia da assinatura de contrato.

Enfim, a assinatura

Desde a manhã de sábado, a expectativa pela assinatura era enorme. Ela enfim aconteceu no final da tarde, e Ronaldinho Gaúcho é jogador do Fluminense até o fim de 2016.

Pensando nos garotos

– Eu tenho dois jogadores que preciso que o Ronaldo mostre dentro de campo como é jogar: Gerson e Robert. Fora de campo, nós mostramos como a coisa tem que ser feita. Se o Ronaldo ensinar ao Gerson a colocar uma bola como ele faz, estamos feitos. Está ganho. Vamos sugar dele o que pudermos.

Por Sofia Miranda / Globoesporte / Foto: Alexandre Vidal / Agência FotoBR